A intervenção do Banco Central ontem, a qual deve se repetir hoje pode ser o primeiro sinal emitido pela autoridade monetária de um possível teto para a desvalorização do Real frente ao dólar.
Desde o início deste ano, o Real tem sofrido um ataque em massa no fronte externo, por conta da forte redução do diferencial de juros em consequência da queda da Selic e um interno, com locais fortemente comprados em dólares, seja por posicionamento ou por hedge.
Eis que tais posições geram testes diários dos limites do Banco Central, principalmente após o ‘fechamento da porta’ dos cortes de juros, reduzindo a expectativa de prêmio nos diversos vértices da curva de juros.
Outro ponto importante, ainda nominalmente ignorado, devido à atividade econômica com fraca recuperação é o possível impacto inflacionário do câmbio. Por enquanto, não é possível observada nada significativo em termos de impacto, principalmente em itens mais sensíveis da cesta devido a safra recordes, chuvas intensas (exceção ao sul do Brasil), bandeira verde no consumo de energia elétrica e queda no preço internacional do petróleo.
Todavia, a continuidade do problema do Coronavírus pode trazer uma queda na cadeia global de suprimentos, caso não se resolva em breve, qualquer sinal de melhoria da atividade econômica tende a deflagrar uma série de correções de preços e ameaçar a inflação.
Nada disso é observável ainda, daí o posicionamento um tanto mais leniente da autoridade monetária e discursos desconexos da autoridade econômica, falando sobre dólar.
Na agenda econômica, foco no IGP-10, com projeção de deflação de -0,08%, puxada pela queda dos preços no atacado e pelo IBC-Br, prévia do PIB brasileiro, o qual pode apresentar leve contração em dezembro (-0,5%), porém fechar o ano aos 1,4%.
Nos EUA, atenção à atividade econômica com vendas ao varejo e produção industrial.
Na Europa, o PIB repetiu o resultado trimestral anterior de 0,1%, com anual de 0,9% e na Alemanha, 0% no trimestre, 0,3% aa, um número fraco, como a série de dados que tem se repetido neste país recentemente
Atenção aos balanços de RBS, AstraZeneca, Crédit Agricole, Japan Post Bank, Tokio Marine, Toshiba, Schindler, Kirin e Renault.
Localmente, BTG Pactual (SA:BPAC11), Cosan (SA:CSAN3) e Usiminas (SA:USIM5).
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