Em um esforço para conter a disseminação do coronavírus, a Casa Branca anunciou novas diretrizes na segunda-feira (16), pedindo que os americanos evitassem aglomerações com mais de 10 pessoas, além de solicitar o fechamento de escolas, restaurantes, bares e outros estabelecimentos em todo o país.
O presidente Donald Trump, no entanto, evitou determinar o isolamento completo ou quarentenas generalizadas da população por enquanto.
Com o vírus em todos os 50 estados americanos, é apenas uma questão de tempo para que o isolamento seja implementado a fim de restringir a transmissão do Covid-19. Confira três ações bem posicionadas para se beneficiar desse cenário nos EUA:
1. DocuSign
A DocuSign (NASDAQ:DOCU), considerada por muitos como a líder no mercado de assinaturas eletrônicas, é a maior fornecedora de software que automatiza o preenchimento de contratos e a autenticação de assinaturas eletrônicas. A empresa, sediada na Califórnia, São Francisco, possui mais de 475.000 clientes e centenas de milhões de usuários em mais de 180 países.
Os papéis da DocuSign apresentaram uma robusta força relativa em meio à atual correção de mercado provocada pelo coronavírus. As ações da fabricante de um software que digitaliza contratos em papel registraram um desempenho melhor do que o mercado mais amplo nas últimas semanas, haja vista que a redução das viagens a negócios faz com que mais empresas assinem eletronicamente contratos pela internet.
A ação, que atingiu a máxima histórica a US$ 92,55 no dia 19 de fevereiro, fechou o pregão de terça-feira cotada a US$ 70,94, o que corresponde a uma capitalização de mercado de US$ 12,73 bilhões.
Nossa expectativa é que a DocuSign demonstre certa resiliência nesse ambiente, à medida que mais empresas ao redor do mundo determinam que seus funcionários trabalhem em casa, criando assim nova demanda por ferramentas de trabalho remoto.
A DocuSign superou as estimativas tanto de resultados quanto de faturamento quando divulgou seu balanço no dia 12 de março. O lucro por ação totalizou 12 centavos, uma alta de 100% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita subiu para 38% em relação ao ano passado, para US$ 274,9 milhões, graças ao aumento do faturamento.
2. Netflix
A Netflix (NASDAQ:NFLX) dispensa apresentações.
A gigante do streaming resistiu à turbulência de mercado provocada pelo coronavírus melhor do que o mercado mais amplo. Suas ações, que atingiram a máxima de 52 semanas a US$ 393,52 no dia 3 de março, fecharam ontem a US$ 319,75, o que corresponde a uma capitalização de mercado de US$ 140,31 bilhões.
As ações generalizadas tomadas pelas autoridades ao redor do mundo para conter o vírus devem fazer com que mais pessoas recorram às opões de entretenimento da Netflix. Como um número cada vez maior de países está decretando isolamentos – como Itália, França, Espanha, entre outros –, a expectativa é que haja um aumento no número de assinantes nacionais e internacionais nas próximas semanas e meses.
A companhia, cuja base de assinantes total cresceu para 167 milhões no final de 2019, já teve uma disparada de downloads em regiões atingidas em cheio pela pandemia do coronavírus. Os dados mostraram uma forte alta nos downloads feitos pela primeira vez no aplicativo na Coreia do Sul, Hong Kong, Itália e Espanha.
O próximo balanço da prestadora de serviços de mídia localizada em Los Gatos, Califórnia, será em 20 de abril. O consenso dos analistas em relação ao lucro por ação é de US$ 1,61 para o primeiro trimestre, uma impressionante alta de 111% em relação aos US$ 0,76 registrados no mesmo período do ano passado. A previsão de receita é de alta de 27% em relação ao ano passado, para US$ 5,75 bilhões.
3. Teladoc Health
Considerada a primeira e maior empresa de telemedicina dos EUA, a Teladoc Health (NYSE:TDOC) usa um software de telefonia e videoconferência, além de aplicativos móveis, para fornecer atendimento médio remoto sob demanda. A empresa atendeu cerca de 27 milhões de membros em 130 países no final de 2019.
As ações da Teladoc Health se seguraram firme nos últimos dias, disparando para a máxima histórica mesmo com o mercado entrando em bear market. As ações fecharam a US$ 118,24 ontem à noite, perto da máxima recorde de US$ 153,75 atingida em 11 de março, o que corresponde a uma capitalização de mercado de US$ 8,6 bilhões.
A prestadora de serviços de saúde virtuais declarou que seu volume de visitas de pacientes disparou mais de 50% na segunda semana de março, em comparação com o mesmo período do ano passado, acelerando para 15.000 visitas solicitadas por dia. O total de visitas médias na semana foi de cerca de 100.000, na medida em que mais pessoas buscaram consultas médicas virtuais em meio à disseminação do Covid-19.
“Estamos vendo cada vez mais pacientes com problemas em suas vias respiratórias superiores”, declarou Lew Levy, diretor médio da Teladoc Health. “Como vimos na epidemia de gripe de 2018, um sistema de saúde de uma comunidade pode ficar superlotado, por isso o atendimento virtual pode ajudar a aliviar o sistema”.
A prestadora de serviços médicos virtuais registrou um prejuízo trimestral menor do que o esperado, enquanto a receita superou as expectativas, graças ao forte crescimento tanto no mercado americano quanto internacional. O próximo balanço será divulgado em 12 de maio.