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Dentre Todas as Privacycoins, Fique com o Bitcoin

Publicado 15.07.2019, 13:00
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Não interessa se você já conhece Bitcoin há anos ou se seu primeiro contato com criptomoedas foi ontem: em algum momento você já ouviu a história de que o Bitcoin seria uma moeda anônima. Essa tese seria corroborada pela utilização do BTC em diversos mercados da dark web para a compra e venda de artigos ilícitos, sendo o principal deles o Silk Road, fechado pelo FBI em outubro de 2013.

Que o Bitcoin já foi utilizado em dark markets nos seus primórdios é verdade, entretanto ele não é mais a moeda de escolha deles, que preferem privacycoins como Monero (XMR), Zcash (ZEC) e Dash. O motivo da substituição é bem simples: o Bitcoin não é uma moeda anônima.

É claro, para realizar uma transação Bitcoin você não precisa informar ou saber o CPF ou nome completo da pessoa para quem está transferindo, bastando informar o endereço alfanumérico da carteira da pessoa e realizar a transferência. Se engana quem pensa que isso garantiria o anonimato ao Bitcoin: todas as transferências realizadas na blockchain são públicas e podem ser consultadas e verificadas por qualquer um a qualquer momento, em qualquer lugar do mundo.

Dessa forma, ainda que o Bitcoin opere por pseudônimos (a identidade de cada usuário nada mais é do que seu endereço de carteira), é possível rastrear a origem de cada transação na rede, sendo possível então identificar os usuários caso as transações se mostrem ligadas a uma exchange. Tanto é verdade que hoje mais de 3.760 bitcoins que passaram pela Silk Road foram rastreados e serão para sempre tainted coins, moedas marcadas e que não devem ser aceitas em negociações por terem sido utilizadas previamente em fins ilícitos.

Por esse motivo, hoje os dark markets recorrem a outra classe de criptomoedas, conhecidas como privacycoins. Através de tecnologias como ring signatures, zk-snarks e coinjoin, as privacycoins pretendem obfuscar as transações, de forma a dificultar ou até impedir a identificação de transações na rede. Se o objetivo é atingido ou não é debatível: há estudos mostrando que diversas transações em Zcash e Monero poderiam ser identificadas, mas o fato é que essas criptos já fornecem por default uma privacidade maior do que o Bitcoin.

É importante ressaltar que essas moedas não são úteis somente para usos ilícitos: privacidade financeira é algo de extrema importância. À primeira vista você pode pensar que só criminosos se beneficiariam dela, mas isso está longe de ser verdade. Em países com sólidas democracias liberais, como felizmente é o caso do Brasil hoje, privacidade financeira pode não parecer tão importante, mas para diversos países sob regimes ditatoriais ou que sofrem sanções econômicas, ela é fundamental, podendo ser a diferença entre vida ou morte. E para ser sincero, nem precisa ir tão longe: se você já se negou a fornecer seu CPF em alguma compra, sabe ao menos instintivamente que algum grau de privacidade financeira é importante.

Considerando todos esses casos de uso para privacycoins, por que então estou advogando que elas não sejam um bom investimento? Em primeiro lugar, pela alta interseção em usos ilícitos, o risco de sanções regulatórias é muito maior do que em qualquer outra classe de criptoativos. Além disso, há alguns problemas específicos de cada projeto: Monero é uma moeda inflacionária; 10% da oferta de Zcash é destinada aos fundadores e mais de 2 milhões de Dash estão sob o comando de seu fundador, resultado de um pre-mine “acidental”, o que permitiria que os fundadores de ambas as moedas manipulassem seus preços se assim desejassem.

Entretanto, acredito que o principal problema esteja justamente na natureza das privacycoins. Por focarem na preservação de anonimato de transações, não é possível verificar se as transações na rede são autênticas ou não. Com isso, possíveis bugs só podem ser identificados analisando o código fonte, que é aberto, mas trata-se de um processo muito mais demorado. Em fevereiro foi identificado um bug inflacionário na Zcash e recentemente foi identificado um bug no Monero que poderia permitir que exchanges reconhecessem depósitos falsos como verdadeiros, permitindo assim o furto de moedas. Dessa forma, investir em privacycoins significa se expor ao risco de possíveis bugs que não seriam identificados facilmente, o que pode fazer com que você perca dinheiro ou ao menos sofra a desvalorização de suas moedas.

Nada disso jamais ocorreu com o Bitcoin. Por ter uma blockchain aberta e transparente, toda e cada transação pode ser verificada a qualquer momento. E se você está preocupado com o fato de que o Bitcoin não forneça privacidade suficiente, há uma série de boas notícias para você: sidechains como a Liquid e a Lightning Network fornecem uma camada maior de anonimato e estão crescendo consistentemente; carteiras como a Wasabi e a Samourai, que realizam coinjoin entre seus usuários vêm passando por melhorias constantes e o Bitcoin Core já trabalha para implementar Schnorr Signatures ao Bitcoin, que tornaria transações multi signatárias indistinguíveis de transações com apenas uma assinatura, também ampliando o anonimato da rede.

O Bitcoin já foi disparado o melhor investimento de 2019. Considerando o avanço em tecnologias que pretendem aumentar seu nível de privacidade da sua rede, se eu tivesse de escolher uma criptomoeda com alto grau de privacidade para investir, iria de Bitcoin sem medo de ser feliz. Se puder amplificar seus ganhos com arbitragem, melhor ainda.

Últimos comentários

Boa tarde Rodrigo, vc poderia me informar como faço pra comprar Bitcoin?
Boa tarde. onde posso fazer um bom curso de arbitragem?
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