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3 Empresas Para Defender Seu Portfólio!

Publicado 29.05.2020, 16:32
Atualizado 09.07.2023, 07:32

No post da semana passada tentei passar uma visão geral do setor de defesa, e agora vamos entrar em algumas companhias específicas do setor.

Lockheed Martin (NYSE:LMT)

Há mais de cem anos, em 1912, Glenn L. Martin fundou a Glenn L. Martin Company em Los Angeles, Califórnia. Ele começou a empresa depois de construir seu primeiro avião em uma igreja alugada, a pedido de ninguém menos que Orville Wright.

Quatro meses depois e a 400 quilômetros de distância, em 19 de dezembro de 1912, Allan e Malcolm Lockheed fundaram a Alco Hydro-Airplane Company, mais tarde renomeada para Lockheed Aircraft Company. Mecânicos, montaram uma loja em uma garagem, construindo hidroaviões que quebrariam recordes de velocidade e distância para voos sobre a água.

Em 1995 essas duas empresas se fundiram criar maior fabricante de produtos militares do mundo.

A Lockheed Martin é mais conhecida pelo F-35, um avião de guerra responsável por gerar um contrato de mais de 1 trilhão de dólares para a empresa, a maior aquisição militar da história. O Pentágono comprará centenas de aeronaves anualmente pelo resto das próximas décadas, proporcionando um fluxo de receita estável. Além dos aviões de guerra, a companhia também possui uma linha de negócio de mísseis hipersônicos e defesa antimísseis, reconhecida pelo seu sistema anti-balístico THAAD implantado ao longo da costa do Pacífico para combater ameaças da Coreia do Norte. A empresa também é proprietária da Sikorsky, uma das principais fabricantes de helicópteros dos EUA.

F-35

A Lockheed Martin sofreu junto com o mercado nas últimas semanas durante o sell-off causado pela disseminação da Covid-19. Há boas razões para a venda: a Covid-19 interrompeu a vida cotidiana, causou estragos nas cadeias de suprimentos e manufatura globais e deixou os EUA e o mundo à beira de uma recessão.

Há poucas dúvidas de que a Lockheed Martin será afetada. Funcionários do governo dos EUA que trabalham em casa podem atrasar a atividade de contratação e levar as receitas para os próximos trimestres. Fábricas e centros de pesquisa serão fechados temporariamente.

Mas, diferentemente do mercado de aviação comercial, a perda de produtividade no setor de defesa provavelmente será recuperada, porque os contratos já estão firmados. Existe sim o risco de revisão de contratos e cancelamento de projetos, visto que os gastos na solução dos problemas causados pelo lockdown podem obrigar o governo a reduzir despesas em outras áreas. Porém, Loockheed Martin possui exposição à projetos que o pentágono tem priorizado nos últimos anos. Mesmo que a economia dos EUA acabe em recessão, é improvável que o governo reduza sua demanda de longo prazo por caças e defesa antimísseis.

A empresa reportou seus resultados do primeiro trimestre de 2020 e registrou lucro de US$ 6,08 por ação e receita de US$ 15,7 bilhões, superando o consenso de Wall Street de US$ 5,80 por ação em ganhos e vendas de US$ 15 bilhões. A receita aumentou 9% ano a ano, e a Lockheed reportou um fluxo de caixa forte de US$ 2 bilhões no trimestre. A empresa revisou seu guidance marginalmente prevendo impactos causados pela Covid-19, projetando uma receita de US$ 62 bilhões, ante US$ 64 billhões.

Portanto, embora a pandemia certamente tenha impacto nos resultados do trimestre atual e provavelmente pese nos próximos trimestres, não acredito que haverá um impacto material de longo prazo nos fundamentos. A previsibilidade de receita através dos seus contratos de longo prazo, possibilidade de crescimento via desenvolvimento de novos projetos, múltiplos atrativos, dividend yield de 2,5% e um crescimento anual (CAGR) em torno de 10%, em um cenário de crescente tensão entre EUA e outras nações, faz da Lockhheed Martin uma empresa para se acompanhar de perto.

Suas ações têm se mostrado resilientes, voltando a negociar a patamar próximos aos de janeiro/2020.

LMT

General Dynamics (NYSE:GD)

A General Dynamics é uma empresa de defesa bem diversificada, com foco em áreas que incluem veículos, tanques, construção naval e sistemas marítimos, armamentos, munições e aviação executiva e sistemas de informação. A companhia iniciou sua historia em 1952 com foco total em produtos e serviços militares e ao longo dos anos 90 iniciou a diversificar seu portfólio de produtos a partir da aquisição da Gulfstream Aerospace Corporation, empresa que produz jatos corporativos, além adquirir empresas de TI.

Alguns dos produtos mais reconhecidos da empresa são o avião caça mais bem-vendido da história, o F-16 Fighting Falcon, e o míssil BGM-109 Tomahawk.

F-16 Fighting Falcon

A empresa possui uma sólida carteira de contratos de defesa, incluindo o maior contrato de construção naval da história firmado em dezembro de 2019 para construção de 12 submarinos Columbia, projetando uma receita de US$ 115 bilhões. Seus estaleiros são responsáveis ​​pela maior parte dos submarinos nucleares do país, e esse projeto é uma engrenagem importante na estratégia de dissuasão nuclear das forças armadas dos EUA. A expectativa é que os primeiros submarinos estejam operacionais em 2031.

A GD também possui uma das maiores empresas governamentais de TI do setor e pode se beneficiar da pandemia da Covid-19 se as agências governamentais precisarem atualizar seus sistemas de tecnologia para se adaptar ao home office.

A GD tem ficado abaixo dos seu pares nos últimos anos em relação à performance das ações por causa de um dos seus principais negócios comerciais: sua unidade de jatos executivos da Gulfstream. O mercado de jatos executivos nunca se recuperou da crise financeira de 2008-2009 e parece improvável que tenha um impulso agora, já que os clientes em potencial estão cortando custos e se acostumando a uma recessão.

Gulfstream G500

Graças a essa exposição ao mercado de aviação comercial, as ações da GD não se recuperaram da queda recente, diferentemente da Lockheed Martin.

GD

A General Dynamics ainda tem um grande e crescente negócio de defesa que parece manter-se muito bem, mesmo que a economia entre em recessão, com o Pentágono deixando claro que visa garantir que a indústria e seus fornecedores resistam ao que estiver à frente. Mas as vendas aeroespaciais representam cerca de 25% da receita total da General Dynamics, e provou ser difícil para as ações resistirem sem a ajuda da Gulfstream.

Ainda é uma boa empresa com muitos ativos atraentes e negocia com desconto de avaliação para seus rivais mais próximos. A General Dynamics negocia hoje com P/L 11x em comparação 15,45x vezes da Lockheed Martin e 22,89x da Northrop Grumman.

Northrop Grumman (NYSE:NOC).

A empresa foi fundada em 1994 depois da compra da Northrop pela Grumman, ambas empresas do setor de aeronáutica. A Northrop Grumman cria e desenvolve sistemas no ar (drones, caças, jatos), terra (defesa antimíssil, radares, logística) mar (sonares, sistemas antisubmarinos), cyber (sistema de defesa) e espaço (satélites, componentes espaciais, veículos de lançamento).

Desde a cisão de sua enorme operação de construção naval como entidade independente em 2011, a Northrop Grumman se concentra cada vez mais nos céus. A empresa é reconhecida seus bombardeiros, incluindo o bombardeiro furtivo original B-2 e o próximo B-21. Também cria subsistemas importantes para várias outras plataformas de aeronaves. A Northrop é líder em radares e sensores militares e se tornou uma força importante no espaço em 2018, quando comprou a Orbital ATK por US$ 9,2 bilhões, empresa especializada em foguetes espaciais. Uma curiosidade é que nos anos 90, enquanto passava por dificuldade financeira, a companhia quase foi vendida para a LockheedMartin, porém órgãos reguladores americanos não permitiram que a transação fosse concluída.

Bombardeiro furtivo B-2

Hoje, a Northrop é uma gigante de vendas de US$ 30 bilhões ano, com vários contratos-chave do Pentágono em seu arsenal, incluindo o programa de bombardeiros B-21, que vale mais de US$ 80 bilhões e que não deve ser impactado pela Covid-19. Northrop também é o favorito para ganhar um contrato de US$ 60 bilhões para substituir o estoque intercontinental de mísseis balísticos da Força Aérea.

Northrop Grumman é muito mais saudável do que era no início da década e possui contratos de longo prazo que devem gerar receita estável nos próximos anos. Mas parece improvável que as ações da empresa passem mais uma década semelhante a esta última, quando se valorizaram quase 500%.

NOC

Ainda assim, as ações da Northrop têm se mostrado extremamente defensivas nesse cenário de maior incerteza, no comparativo setorial, enquanto o setor aeroespacial/defesa apresenta uma performance de -30,1% nos últimos 12 meses, NOC entrega 2,7%.

NOC vs. Mercado

Na última semana a empresa anunciou um aumento de 10% na distribuição de dividendos na base trimestral, apresentando assim um dividend yield de 1,8%, bastante atrativo quando comparado com a média de 0,9% do setor, além de deixar claro que possui posição de caixa extremamente confortável para passar pela crise.

Últimos comentários

Qual3
Muito bom Romerão!
Muito bom o artigo
Interessante que a maioria dos maiores investidores da LMT, venderam ações da empresa ao final do 3º trimestre como a State Street Global Advisors, Inc., Capital Research and Management Company que vendeu 7,86% da sua posição, BlackRock, Inc, UBS Asset Management, Morgan Stanley, Investment Banking and Brokerage Investments... mas não deixa de ser uma ótima empresa para se investir. Acredito que com um Peg Ratio de 3,6x ainda está um pouco acima do que eu gostaria, mas ficarei de olho. Obrigado pelo artigo.
Parabens pelo excelente artigo Romero. Paz e bem!
Romero, mais uma vez, parabéns pelo artigo, muito bom!
Muito bom. Esse estilo de trazer 3 empresas por setor é bem interessante. Não fica aquela leitura pesada sobre o assunto.
Ótimo artigo! Muito legal essa exposição sobre um mercado não tão conhecido no Brasil.
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