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BC/Copom Precisam Ousar no Enfrentamento do Momento, Confrontando Regras e Dogmas

Publicado 06.04.2020, 07:02
Atualizado 09.07.2023, 07:32

O Brasil convive com um momento absolutamente atípico a tudo que poderia ser imaginado, e neste ambiente controverso e quase que desconhecido em suas perspectivas de curto/médio/longo prazos as autoridades monetárias, na absoluta impossibilidade de paralisar a atividade do seu mercado financeiro como o está fazendo com o setor produtivo, precisa demonstrar-se resoluto e ousado e isto representa agir contraditoriamente às regras e dogmas usuais, pois o tempo difere de tudo que se presenciou no mundo, principalmente após ter se globalizado.

Cenários atípicos sugerem estratégias atípicas e reacionárias ao “status quo” que a passividade e práticas contumazes pouco criativas acabam estabelecendo e que provocam expressivos danos ao país.

O real é uma das moedas de maior giro no mercado internacional dada a sua liquidez, o que não a torna conversível, mas pelo fato de estar acostada a um país que detém reservas cambiais e estratégias operacionais bastante argutas, e isto lhe impõe exuberante desvalorização frente a moeda americana no mercado internacional.

A excepcional liquidez no mercado externo a faz quase que a predileta dos especuladores no mercado internacional e o BC neste ambiente fica totalmente à margem de qualquer intervenção mais incisiva, ao manter-se fiel à lógica das regras e dogmas contumazes, que possa afetar este comportamento.

Então, entendemos oportuno questionar se não é o momento do BC mudar do contumaz e contrariar as expectativas e ser efetivamente ousado mudando as regras do jogo.

O real foi conduzido, inicialmente, à abrupta desvalorização ancorado na tese colocada pelo Ministro da Economia do “juro baixo câmbio alto”, e sem definir paradigmas para o conceito “câmbio alto”, que assim passou a ter uma perspectiva “abstrata” do que se valeram os especuladores que “turbinaram” a pressão a partir do mercado futuro de dólar, mesmo ao início do ano onde o déficit do fluxo cambial ainda não era expressivo e tendo o real fechado o ano ao preço de R$ 4,01.

No meio de forte movimento especulativo instalado sob “os aplausos de muitos”, veio a crise do coronavírus e atropelou o preço deteriorando os ativos do mercado financeiro, “destruindo” os preços da Bovespa, do dólar e incentivando a redução do juro.

Houve o incremento de saídas de recursos estrangeiros do país, que perdeu totalmente qualquer mínima atratividade externa.

O mundo passou a avaliar o Brasil com outro conceito e o CDS 5y saltou de 91 pontos em meados de fevereiro para até 4 vezes ao longo de março, estando após romper forte a linha dos 350 pontos, no em torno de 270 pontos.
Isto impactou na disponibilidade de linhas externas de curto prazo para os bancos, que as utilizam para ancorar o financiamento das posições vendidas com que operam no mercado de câmbio, e, naturalmente seus custos.

O BC desde então se restringe a ação profilática de suprir as carências de liquidez no mercado à vista com oferta de moeda efetiva, rolagem de swaps cambiais vincendos e esporádicas ofertas novas, e oferta de linhas de financiamento externo e mais leilões de compras de títulos soberanos nominados em moeda estrangeira em poder das instituições financeiras, para desafogá-las do novo cenário externo adverso para linhas de curto prazo.

E assim, o preço da moeda americana frente ao real está à deriva, com o BC sem poder de influência sobre a formação do preço do câmbio, limitando as ações contumazes sugeridas pelo monitoramento passivo.

Neste contexto, não há como se realizar quaisquer projeções a respeito do preço do câmbio.

Contudo, consideramos que cabe ao BC mudar a postura, sair do trivial, e reagir de forma incisiva.

Como?

Primeiro, buscando desconstruir a tese do “juro baixo câmbio alto”, virando o jogo, o COPOM deveria elevar o juro rapidamente para algo em torno de 5%, criando atratividade para as operações de “carry trade” que despertariam interesse aos investidores estrangeiros, e criariam forte demanda pelo real que assim poderia reverter a tendência de desvalorização fortalecendo-se frente ao dólar.

Na margem, poderia até atrair investidores estrangeiros não ancorados no “carry trade” mas ansiosos por obter melhor rendimento, de vez que o mundo pratica juro próximo de zero ou negativo.

Adotando postura mais ousada poderia reverter o preço da moeda americana no nosso mercado para o em torno de R$ 4,50, naturalmente impondo perdas para quem especulou, porém não sem antes reduzir uma considerável parcela das reservas cambiais, talvez em torno de US$ 80,0 Bi, cumprindo o vaticínio do Ministro Guedes quando estimulou a estratégia do “juro baixo câmbio alto” de que vender reservas a R$ 5,00 seria uma grande tacada para o governo, que agora se prestaria a atenuar o impacto do déficit fiscal pelo menos para este ano.

Enfim, o momento é de ousar, surpreender, e não ficar repetindo práticas contumazes e rotineiras!

Últimos comentários

Geralmente concordo com os textos do SN. Não desta vez. Melhor ter dolar alto especulado que mais baixo com menos reservas. Se bancos comprados estão "pendurados" em empréstimos externos para sustentar a especulação, seriam os que sairiam ganhando com a baixa da cotação, às custas, claro, da queima de reservas. Deixa subir, até não aguentarem mais. Apenas não acredito que é isso que vai acontecer. Acredito que queimarão reservas. Afinal, quem realmente manda nessa bagaça ?
Com o déficit fiscal aumentado esse ano por conta da pandemia, aumentar os juros drenaria ainda mais recursos públicos para rolagem da divida pública. É uma tomada de decisão difícil mas não é trivial. Acho que o BC irá manter a taxa de juros até o final do ano e depois subir gradualmente por conta da volta da inflação.
Juro baixo no Brasil faz donos do País ganharem menos. Por isso os juros subirão. É aritmética: dívida alta com juro baixo custa barato. Dívida baixa com juro alto, custa caro. A decisão não é difícil, é DIRIGIDA.
Excelente matéria! Estamos à deriva no câmbio e sem atratividade para investimentos estrangeiros.
Um texto meio sem sentido, como se o unico objetivo fosse derrubar o dolar. Para que afinal construiu uma tese para isso? Com alta taxa de juro, ate a premissa inicial nao se mantem ... "na absoluta impossibilidade de paralisar a atividade do seu mercado financeiro como o está fazendo com o setor produtivo". Nao consigo ver a melhoria do setor produtivo com uma alta na taxa de juros, nem consigo ver para o mercado em geral. O BC tem objetivo de meta de inflacao e dar liquidez da moeda (incluindo dolar). Uma tese, em primeiro lugar, teria que ter essa base, para se iniciar... senao tem que construir uma tese nao com o BC, com a legislacao e ai seria com o Congresso/Executivo.
só explica qual a vantagem de baixar o câmbio e aumentar os juros nesse momento específico que não temos inflação nem tendência a tê-la num futuro próximo?
IGPDI(MAR) publicado hoje 1,64%/ mês.
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