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Commodities Nesta Semana: Petróleo Preso Entre Cortes e Guerra Comercial

Publicado 04.05.2020, 11:29
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Os ursos do petróleo já estão cheios dos touros: é hora de dizer a verdade em relação aos cortes.

Como a restrição de oferta prometida pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) teve início na sexta-feira, o mercado buscará provas concretas a partir desta semana de que os barris realmente estão sendo retirados do mercado. Por mais prematuro que pareça, os vendedores sentaram nas mãos nos últimos três pregões, enquanto o petróleo norte-americano se valorizava 60% desde as mínimas da semana passada, e o Brent saltava 32% no mesmo período. A partir de agora, os ursos buscarão evidências de que pelo menos parte da pressão sobre o sistema de armazenamento mundial está sendo dissipada.

Se não fosse o bastante, a nova guerra comercial desencadeada pelo presidente Donald Trump contra a China já está pesando sobre os futuros do Dow em Wall Street e fazendo com que o dólar dispare, uma combinação letal para o petróleo.  

Petróleo WTI: Gráfico Semanal

Estratégia eleitoral de Trump e a China: “A última coisa que o petróleo precisa”

“A estratégia eleitoral do presidente Trump em novembro parece clara e já está pesando sobre os mercados globais”, afirmou Jeffrey Halley, analista da OANDA, em Nova York.

“O presidente dos EUA, ao lado das autoridades do seu governo, está tentando se esquivar de qualquer culpa na resposta inadequada à pandemia de Covid-19 no país, procurando, em vez disso, atribuí-la à China."

“Uma possível renovação das hostilidades da guerra comercial é a última coisa que os mercados de petróleo precisavam neste momento”, declarou Halley.

Especificação em relação aos cortes no petróleo, o ex-ministro de energia de Moscou, Vladimir Milov, afirmou, na sexta, que havia "desafios técnicos demais" para a Rússia cumprir sua cota de cortes de 2,5 milhões de barris por dia (bpd). “Cortes de produção dessa magnitude nunca foram realizados pela Rússia, portanto estamos nos aventurando no desconhecido”, afirmou Milov, que agora é um opositor político do atual governo, segundo o periódico Wall Street Journal.

A Rússia é essencial para o chamado pacto de produção Glopec entre produtores globais, incluindo os Estados Unidos, e o cartel Opep liderado pela Arábia Saudita, cujo objetivo é reduzir em pelo menos 9,7 milhões de bpd a oferta mundial, a fim de compensar em parte os 20 a 30 milhões de demanda perdida por causa da pandemia de coronavírus. Se a veemente participação de Moscou, os estoques mundiais de petróleo podem não cair na velocidade suficiente para satisfazer o mercado.

A Rússia sem condições de realizar cortes rápidos e profundos

De acordo com fontes familiarizadas com o assunto, a infraestrutura petrolífera da Rússia não permite a realização de cortes rápidos e profundos na produção, já que o clima gélido da Sibéria pode fazer com que os oleodutos explodam se não transportarem petróleo. Os campos de baixa produtividade da era soviética também são caros de manter e retomar, por isso grandes petrolíferas russas estão fazendo lobby junto ao ministro de energia do país para obter isenções a essa restrição, de acordo com o jornal, que citou analistas da indústria em Moscou.

Mikhail Krutikhin, sócio da consultoria independente RusEnergy que prestou serviços a petrolíferas russas nas últimas semanas, concorda com Milov. “Elas simplesmente não sabem como fazer isso”, afirmou sobre as empresas que supostamente deveriam estar contribuindo com os cortes. “Trata-se de um paradigma completamente novo”.

Uma pesquisa da Bloomberg realizada na última sexta-feira mostrou que o membro mais poderoso da Opep, a Arábia Saudita, bombeou um volume recorde de mais de 11 milhões de barris por dia durante uma guerra de preços contra a Rússia, sua ex-aliada. Embora tenham selado uma trégua em meados de abril, abrindo espaço para a retirada de uma vasta quantidade de óleo da oferta, os sauditas continuaram mantendo a produção em níveis elevados durante boa parte do mês, mesmo com a demanda sofrendo uma queda livre sem precedentes, informou a Bloomberg.

Há duas semanas, pelo menos 160 milhões de barris foram armazenados no mar, fora dos portos de carregamento globais de Cingapura e Suffolk e ao longo do Costa do Golfo do México, nos EUA. Previsões sugerem que o armazenamento convencional de petróleo no mundo, com capacidade para 3,4 bilhões de barris, atingirá seu limite até o fim de maio.

Mas estão não é a história completa, dizem os touros do petróleo

Aqueles que têm uma visão positiva no petróleo argumentam que a retórica baixista não leva em consideração os cortes de produção de grandes petrolíferas que não fazem parte do acordo Glopec. As cotas só foram impostas a petrolíferas estatais no âmbito do pacto mundial de produção ou a empresa sobre as quais o governo tem interferência direta, como na Rússia.

Embora isso tenha permitido que grandes petrolíferas mundiais operassem por conta própria, as grandes empresas privadas de petróleo vêm cooperando de alguma forma com a Glopec.

A ConocoPhillips (NYSE:COP), por exemplo, afirma que cortará 420.000 bpd em junho. A Chevron (NYSE:CVX) diz que retirará 400.000 bpd e tirará de operação 60% das suas sondas. Na bacia do Permiano, a Chevron já diminuiu seu número de sondas de 17 para 5. A Oasis Petroleum (NASDAQ:OAS), enquanto isso, está em vias de encerrar todas as perfurações em Bakken, de acordo com a Reuters. As mesmas agências de notícias informaram, na quinta-feira, que a Chesapeake Energy (NYSE:CHK), outra pioneira no shale oil, estava prestes a registrar um pedido de falência, tornando-se possivelmente a segunda perfuradora norte-americana a afundar desde a Whiting Petroleum (NYSE:WLL) no início de abril.

“As primeiras reportagens sugerem que a adesão aos cortes será elevada” afirma Phil Flynn, analista do Price Futures Group, em Chicago, que geralmente tem posição otimista no petróleo.

Também nesta terça-feira, a Comissão de Ferrovias do Texas, responsável por regular o maior estado produtor de petróleo dos EUA, votará se aprova um corte de 20% deve tirar quase 1 milhão de bpd do mercado.

Enquanto isso, ao menos 30 de 50 estados norte-americanos já fizeram a reabertura comercial de uma forma ou de outra após as medidas forçadas de confinamento por causa da Covid-19, o que pode impulsionar o consumo de gasolina e diesel em uma eventual retomada econômica.

Mas os cortes estão sendo feitos a conta-gotas

Não obstante esses e outros cortes de produção e a queda no número de sondas e no dispêndio de capital anunciada por diversos perfuradores, a Administração de Informações Energéticas (EIA, na sigla em inglês) afirma que a produção petrolífera norte-americana só deve cair 1 milhão de bpd até 25 de maio, desde a máxima recorde de 13,1 milhões de bpd em meados de maio.

Apesar da possibilidade de que as refinarias comecem a registrar alguma demanda de combustíveis, as evidências apontam no sentido de que isso deve acontecer a conta-gotas. Os estiques de gasolina caíram 3,7 milhões de barris durante a semana encerrada em 25 de maio, mas os estoques de petróleo ainda subiram 9 de barris, segundo a EIA.

Além disso, a revisão feita pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) do seu programa de crédito na semana passada – que permite que grandes empresas mais endividadas se qualifiquem ao crédito – pode ser uma faca de dois gumes para o petróleo. Apesar de o programa do Fed ajudar os perfuradores de shale oil a evitar a falência, os ursos acreditam que esse auxílio permitirá que a produção tenha mais resiliência.

Em conclusão, o Goldman Sachs afirma que os touros precisam de “tempo” e “paciência” para sair da tempestade.

“O petróleo continua sendo um ativo físico e, portanto, precisará de uma limpeza no considerável excesso de estoque ao longo do segundo semestre de 2020, o que fará com que a commodity fique para trás no rali de ativos financeiros como as ações”, declarou a principal voz de Wall Street no setor de energia.

Ouro depende de empregos e jogo de acusação contra a China

Ouro: Gráfico Semanal

No caso do ouro, a volatilidade e um dólar igualmente forte podem manter o metal amarelo na consolidação abaixo de US$ 1,720 até meados da semana, embora a dinâmica possa mudar se Trump “abrir fogo” no jogo de acusação contra a China.

“Há o temor de que a guerra comercial possa ser retomada, e esses eventos são positivos para o ouro", declarou Avtar Sandu, gerente sênior de commodities na Phillip Futures, segundo a Reuters.

O resultado final do ouro para a semana dependerá do relatório de empregos não agrícolas na sexta-feira. O mercado espera uma perda de 21.000K empregos no mês passado. Se o declínio for maior, a expectativa é que o ouro supere US$ 1.730.

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