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Ao Infinito e Além... para Inflação, Dívida Pública, Dólar, Desemprego etc.

Publicado 02.03.2021, 19:30
Atualizado 09.07.2023, 07:32

O Brasil, 'o país do futuro', vem intensificando a sua situação já bastante agravada em vários aspectos, como tenta ilustrar de forma humorada o título desta análise.

Conforme podemos consultar no website do próprio banco central, observamos uma aceleração da dívida pública brasileira neste período de pandemia, ampliando ainda mais a delicada situação fiscal do país. Trajetória esta que pode se deteriorar ainda mais com a já anunciada extensão do auxílio emergencial, caso esta não tenha uma contrapartida objetiva (redução de gasto ou aumento de arrecadação).
Dívida pública

Pensemos num cidadão normal. Se este se encontra numa situação desconfortável em termos do tamanho das suas dívidas em relação à dimensão dos seus ganhos, os seus credores podem se perguntar se este será capaz de honrar futuramente com os seus compromissos/'empréstimos'.

Para tentar arcar com as suas obrigações, este mesmo cidadão precisará aumentar a sua receita (arrecadação), trabalhando mais (2º emprego) ou de forma mais eficiente, e/ou reduzir alguns custos, como deixar de comer carne todos os dias, se mudar para um lugar menor etc.

Se eventualmente ainda precisar de 'financiamentos' adicionais por qualquer motivo que seja, dada a sua já delicada situação financeira, esses mesmos credores, se concederem estas novas 'solicitações', irão requerer uma taxa de juros (mais alta) condizente com o risco de calote (da dívida).

Resumidamente a dívida de um país se parece muito com a de um cidadão normal. Quando a dívida está muito acentuada em relação a sua geração de riqueza (PIB), principalmente se este não possuir um histórico muito 'seguro' (países emergentes), as mesmas dúvidas começam a pairar no ar sobre a cabeça dos investidores, como questões sobre a capacidade de pagamento e de gerir as necessidades básicas do orçamento (educação, saúde etc.) de forma sustentável. A deterioração dessa situação também irá requerer taxas de juros maiores junto aos credores para emissões de novas (rolagem) dívidas (empréstimos).

A principal diferença entre um cidadão e um país é que este último pode fabricar dinheiro novo para honrar/empurrar os seus compromissos. O grande problema é que essa medida normalmente gera inflação (perda do poder de aquisitivo da população) dada a maior circulação de moeda na economia.

Dito isso, de forma bem resumida, sim, claro que o governo tinha que agir durante esse momento tão complicado para os cidadãos e empresas, no sentido de tentar criar ao menos uma condição de subsistência nesta calamidade. Contudo fica a questão se estes gastos foram realizados de modo eficiente, principalmente quando observamos o gráfico abaixo publicado pelo fundo Verde.
Dívida Pública e Gasto com a Pandemia entre Países Emergentes


Como na grande maioria dos países, as tentativas de minimizar os efeitos da pandemia vieram tanto pelo aumento dos gastos públicos (expansão da dívida), como pela redução da taxa de juros básica do país, a Selic (política monetária), na busca de incentivar o consumo/investimento.


Meta para a Taxa Selic

 

Contudo, conforme mencionamos, quanto maior a dívida, maior teoricamente deveria ser a taxa de juros a ser requerida. É verdade que esse movimento de redução da taxa básica de juros se deu de forma global e quase todos os países acabaram atuando da mesma maneira.

 

Mas a dose por aqui talvez tenha sido exagerada, uma vez que este atual nível da taxa de juros (jamais visto) atrelado à situação fiscal do país formaram os ingredientes necessários para a disparada do dólar frente ao real, saindo de praticamente 4,00 USD/BRL no início de 2020, para os 5,50 USD/BRL atuais.


Taxa de Câmbio Nominal


E como boa parte dos produtos e serviços que consumimos estão atrelados à moeda americana, sentimos no bolso um aumento significativo nos preços (principalmente dos alimentos). A inflação, infelizmente, é uma das formas mais graves de empobrecimento de uma população.
Inflação

E, mesmo com tantos estímulos fiscais e monetários, nos encontramos nos maiores níveis de desemprego observados desde 2012, e com a atividade econômica muito próxima do patamar alcançado em 2016, período marcado por uma severa recessão econômica.
Desemprego



Atividade Econõmica


A situação é grave, de difícil solução e de prazo demorado, isso se todos os poderes trabalharem em harmonia, e de forma colaborativa - quase como num filme de ficção.

E sim, tudo ainda pode piorar, principalmente se a evolução dessa pandemia se intensificar, como infelizmente se apresenta a atual tendência.
Situação da Pandemia no Brasil


Análises gráficas

As análises abaixo refletem apenas opiniões de cunho pessoal, e não ecoam de maneira alguma qualquer tipo de recomendação de investimento. Além disso, as mesmas são estritamente gráficas, e não consideram qualquer variável adicional, incluindo as citadas no início desse texto.

Ibovespa

Após alcançar o objetivo que traçamos nas análises anteriores, na casa dos 120mil pontos, o Ibovespa sentiu o topo do canal de alta marcado em preto no gráfico abaixo, e vem corrigindo de forma acentuada - possibilidade essa que também ressaltamos nas análises semanais anteriores.

Pela força de baixa produzida nesta última semana, o alvo na região dos 140mil pontos –assumindo que o descanso/correção que o levou dos 105mil aos 93mil pontos foi apenas a confirmação de uma bandeira de alta, claramente configurada conforme gráfico abaixo – se tornou menos provável, por enquanto.

Desta forma, supondo a continuidade do movimento corretivo, identificamos suportes importantes, na retração de 50% de fibo da sua última perna de alta, na faixa dos 110mil pontos, assim como na linha inferior do canal mencionado, ao redor dos 105mil pontos.
Ibovespa

Contratos de dólar

Os contratos futuros de dólar vêm trabalhando dentro de uma ampla congestão, conforme o retângulo destacado no gráfico abaixo.

A trajetória da moeda americana frente ao real poderá se definir de forma mais clara diante das questões domésticas resumidamente descritas no início deste texto.
Contratos de Dólar

O índice DXY reforça a tendência de enfraquecimento do dólar perante às outras moedas, e o rompimento para baixo da consolidação mais recente (marcada por duas linhas horizontas e paralelas em preto na parte inferior à esquerda do gráfico abaixo), sugerem que o dollar index poderá buscar mínimas que não são alcançadas desde o início de 2018.
DXY

 

Commodities/Metais/Bitcoin

 

Também como mencionado desde o ano passado, o preço do barril de petróleo mais do que alcançou o seu preço pré-pandemia.

"O preço do barril de petróleo WTI rompeu para cima uma consolidação entre os 34-42 USD/bbl que se arrastava desde o início de junho deste ano, caminhando para atingir o seu preço pré pandemia na faixa dos 54 USD/bbl."

 

Conforme também mencionamos, havia uma boa probabilidade que o preço continuasse a subir, dado o otimismo de recuperação econômica pelos mercados e o corte de Capex (investimento) realizado pelas empresas do setor de óleo e gás, sugerindo um futuro possível de desequilíbrio entre oferta e demanda também para o petróleo.

No entanto, os preços podem chegar em breve num patamar de equilíbrio, com os principais produtores reduzindo os cortes de produção realizados durante o período econômico mais intenso da pandemia.


Petróleo WTI

Cortes de Capex

O preço do minério de ferro, após atingir sua máxima histórica e fazer uma breve correção em cima de uma linha que liga dois importantes topos, reagiu de forma positiva nestas última semanas, e pode voltar a fazer novas máximas.
Minério de Ferro


Como também vínhamos mencionando, o rompimento do canal de baixa marcado pelas duas linhas diagonais e paralelas em cinza sugeriam graficamente que o cobre poderia alcançar patamares de preços bem interessantes (conforme setas em cinza situadas no canto direito do gráfico abaixo), como aconteceu nestas últimas semanas.

Contudo, chama a atenção o martelo invertido deixado nesta semana, podendo sugerir uma correção desta commodity nos próximos dias/semanas.
Cobre


Ouro/Bitcoin


O metal tem uma importante LTB (linha de tendência de baixa - marcada em vermelho) que não consegue ser rompida, e fechou esta semana com mais uma barra de queda importante, sugerindo a continuidade deste movimento de baixa.

Depois de uma alta surpreendente, o bitcoin fechou esta semana com uma correção bem acentuada, mas deixando uma sombra inferior também relevante, demonstrando força dos compradores nesta região.
Ouro


Biticoin


Agenda econômica

O calendário econômico desta semana será bem pesado, com a divulgação da atividade industrial de diversos países, índice de inflação, PIB, payroll, entre outros.
Agenda Econômica - Brasil

Agenda Econômica - Mundo

Obrigado pela atenção.

Últimos comentários

Analise coerente baseado em dados atuais e projeção realista. Eu estsva esperando que o ibov estaria em niveis mais baixo de cotação. Se foi exagerada a queda em março 2020, estar em topo historico em janeiro de 2021, tambem era. Mas em pouco tempo vi que o mercado nao segue una logica (pelo menos nesse curto periodo que acompanho)
Muito agradecido pelo feedback Fabiano.
Parabéns André. Finalmente uma análise centrada e reportagem de valor, coisa bem rara de se ver aqui. quade sempre tendenciosa.
Muito agradecido pelo feedback e elogio Marcio
Mas já ficou mais do que provado , que não dá pra fazer análise de cenário de forma acumulativa. Se fosse assim, estaríamos em 60k desde o início da pandemia até hoje. Tem que saber qual é a "bola da vez". A "nova notícia bombástica ainda não precificada".
Excelente Matéria. muito real pro nosso momento. Pé no chão!!
Obrigado Tito
Excelente análise, André! Parabéns e muito obrigado! Considerando todo o cenário internacional, temos pares melhores posicionados em termos de política fiscal e monetária. Porém o Brasil é extremamente resiliente quando se trata de PIB. Vimos anos e anos de decadência na politica monetária/fisal e pra mim está clara essa resiliencia. O grande buraco na minha opinião é o dragão da inflaçao, que mexe profundamente com nossos bolsos e ressuscita comportamentos que a população nao praticava mais, que são extremamente danosos e terminam por indexar a economia. Agradeço se puder tecer algum comentário sobre minha visão. Muito obrigado!
Oi Marcelo, primeiramente, obrigado pelo feedback. Sim, temos uma resiliência incrível, mas tudo pode ter 'um fim'. Não acho que estamos nesse 'esgotamento' ainda, mas temos exemplos desse tipo no nosso continente. Concordo que temos pares muito melhor posicionados, em termos de seleção de investimento. Sobre a inflação, nós e o mundo inteiro podemos entrar numa 'sinuca de bico' complicada de sair, no sentido que o endividamento de governos, empresas, e pessoas físicas se encontra em patamares preocupantes, e o remédio costumeiro utilizado para contenção da inflação é via aumento das taxas de juros, que por sua vez, gera contração à economia, e encarece a dívida desses agentes. Obrigado mais uma vez.
Eu torraria todas as reservas de ouro e dólar, para reativar projetos desenvolvimentistas. Aumentava a produção, escoava mais e melhor as commodities. Reativaria o aumento das linhas férreas. Terminaria todas as grandes obras inacabadas. Diminuiria o desemprego e aumentaria o PIB!!!
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