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Resumo de Agosto: Rali do Fed Será Duradouro? 6 Cenários de Reversão no Radar

Publicado 01.09.2020, 09:17
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Publicado originalmente em inglês em 01/09/2020

O mercado acionário dos EUA registrou em agosto seu quinto mês consecutivo de valorização, na esteira de um dos ralis mais fortes desde 2000.

De fato, essa disparada parece ter vigor suficiente para durar por mais algum tempo. Evidentemente existe uma boa razão para isso: o Federal Reserve entrou com tudo para fazer as pessoas voltarem a trabalhar. O banco central americano provavelmente não elevará as taxas de juros superbaixas este ano ou no próximo.

O Índice Nasdaq Composto subiu 77,6% desde o fundo de 23 de março, enquanto o S&P 500 se valorizou 59,7% e o Dow Jones, 56,1%, no mesmo período.

Melhor agosto em anos

Durante o período, os índices Nasdaq e Nasdaq 100, repletos de ações de tecnologia, de longe apresentaram os melhores desempenhos, com uma alta de 31,2% e 38,7%, respectivamente. Ambos atingiram novas máximas na segunda-feira e vêm registrando níveis recordes regularmente desde meados do ano. Nesse ínterim, o SPX teve alta de 7% e também atingiu novas máximas.

Nasdaq Composto - Gráfico Mensal

Até sexta-feira, o Dow Jones finalmente havia recuperado todas as suas perdas desencadeadas pela pandemia e se valorizava 0,4% no ano. Mas a queda de 224 pontos na segunda colocou o índice em território negativo no ano, com uma perda de 0,38%.

No geral, esses principais índices proporcionaram aos investidores seu melhor mês de agosto em anos – desde 1984 para o Dow e S&P 500 e desde 2000 para o Nasdaq.

Desde o crash de março, as ações de tecnologia têm sido as maiores beneficiárias do apetite para o risco. O patrimônio pessoal do CEO da Amazon.com (NASDAQ:AMZN), Jeff Bezos, atingiu US$ 200 bilhões. Além disso, quatro empresas – Apple (NASDAQ:AAPL), Microsoft (NASDAQ:MSFT), Amazon e Alphabet (NASDAQ:GOOGL) – encerram o mês com capitalizações de mercado de pelo menos US$ 1 trilhão cada uma. A Apple, particularmente, atingiu um impressionante valor de mercado de US$ 2,2 trilhões.

Apesar de todo esse êxtase do mercado, os investidores fariam bem em se perguntar quando esse rali vai terminar. Apresentamos a seguir 6 cenários em que isso pode acontecer:

1. Quando o Fed começar a elevar os juros

Como mencionamos acima, isso não vai acontecer neste ou no próximo ano, na medida em que os bancos centrais mundiais continuam enfrentando a devastação causada pela covid-19. Mas, quando os juros subirem, preparem-se.

Os juros baixos estão gerando riscos, pois muitos investidores em busca de rendimentos só conseguem agora obter retornos razoáveis com ações. A rentabilidade dos títulos de 10 anos do tesouro americano estava em 0,69% ontem, em comparação com 2,446% ao final de 2016 e 6,43% no início de 1999.

Treasuries de 10 anos - Gráfico Mensal

Por causa da pandemia, o dinheiro vem se concentrado em poucas classes de investimento, principalmente ações de tecnologia, imóveis, entretenimento digital e fabricantes de bens de consumo básicos com infraestrutura para entregar valor e eficiência. Pense em Amazon, Walmart (NYSE:WMT), Target (NYSE:TGT), Costco Wholesale (NASDAQ:COST), Home Depot (NYSE:HD) e Lowe's (NYSE:LOW).

Apple, que realizou um desdobramento de 4 para 1 em suas ações na segunda-feira, se valorizou 75,8% neste ano. Com base em seu peso no Dow, que tem 30 componentes, a ação contribuiu com 1.400 pontos para a capitalização do índice, representando cerca de 14% do valor de mercado do Nasdaq 100.

2. Se as ações de tecnologia caírem e outros setores não conseguirem segurar a alta

As ações de crescimento predominaram desde março. As ações de valor, por outro lado, que incluem bancos, indústrias tradicionais e congêneres, enfrentaram dificuldades. A Tesla (NASDAQ:TSLA), que fez um desdobramento de 5 para 1 em suas ações na segunda-feira, subiu mais de 496% neste ano e cerca de 74% só em agosto. Uma liquidação nas chamadas Big Techs poderia ser desencadeada por uma alta abrupta dos juros ou um evento geopolítico, como um novo acirramento das tensões EUA-China.

O risco para as ações de crescimento parece estar acelerando. O Índice de Força Relativa (IFR) do Nasdaq e Nasdaq 100 estava se aproximando de 77, sugerindo que ambos os índices estão sobrecomprados. O S&P 500, cujo rali foi alimentado por ações de crescimento, também tem um IFR de 77.

O S&P 500 viu esses níveis pela última vez em janeiro e fevereiro, sugerindo um sell-off no primeiro trimestre. De fato, a queda foi monstruosa.

3. Se a incipiente recuperação doméstica se estagnar

É possível ver uma recuperação nas vendas de casas unifamiliares impulsionada pela fuga da pandemia. A robustez das vendas de imóveis é boa para as vendas de eletrodomésticos, ferramentas e tintas. As ações da Sherwin-Williams (NYSE:SHW) estão girando em torno da sua máxima de 52 semanas e se valorizaram mais de 16% somente neste trimestre.

Da mesma forma, as ações de empresas de transporte ferroviário, rodoviário e logística estão em alta, com os investidores claramente esperando um fortalecimento da recuperação. O índice Dow Jones Transportation subiu 2,6% no ano. A Landstar (NASDAQ:LSTR) se valorizou cerca de 9,3%. A JB Hunt Transport Services (NASDAQ:JBHT) ganhou quase 10% neste mês. A gigante do setor de entregas de encomendas FedEx (NYSE:FDX) saltou 30,6%. 

Mas o que está pesando sobre esse “mar de rosas” é a perspectiva concreta de enormes demissões em companhias aéreas, hotéis e outras indústrias duramente afetadas. Os colaboradores dessas companhias, que estavam de licença, estão recebendo a notícia de que serão demitidos. Ao mesmo tempo, a pandemia voltou a ganhar força, obrigando o fechamento de escolas, faculdades e empresas, além de provocar o caos nas contas públicas.

4. Se a eleição de novembro acabar no judiciário

Se perder, ninguém espera que Donald Trump saia do pleito sem brigar. Com isso, se houver a combinação entre uma contagem lenta de votos e uma tentativa de Trump de garantir uma vitória pela via judicial, o estresse doméstico pode ser maior do que na corrida Bush-Gore, que acabou na Suprema Corte em 2000.

5. Se os preços do petróleo subirem forte

A Arábia Saudita e a Rússia (em conjunto com os produtores de shale oil nos Estados Unidos) estão desesperadas para elevar suas receitas com o petróleo, mas a covid-19 está frustrando a retomada das viagens e de grande parte da atividade econômica local. Uma rápida e repentina alta dos preços do petróleo, motivada, por exemplo, por uma guerra do Golfo Pérsico poderia facilmente fragilizar a recuperação. O recorde nos preços do petróleo na primeira metade de 2008 foi um dos grandes contribuidores da Grande Recessão.

Mas isso não parece factível no momento. O barril de Brent, referência mundial do petróleo, caiu abaixo de US$ 20 em março e quase tripicou desde então. Porém, mesmo com uma cotação de US$ 45 por barril, o Brent ainda registra queda de 31% no ano e 48% em relação à máxima alcançada em 2018.

6. Se o rali não for uniforme

O índice Russell 2000, que rastreia as empresas de menor capitalização, apresenta queda de 5,4% no ano. As ações de biotecnologia estão enfrentando dificuldades, com raras exceções, como Moderna (NASDAQ:MRNA) e Novavax (NASDAQ:NVAX) que, ao que tudo indica, estão desenvolvendo uma vacina promissora contra o coronavírus.

Russell 2000 - Gráfico Mensal

A Moderna se desvalorizou 12,4% em agosto, mas o entusiasmo com o possível sucesso da sua vacina fez suas ações dispararem 232% neste ano, muito embora a companhia sequer tenha colocado a droga no mercado. A Novavax também derrapou em agosto, caindo cerca de 25%. Mas seus papéis ainda apresentam valorização de 2.672% no ano.

Dezoito das 30 ações do Dow Jones registram queda no ano, mesmo depois da recente recomposição do índice, que adicionou a gigante da biotecnologia Amgen (NASDAQ:AMGN), o conglomerado industrial Honeywell International (NYSE:HON) e a empresa de software Salesforce.com (NYSE:CRM). Elas entraram no lugar de Pfizer (NYSE:PFE), Raytheon Technologies (NYSE:RTX) e Exxon Mobil (NYSE:XOM), que integrava o Dow desde 1928.

É muito positivo ter um rali impulsionado por grandes ações de tecnologia. Mas, como mostrou a bolha “ponto-com”, o setor de tecnologia não consegue segurar tudo nas costas.

Os maiores vencedores do Dow são Salesforce, Apple, Nike (NYSE:NKE) e Disney (NYSE:DIS). Quem apresentou o pior desempenho foi a Cisco Systems (NASDAQ:CSCO), que caiu cerca de 10,4%.

As melhores ações do S&P 500 em agosto foram MGM Resorts International (NYSE:MGM), Royal Caribbean Cruises (NYSE:RCL), a fabricante de alumínio Arconic (NYSE:ARNC), a empresa de fertilizantes Mosaic (NYSE:MOS) e a Salesforce.com.

Os integrantes com desempenho mais fraco são: Nektar Therapeutics (NASDAQ:NKTR), a empresa de equipamentos médicos Becton Dickinson (NYSE:BDX), a fornecedora de serviços na nuvem Arista Networks (NYSE:ANET), a petrolífera Occidental Petroleum (NYSE:OXY) e a prestadora de serviços públicos Evergy (NYSE:EVRG). 

As companhias aéreas continuam enfrentando dificuldades. O American Airlines Group (NASDAQ:AAL) e a United Airlines (NASDAQ:UAL) ainda apresentam queda de mais de 50% e alertaram os colaboradores de um grande volume de demissões neste trimestre.  

Existe um antigo ditado nos círculos financeiros: Não brigue com o Fed. Se você acredita que a inflação está perto de explodir, lembre-se de que o Fed e seu enorme poder de influenciar os mercados financeiros está prestes a ir contra sua posição. Os investidores que tentaram fazer a operação dar certo nos últimos anos aprenderam dolorosas lições.

Ao mesmo tempo, os mercados podem descarrilar por um evento totalmente imprevisto, como o pânico da covid-19, que eliminou um terço do valor das ações dos EUA em praticamente um mês.

Esse é um ponto importante para se lembrar, considerando que os enormes valuations das ações em uma economia e ambiente político voláteis.

Últimos comentários

E aconteceu!!!
Análise me parece muito precisa e coerente, refletindo bem o cenário atual!
Análise me parece muito precisa e coerente, refletindo bem o cenário atual!
Excelente artigo. Analise ampla e realista do ambiente econômico atual.
Muito interessante e esclarecedora essa análise. parabéns para o autor.
As pessoas não entendem que o mundo não é só co m orar ações diretamente. Esses cenários são bem interessantes para pessoas que gostam de altos movimentos comprando pozinho de opções. Obrigado pelo artigo,!
ta de sacanagen. até guerra no golfo pérsio foi citado! mais um chutando 50% chance acertar
Bom artigo
Muito bom
Mais um casando Topo
Muito bome e abrangente o conteúdo.
muito bom...bem abrangente
Mais um Zé vendinha frustrado
Vlw Charles...deu uma geral no cenário.
Excelente Artigo parabéns
Isso, e o dólar aqui vai cair, daqui a poucos dias, 50% em um só dia, com especuladores desfazendo posições.
quem te contou essa???
Kkkkkk aqui mas nem daqui a 30Anos...
Problema sera se o trump perder, ai o cenario atual muda rapido! 😬
Errado
o Trump é tão nocivo ao mercado qto é TB o Jair, um governo de centro lá e cá só trará benefícios
isso ai! 👍
que comece os jogos
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