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Três Maiores Petrolíferas do Mundo Emitem Sinais Dissonantes em Relação à Demanda

Publicado 05.05.2020, 09:37
Atualizado 02.09.2020, 03:05

A indústria mundial de petróleo está em meio a uma profunda queda provocada pela pandemia de Covid-19 e seu impacto nas economias nacionais. Para manter a saúde corporativa, as maiores e mais fortes produtoras de energia, geralmente chamadas em inglês de “supermajors”, estão cortando a produção, despedindo milhares de trabalhadores e reduzindo seus sacrossantos dividendos, enquanto lutam para preservar caixa.

Mesmo diante dessa enorme reestruturação, os investidores ainda estão em busca de sinais de reativação da demanda para aproveitarem os preços baixos das ações dessas empresas.

Apresentamos a seguir alguns dos pontos-chave dos resultados trimestrais divulgados pelas três maiores petrolíferas do mundo na semana passada. Nosso objetivo: descobrir se esses players consideram que a destruição de demanda já atingiu o fundo, depois de fazer o petróleo Brent despencar de US$ 70 há quatro meses para os atuais US$ 26.

1. ExxonMobil: Primeiros sinais de alento

A Exxon Mobil (NYSE:NYSE:XOM), maior produtora dos EUA, registrou seu primeiro prejuízo em três décadas, ao apurar um impacto de US$ 610 milhões após uma desvalorização de US$ 3 bilhões no 1º tri de 2020 em seus resultados na sexta-feira, 1 de maio.

XOM Weekly

A interrupção da economia mundial forçou a Exxon a cortar US$ 10 bilhões em seu dispêndio de capital previsto para 2020, um corte orçamentário de 30%. A gigante da produção e exploração de óleo e gás sediada em Irving, Texas, entrou nessa crise em um momento em que buscava adotar uma estratégia radical de criação de valor.

Enquanto outras petrolíferas estavam focadas no fortalecimento das suas posições de caixa ao evitar grandes investimentos, a Exxon estava gastando bastante em novas iniciativas.

Apesar das previsões pessimistas de demanda petrolífera após a pandemia, a Exxon manteve seu otimismo em relação ao crescimento futuro da demanda. De fato, a empresa decidiu manter seu dividendo trimestral com um impressionante rendimento de 8,07%, o que corresponde a um provento anual de US$ 3,48 por ação.

Durante a teleconferência de resultados, o CEO da empresa, Darren Woods, disse aos investidores:

“Estamos vendo melhorias nos três mercados. Em maio, percebemos uma tendência de alta na Europa, nos EUA e na Ásia.”

”Eu diria que os primeiros sinais são alentadores”.

Mesmo assim, as ações da Exxon apresentam queda de 37% no ano.

2. Chevron: Avançando apesar da queda na demanda de energia

Já a Chevron (NYSE:CVX), rival da Exxon, registrou um lucro de US$ 3,6 bilhões no primeiro trimestre, uma alta de 36% em relação ao mesmo período do ano passado. Entretanto, a companhia afirmou que espera que sua posição financeira se enfraqueça até o fim do ano em razão do crash nos preços do petróleo desencadeado pela pandemia.

CVX Weekly 2017-2020

A Chevron também anunciou reduções adicionais de orçamento, declarando que cortaria o dispêndio de capital em US$ 2 bilhões, além dos US$ 4 bilhões anunciados algumas semanas antes.

“A indústria e o mundo estão em uma situação bastante adversa neste momento", declarou Mike Wirth, CEO da Chevron, de acordo com uma reportagem do Wall Street Journal.

“Tudo indica que estamos avançando aos solavancos diante da queda de demanda, quando observamos os dados. Mas não há sinais de que haverá um repique."

Wirth ressaltou, no entanto, que o dividendo trimestral da companhia, que atualmente rende 5,77% com um provento anual de US$ 5,16, continua sendo uma prioridade.

Ao contrário da Exxon, a Chevron já estava em modo de defesa após a expressiva queda nas posses de gás natural ao final do ano passado, o que a fez apurar o pior prejuízo em mais de uma década. Essa divergência está ajudando a ação da produtora a se recuperar mais rápido do que a Exxon em relação à mínima de 23 de maio. As ações da Chevron apresentam queda de 26% neste ano.

3. Royal Dutch Shell: Drástica redução de dividendos

Entre as maiores petrolíferas internacionais, a grande decepção foi a Royal Dutch Shell (NYSE:RDSa), que anunciou na quinta-feira (30), durante a divulgação dos seus resultados trimestrais, que reduziria drasticamente seus dividendos pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.

RDSa Weekly 2017-2020

A Shell economizará US$ 10 bilhões ao ano com a queda dos proventos para US$ 0,16 por ação, ante os US$ 0,47 anteriores, gerando uma queda concomitante no rendimento de 9,89% para 4,09% no momento em que escrevo. O lucro líquido ajustado da companhia foi de US$ 2,86 bilhões no primeiro trimestre, uma queda de 46% em relação ao ano anterior.

A Shell tomou essa decisão porque enfrenta uma “crise de incerteza” em relação ao consumo de energia, preços e até mesmo a viabilidade de alguns dos seus ativos, afirmou o CEO da empresa, Ben van Beurden, em uma entrevista à Bloomberg TV. O corte de dividendos teve como base um "cenário bastante adverso" e a incapacidade de "saber o que acontecerá após essa pandemia"

A pandemia provocará mudanças duradouras no consumo mundial de energia, e é difícil dizer se a demanda petrolífera retornará aos níveis vistos em 2019, segundo Beurden. Os papéis da Shell se desvalorizaram 45% desde o início do ano.

Resumo

Os enormes cortes feitos pelas petrolíferas mostram que a recuperação da demanda de petróleo será longa e lenta. Essa incerteza continuará aumentando o risco de suas ações, mesmo após repiques significativos nos dois últimos meses.

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