Garanta 40% de desconto
💎 WSM subiu +52.1% desde que foi selecionada por nossa estratégia de IA em dezembro. Acesse todas as açõesAssine agora

Câmbio: Mudar Patamar do Preço “Na Marra” é Diretriz Errática e Ultrapassada!

Publicado 14.02.2020, 07:00
Atualizado 09.07.2023, 07:32

A política de governo, a partir do Ministério da Economia e cumprimento pelo Banco Central do Brasil, é na realidade uma nova tentativa de “reinventar a roda”, pois se trata de política que guarda semelhança com a já executada no Brasil, na questão cambial, à época do então Ministro Delfim Neto.

Delfim buscou dar “competitividade” a ineficiente indústria nacional no mercado externo com o aviltamento da taxa, à época administrada, e não logrou sucesso visto que faltavam as nossos produtos, a exemplo do que perdura hoje, valor agregado devido a baixa tecnologia dos mesmos, talvez com exceção da Embraer.

O mundo não era globalizado como na atualidade e havia pouca transparência até na formação das taxas das moedas e o Brasil tinha uma participação muitíssima modesta no comércio exterior, sendo um exportador basicamente agrícola.

Foi um insucesso! A competitividade é formada por outros elementos mais relevantes!

Atualmente, a utilização de preços artificiais de moedas é facilmente detectada no mundo globalizado e punida com discriminação nas relações comerciais, havendo organismos aos quais são denunciadas as más práticas.

Há por parte deste governo o intuito claro em mudar o patamar do preço da moeda americana no mercado de câmbio brasileiro conjugando-a com uma política de juros baixos, com o claro intuito, na primeira leitura, de incentivar os investimentos no nosso setor produtivo e viabilizar a inserção do mesmo no mercado internacional com o “input” da taxa cambial depreciada para prover nossos exportadores de competitividade.

Bom lembrar que o maior exemplo desta prática nefasta é a China, que, contudo, já não consegue dar curso a esta estratégia nos tempos atuais, haja vista o embate recente sino-americano e suas repercussões na economia global.

Naturalmente, o governo tem outros objetivos implícitos com a queda do juro e o câmbio com preço alto que envolvem benefícios para o carregamento a dívida pública e valorização do estoque de reservas cambiais, já que tem demonstrado interesse em reduzi-las e isto é redutor do montante da dívida pública, etc.....

Objetiva “superar” o estigma de que o Brasil é um país “caro”, seja na Bovespa, seja para investimentos na infraestrutura no momento que idealiza o programa de privatizações, pois o câmbio distorcido mitiga, em tese, esta assertiva.

Enfim, o fato é que elevar substantivamente o preço da moeda americana é política aberta e declarada deste governo como estratégia de gestão, mas isto é difícil de fazer sem a percepção clara, interna e externa, da artificialização visto que o país, a despeito do enorme fluxo de capitais especulativos que deixou o país em 2019 afugentados pela queda do juro, manteve a taxa na virada do ano em R$ 4,01, ancorada no soberbo montante de reservas cambiais que é mantida pelo país.

Não dá para mudar o preço do câmbio “na marra”, o mundo globalizado hoje é vigilante a esta prática, e isto certamente gerará retaliações dos concorrentes por todos meios possíveis, provavelmente a partir dos Estados Unidos, tido como nosso aliado, “pero no mucho” na concorrência comercial.

No fundo a clareza desta prática, até mais evidente neste período inicial de fevereiro quando o fluxo cambial demonstra-se positivo em mais de US$ 3,0 Bi, promove mais insegurança e incertezas do que estímulos, e acaba sendo aproveitado pela especulação que “nada de braçadas” puxando o preço no mercado futuro mesmo quando, como mencionado o fluxo cambial de fevereiro, fatores apontam tecnicamente para uma apreciação do real, o que contraria a tese prevalecente e defensiva do governo de que o “câmbio é flutuante”, que virá outra falácia.

Dias atrás, mencionamos que deveria agir com a oferta de swaps cambiais tradicionais novos para conter o movimento especulativo instalado a partir do mercado futuro e assim a alta atípica, até porque não havia pressão de demanda no mercado à vista, que revelava melhora de fluxo cambial.

Não o fez, porém ontem parece que houve certo pânico com a alta conduzindo o preço acima de R$ 4,38, provavelmente motivado pelo tom e conteúdo do discurso do Ministro da Economia a véspera, e então o BC finalmente realizou leilão de 20.000 contratos de swaps cambiais tradicionais.

A manutenção contumaz deste discurso de “juro baixo câmbio alto” e estimulante à especulação e se perder o controle da intensidade e agravamento da alta, não tardarão os impactos inflacionários inevitáveis.

A tese de “juro baixo câmbio alto” pode até vir a prevalecer de forma gradual e evidentemente mais equânime com o “status quo” do país com o tempo, mas não “na marra” impactando fortemente nas decisões empresariais, pois como dissemos gera mais insegurança pela forma abrupta que está sendo induzida do que estímulos.

Afinal que grau de convicção há para desconsiderar que o dólar a R$ 4,00 já não pode ser considerado alto para o juro SELIC de 4,25% referencial que é figurativa numa economia que o pratica em patamar bem acima?

O governo precisa acentuar o foco na reforma tributária, isto sim, agir para deprimir o custo Brasil, que é efetivamente o que tira competitividade do produto brasileiro e incentivar a incorporação de valor agregado aos nossos produtos, tecnologia, política séria e consistente e não ficar adotando estratégias que visam manter o “status quo” inalterado com a compensação errática da artificialização do preço da moeda americana no nosso mercado.

O mote correto a ser adotado e perseguido é: “juro baixo e custo Brasil baixo”, isto sim é receita de sucesso duradouro!

Últimos comentários

Inacreditável que haja um séquito que insiste em desvirtuar qualquer análise econômica, classificando-a como "pró" ou "contra" o governo. Não sei de onde tiraram a ideia de que o mercado é de "direita". A ideologia do mercado é o dinheiro: o mercado não está nem aí para a paranoia ideológica, seja de esquerda ou de direita.
O mercado apoia Trump, Bolsonaro, apoiou Macri, e não apoia partidos/candidatos centro-esquerda e de esquerda. Preciso fazer desenho?
Tentar aumentar competitividade por meio do câmbio é uma estratégia econômica de fundo de quintal. Para descrever as políticas de Paulo Guedes já se criou inclusive um neologismo: CHICAGADAS. Se câmbio alto fosse sinônimo de crescimento econômico, a Argentina seria uma potência mundial. E, ao contrário do que alguém comentou, não é a reforma administrativa que reduzirá o custo-Brasil: não adianta reduzir salários e servidores, se você não reduz a burocracia. Prova disso é a fila interminável do INSS. A virada de chave virá quando simplificarmos o sistema tributário (o que não significa reduzir a carga tributária) e reduzirmos a regulação.
As medidas foram tomadas... to sentindo é outro cheiro... parecido com o cheiro que a gente sentiu no caso da squadra... sera que a ngo tava virada completamente pra compra e voltou? =D
agora o discurso mais estranho que eu tenho escutado é que o dólar alto será o financiador da industrialização do Brasil. Pergunta ao sujeito que vai meter máquina pelo seu complexo industrial a fora como é pesado o investimento e manutenção dessa estrutura cujo custo é dolarizado... dai ele vai no fornecedor comprar insumos, dai essas comoditties estão caras pq no custo de oportunidade o produtor prefere exportar do que vender pro palerma brasileiro aqui que entupiu o galpão de máquinas e vai pagar o cara em reais... o produtor quer ganhar em dólar, vai ser fornecedor do chinês e não do empreendedor brasileiro que quer reindustrializar o país... Eu fico assistindo a lacração e eu lamento mto... pq eu fui - e ainda sou, em certa medida - apoiador desse governo, pq fora esses aspectos, acho q é mto melhor do que tivemos desde a redemocratização..mas no que concerne a política economica e a esses mantras que viram dogmas dos apoiadores, e saem como frases prontas e lacração, isso ai não.
o pior de tudo é que o pessoal não entende qual o impacto de um câmbio altamente volátil numa "transformação" de fluxo de caixa descontado para um investidor estrangeiro. Como o sujeito vai ter a confiança de projetar fluxos de caixa futuros e conseguir converter esse fluxo para a sua moeda se é tão aleatória a estimativa de um teto para o dólar? e do que vale um free cash flow futuro num país que vc nao sabe ainda qual será os efeitos da alto ROC do câmbio na inflação? No final, isso fica parecendo um samba do crioulo doido em planilhas que tentam estimar qual o retorno de um ativo em reais, base monetária esta que não interessa ao padrão de precificação internacional, principalmente quando o guardião dessa moeda não dá sinais claros e manifestações de que irá defende-la dentro de uma banda de baixa volatilidade. Dai ficam se perguntando pq o gringo não vem. Se a taxa de juros não tivesse se enveredado por esse tobogã de queda de julho pra cá, gringo tava querendo comprar bolsa barata
Corretíssimo! Volatilidade excessiva na cotação traz incertezas para o investidor estrangeiro. Com Bolsa nas alturas (sandice inexplicável) e câmbio volátil demais, não se pode esperar por investimento externo.
Aplaudo o artigo, dr. Sidnei.. Diversos "especialistas" certamente vão te criar por tal texto, mas é a mais pura verdade.. A China já mandou bilhões em swaps de dólares pro mercado pra serem liquidados em pouco tempo, aqui o BC faz rolagem de dólares a vencer e coloca mais no mercado onerando o orçamento público sem conter nenhum centavo da moeda e ainda dando, literalmente, dinheiro pro bancos e banqueiros luxarem no exterior... O mesmo dinheiro que poderia ser utilizado para estimular o desenvolvimento interno com importações tenta travar uma alta que se deve justamente a falta de movimento de compra de reais.. Erroneamente o governo injeta dólar por real com clara movimentação de que os valores injetados serão utilizados para especulação a mercado.. Lembro aqui que em 2013 houve a mesma pratica pelo BC, que resultou numa compressão da força do real ante dólar já em 2014 e mesmo com diversas atuações já em tal ano nenhuma delas tinha mais forças, fomos à R$3. . Agora R$4!. Logo à R$5-R$6-R$7.
Criticar*
melhor texto que vc já escreveu Sidnei.
Para os Iluminados do governo é simples, só aumentar o.dolar baixar a Selic e passar o.problema para os importadores e alegar que isso da.competitividade a.nossa industria ineficiente e pouco elaborada, ate porque o governo nao investe me.nada! Governo e ministro da economia, aliado as Raposas Receita Federal.só sabem sugar e explora, emitindo multas e cobrancas indevidas! Esse governo como todos os outro é infeliz e mal intencionado do ponto de vista fiscal e tributario!
Política já testada e ser sucesso
Análise muito coerente, vamos pedi que o ministro da economia enxergue isso e entenda que esse tipo de política cambial somente gerará inflação e um falsa competitividade no mercado internacional
Análise muito interessante! Precisamos de uma voz livre e original como o sr.Nehme.
o Dólar deveria estar a 6 se não fosse as intervenções do banco central.acorda para vida....o dólar para o Brasil e 6 reais.pois o bosso forte e exportar e não ir para Disney
Prezado Senhor Sidnei, permita-me perguntar-lhe: qual é o método de aferição que se utiliza para afirmar que “todo mundo entende e bem” seu texto? Pergunto-lhe, pois, eu mesmo não me senti seguro sobre a propriedade do conteúdo, diante de sua inabilidade em utilizar pronomes relativos ou regras de pontuação, para citar apenas dois exemplos. Ao invés de reescrever o texto, adequando-o, mostrou-se refratário a críticas e, além de sua já combalida credibilidade, comprometeu igualmente a do portal que lhe dá voz.
A temática, abordada neste artigo, é sobre FINANÇAS ou sobre “escrita”? Creio que a resposta é de fácil entendimento ; )
se ele consegue comunicar um raciocínio sobre elementos macroeconômicos aos entendedores de economia, a linguagem utilizada permanece eficaz, embora não agrade a sua estética... ou será que é porque vc nao consegue entender 1% das percepções que o autor de de política monetaria de modo a conseguir combater os argumentos do autor ao invés da pontuação? Estratégia baixa essa. Eu tenho sempre discutido insights do Sidnei, discordo de mtos deles, mas eu sei dialogar dentro do tema, conheço as peças importantes desse quebra-cabeças... Agora se vc não entende o que é um pass through, uma formação da taxa cambial, o desbalanceamento da taxa juros frente ao tripé econômico, etc, acho vc deve ir para um fórum de português, discutir proparoxítonas lá.
Em poucas palavras : A dupla antidinâmica Bozo-Guedes levando o país ao fundo do poço.
Juros menores, turbulência com Corona Vírus, briga com a China e a boca gde de Bolsonaro e agora TBM do Paulo Guedes...queriam o que? Dólar abaixo de 4???
"O CÍRCULO NEGRO" - Os juros caíram 10 pontos desde JAN 2016 até hoje porque a inflação também caiu seguidamente nesse periodo e esta caiu porque com déficits os governos não gastaram e não geraram inflação.Qualquer criança de dez anos sabe disso. Calma crianças, não briguem, governo sem gastar até 2022. Ministro Guedes vai fechar a boca dos parasitas por bem ou por mal. E o dólar vai fazer pressão inflacionária neste cenário. AI QUE MEDA.! (REPRISE de POST anterior) . Hilário! Liberdade não se ensina, se conquista.
"O CÍRCULO NEGRO" - O contexto era que antes o BC segurava a cotação do preço do dólar "NA MARRA MUITO FORTE"  e agora o BC segura a cotação do preço do dólar na MARRA MAIS FRACA" . Os analfabetos funcionais sempre se confundem com o contexto. Por quê será? SEMPRE FOI NA MARRA! Juntar custo Brasil baixo na história  do câmbio é coisa de cínicos! Vivemos em um país que  o controle dos mercados pelos poderosos e seus cupinchas é uma realidade. Prevalece o interesse deles e só o deles. O câmbio não foge disto.
Wow
cirúrgica sua visão de Brasil, parabéns!
Esse ai ta comprado
Sabe NADA
5 Reais
O câmbio ficará entre R$ 3,80 e 4,00, afirmação do autor em dezembro de 2019. Irá ficar abaixo de R$ 4,05, início de 2020; outra projeção grotesca. Sempre reclamando do BC e tendo a pretensão de entender mais de economia que todos os profissionais do ministério da economia. Seja mais humilde.
da uma gelada no autor, cambista...
artigos sempre tendenciosos atacando a politica do governo
SEMPREEEE!
Num país onde se privilegia majoritariamente classes (leia-se: judiciário e políticos) que não trazem nenhum crescimento eminente ou a longo prazo, em detrimento de classes (leia-se: Engenheiros e profissionais da área tecnológica) que estão diretamente ligadas a alta produtividade e redução de custo, não se pode esperar crescimento econômico e prosperidade em grande escala.
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.