Ações na B3: Analisando Oportunidades Interessantes sob Perspectiva de Inflação

 | 08.03.2021 20:43

Em matéria de macroeconomia e análises de longo prazo, tenho tido sorte, ou talvez algum mérito, com um saldo positivo de acertos no câmbio, na renda fixa e no mercado imobiliário brasileiro. Mas acho mais difícil fazer projeções de longo prazo para empresas, especificamente. Salvo raras exceções, não seguro minhas ações em carteira por muitos anos. Precipitadamente, saí de alguns papéis que já poderiam ter me feito milionário. Abri mão de excelentes posições em Vale (SA:VALE3), Weg (SA:WEGE3) e CSN (SA:CSNA3). Até em Natura (SA:NTCO3), cujas ações adquiri na oferta pública inicial, em maio de 2004. Apesar dos prejuízos no ano passado, Natura já subiu 4.200% desde sua estreia na bolsa. Ou seja, R$ 10.000,00 investidos ali seriam hoje R$ 420.000,00.

Gosto muito de observar e analisar a economia. Porém, quanto mais curtas as operações, menos me servem as análises. Se para swingtrades elas são limitadas, para daytrades então, são mesmo inúteis. A movimentação intraday, picotando suportes e resistências gráficas, é errática demais.

Devido às minhas análises e ao meu estilo de investir, a maior parte do meu portfólio ainda está nos antigos e generosos juros prefixados de dois dígitos. Commodities são minha segunda maior exposição. Ouro e prata desde o ano passado. Urânio desde poucas semanas. Minha meta nestas commodities é para os próximos cinco anos. Como alguns títulos prefixados venceram recentemente, busco aumentar minha exposição em ações. Atualmente, elas são a menor parte da minha carteira.

Apesar da volatilidade recente e de tantas altas acumuladas nas bolsas, algumas ações podem sinalizar boas oportunidades.

Alguns amigos e parentes, todos frustrados com a atual rentabilidade da renda fixa, têm me pedido palpites na renda variável. Não gosto de opinar nos investimentos dos outros. Prefiro mostrar como venho ponderando algumas ações. E cada um que faça sua própria leitura e síntese. Cada cabeça, uma sentença.

A primeira coisa a observar é o divórcio entre o mercado de ações e a realidade econômica das últimas duas décadas. Usando o Índice Tocalino, eu estimo o potencial do mercado consumidor nos EUA. É surpreendentemente como este indicador também reflete as oscilações da bolsa americana, apesar de mostrar três grandes defasagens desde setembro de 1996.