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Entre Trapalhadas do Governo e Descaso com Clima, Imagem do Brasil Sofre em Davos

Publicado 22.01.2020, 16:26
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Como venho argumentando em outros textos, neste Investing.com, há uma distância considerável entre o modo como nossa economia e a gestão de Jair Bolsonaro são percebidas no Brasil e no exterior. A nível doméstico, o Ministério da Economia e seu arauto, o ministro Paulo Guedes, são blindados de críticas em meio a as contínuas polêmicas envolvendo o resto do governo, vendendo a ideia de que nossa economia está em franca recuperação.

Entretanto, a nível internacional, a recuperação econômica do país é considerada excessivamente lenta e o espaço dedicado às trapalhadas do Planalto ocupam a maior parte do noticiário sobre o país. Excentricidades à parte – como no caso de Roberto Alvim, que parafraseou Goebbels ao som da ópera favorita de Hitler –, o grande destaque negativo tem sido em relação ao descaso com a preservação da Amazônia brasileira.

Pois bem, eis que essa semana teve início o Fórum Econômico Mundial, que trouxe como figura central a ativista sueca Greta Thunberg e os desafios impostos pela mudança climática – que, vale lembrar, o Chanceler do Brasil, Ernesto Araújo, considera ser parte de uma conspiração globalista que visa dar mais poder a China. Bolsonaro, que ganhou notoriedade mundial pelo descaso com a preservação ambiental (vide artigos do Guardian, do New York Times e da AP, além dos incêndios na Amazônia no ano passado), optou por não ir, restando ao mandatário da Economia, Paulo Guedes, a função de representar oficialmente o Brasil no encontro.

Como era de se esperar, a visão bolsonarista da economia, do próprio governo e do Brasil bateu de frente com a do restante do mundo, resultando num aprofundamento ainda maior da aversão estrangeira a investimentos qualificados no país. Em síntese, a estratégia do governo frente a elite financeira do mundo, que pela primeira vez se articula frente a ameaça climática – do Fundo Monetário Internacional aos maiores fundos de investimento do mundo – foi tentar vender números pífios a uma plateia que ansiava por soluções verdes.

Em memorável desserviço a recuperação das credenciais do Brasil frente ao mundo, o Ministro afirmou que “O pior inimigo da natureza é a pobreza. As pessoas destroem o meio ambiente porque precisam comer”. A fala diz muito sobre o atual governo: ignora que a maior parte do desmatamento é feita pela agropecuária extensiva, produção de soja, mineração e extração ilegal de madeira.

Acontece que, ao colocar os interesses do agronegócio acima da pauta ambiental, fica difícil convencer investidores qualificados/as, cada vez mais comprometidos com o impacto climático de seus investimentos, a se envolverem com a claudicante economia brasileira. Ao jogar a favor de um modelo arcaico, o Brasil não pode esperar contar com o auxílio de uma iniciativa privada que busca soluções de vanguarda.

Seguindo na mesma toada, o Ministro tentou defender o uso de agrotóxicos, ignorando agora a repercussão negativa suscitado pelo processo de aprovação-relâmpago de dezenas de pesticidas no ano passado. Sobre o uso de tais substâncias, comentou que “todos nós queremos um espaço mais verde e queremos mais comida. E dependendo de quais químicos você usa para ter mais comida, você não tem um espaço limpo”. Mais uma vez, a postura apologética em relação ao agronegócio e indústria extrativista reforçam a imagem negativa do país.

Num episódio bastante ilustrativo do governo Bolsonaro, o secretário especial da Produtividade, Emprego e Competividade, Carlos Costa, interrompeu a apresentação do cientista Carlos Nobre, sobre o desmatamento das florestas tropicais e economia sustentável, para ir ao palco defender o governo – que sequer havia sido mencionado – frente a uma plateia que, escreve o Jornal do Brasil, “pouco compreendeu a iniciativa”.

Esse senso de importância exacerbado, em parte nutrido pela cobertura midiática brasileira, só não é superado pela fala do Secretário Especial de Comércio Exterior, Marcos Troyjo, que registrou no Estado de S. Paulo a seguinte fala: “Em que lugar no mundo está acontecendo o mais dramático processo de reformas institucionais e reformas estruturais? É no Brasil" – aparentemente, o resto do mundo ainda não percebeu.

Entretanto, como escreveu Reinaldo Azevedo, ainda há como correr atrás do prejuízo - embora improvável, visto que há pouco mais de um ano atrás, Bolsonaro ponderou submeter o Ministério do Meio Ambiente ao da Agricultura, gerando ampla repercussão. Em todo caso, trata-se de uma questão crítica para a retomada efetiva e longeva da economia brasileira.

Basta tomar, por exemplo, matéria publicada hoje pelo Estado de S. Paulo, que conversou com executivos que participam do Fórum para ver o impacto que a imagem do Brasil tem em sua tomada de decisão. Embora se mostrem inclinados a ignorar as trapalhadas do governo, alertam que o fator ambiental é cada vez mais decisivo numa economia cada vez mais global e competitiva – em especial, porque os impactos climáticos, diferente das políticas econômicas, não se limitam às fronteiras nacionais.

Embora a postura Brasileira esteja, de fato, alinhada à da gestão de Trump nos EUA, tem-se que levar em conta uma questão que, embora óbvia, é corriqueiramente ignorada: o Brasil, que lentamente se recupera de uma recessão, não é os Estados Unidos, maior economia do mundo, embalada por um período de crescimento recorde. O luxo de ir na contramão da economia contemporânea não pertence ao Brasil – que, diga-se de passagem, é quem mais tem a ganhar com a onda verde. Em especial, quando faz isso em nome dos setores mais rudimentares da indústria mundial, preterindo o imenso potencial biotecnológico por boi, soja e minério de ferro.

Últimos comentários

Parabéns pela coragem de enfrentar o terrível fundamentalismo pior que o islâmico que está implantado no governo hoje, os terraplanistas acharam nesse presidente inacreditável seu ídolo.
A gente entra em um site de investimentos e se depara com uma baboseira de militante partidário. Cada uma..
Que baixo nível.
Pior do que a desonestidade do artigo, é o artigo ser uma "escolha do editor" do site. E ainda pior do que isso é que estão excluindo comentários. Que vergonha!
pois um meu, que foi educado, falando com sarcasmo que o colunista sofria da síndrome de "mortandelitis" foi excluído. Vcs transmitem a mesma confiança que uma nota de 3 reais!
também retiraram um meu. são mais falsos que una nota de 3 reais
 Entre os meus comentários que foram excluídos estava um que dizia que "artigos" dessa natureza insultam a inteligência do leitor. Enfim, haja cinismo.
O pior desse artigo nem é o conteúdo desonesto, mas o feto do artigo ser uma "escolha do editor" do Investing. É uma vergonha.
E o jornalismo imparcial de sempre.... O quê ganham com isso? absurdo! a desinformação corre solta, uma pena que isso aconteça aqui também
Entrando no Facebook do rapaz, você vê uma foto apoiando Haddad e Manuela, ou seja, nada imparcial.
Entrando no Facebook do rapaz, você vê uma foto apoiando Haddad e Manuela, ou seja, nada imparcial.
simplesmente um lixo de matéria
Vou gravar seu nome para não perder tempo com uma matéria lixo e política igual a sua.
Os comentários aqui são uma terapia kkkkkkk.
assistindo a repercussão dos debates em que Paulo Guedes participou nota-se extremo oposto dessa matéria. Na matéria a tv portuguesa SIC enaltece a figura do Brasil perante o mundo e diz que UE sente-se segura pela procedência das commodities brasileiras, e que vê com bons olhos ampliação dos acordos entre Brasil e UE. Agora o que se vê nessa matéria é um ativismo politico, que ignora a realidade e ainda resiste em viver na bolha ideológica. Por favor ,detenha a sua opinião para não afetar os investidores sérios desta página.
assistindo a repercussão dos debates em que Paulo Guedes participou nota-se extremo oposto dessa matéria. Na matéria a tv portuguesa SIC enaltece a figura do Brasil perante o mundo e diz que UE sente-se segura pela procedência das commodities brasileiras, e que vê com bons olhos ampliação dos acordos entre Brasil e UE. Agora o que se vê nessa matéria é um ativismo politico, que ignora a realidade e ainda resiste em viver na bolha ideológica. Por favor ,detenha a sua opinião para não afetar os investidores sérios desta página.
perfil da matéria desagrada a maioria esmagadora dos seguidores. A Investing.com está querendo perder seu público?
Olá Batko, nós acreditamos na pluralidade de opiniões como a melhor forma de aperfeiçoar as teses de investimento. O mercado funciona com uma inteligência coletiva. Mesmo se discordar das opiniões do autor, é possível acreditar que alguns players operam no mercado com essa ideia e tomam decisões de investimento de olho nesses parâmetros. É importante ouvir uma opinião contrária mesmo que seja para refutar e reafirmar sua tese de investimento. Conte com o Investing.com para trazer diferentes visões e use ao máximo para melhorar o crescimento do seu patrimônio. Abraços e bons negócios!
Por favor, deem sumiço nesse articulista desta página. Prestem este favor aos investidores.
Olá Rodrigo, nós acreditamos na pluralidade de opiniões como a melhor forma de aperfeiçoar as teses de investimento. O mercado funciona com uma inteligência coletiva. Mesmo se discordar das opiniões do autor, é possível acreditar que alguns players operam no mercado com essa ideia e tomam decisões de investimento de olho nesses parâmetros. É importante ouvir uma opinião contrária mesmo que seja para refutar e reafirmar sua tese de investimento. Conte com o Investing.com para trazer diferentes visões e use ao máximo para melhorar o crescimento do seu patrimônio. Abraços e bons negócios!
Matéria excelente, corajosa e bem ilustrativa sobre esse desgoverno nefasto para a humanidade. Precisa desenhar, pessoal da seita bozo-guedes?
entao não opere na bolsa pois as altas sao graças a esse governo
“Desgoverno nefasto para a humanidade.” Hauahauahua! Na visão do corajoso Rosildo, governo benéfico seria quem? Mao, Stalin, Pol-Pot, ou quem sabe... Lula?! Hauahaua!
altas graças a este governo? bolsa subiu 120 % de 2016 ate fevereiro 2018. depois conclui o ciclo agora é subiu mais 30 %. estamos no fim da alta da bolsa. ciclo previsto desde 2016
A imagem é uma arminha....
Cita Arruinaldo Azevedo, acabou. Não me causaria espanto se o autor da matéria for vegetariano/vegano, intitulado liberal com preocupações sociais-democráticas e ativista ambiental. A opinião deste autor sobre mudanças climáticas é diretamente proporcional ao tempo que se dedicou para investigar o caso: zero. Na contramão da maior fraude científica de todos os tempos criada nada mais, nada menos, para perpetuar o sistema de lucro das “elites”, vale conferir artigos publicados por Ricardo Felício - USP, onde decorre sobre o assunto com dados empíricos do problema, e consultando o belo livro do recém falecido Roger Scruton, “Filosofia Verde”, onde o autor aborda a questão ideológica por trás das causas ambientais. De resto, o artigo escrito aqui é palpite puro; parece peido: faz barulho, fede, some no ar e não serve pra nada.
Marcel Mourão, por acaso vc é um extrema-direita defensori da Terra plana?
fala meu amigo, não sou extremo-porra-nenhuma e acredito que a Terra de fato é um globo. Infelizmente, sofro de baixa imunidade frente a estupidez e palpiteiros de plantão. Abraço!
Meu Deus esses analistas destroem o Brasil nem tive paciência de lê nos aqui passando uma crise de dinheiro e o pessoal da imprensa dando destaque para o clima uma completa vergonha. Fala do que o ministro apresentou aos empresários mundiais as perspectivas deixa de bla bla bla.
Só o título já mostra que o profissional não é imparcial, nem impessoal, li todo o texto, concordo com algumas citações, mas, a imparcialidade me doeu nos nervos...
Só o título já mostra que o profissional não é imparcial, nem impessoal, li todo o texto, concordo com algumas citações, mas, a imparcialidade me doeu nos nervos...
por um instante me senti analisando uma redação do enem
Você deveria deixar as suas opiniões fora de suas matérias. Para um bom escritor, a imparcialidade ajuda muito.
Guedes deu aula oh militante.
infelizmente nem consegui ler até o fim, me cansou de tanta coisa nada a ver.
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