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Feriado Sempre

Publicado 25.05.2020, 08:42
Atualizado 10.01.2024, 08:22

A segunda-feira tende a ser uma sessão esvaziada no mercado financeiro doméstico, por causa dos feriados nos Estados Unidos (Memorial Day), no Reino Unido (Spring Bank Holiday) e no estado de São Paulo, que antecipou para hoje a celebração do 9 de Julho. Os investidores devem, então, aproveitar para ajustar os ativos aos riscos políticos, diante dos ruídos vindos de Brasília e da escalada da tensão sino-americana.  

O vídeo do encontro do presidente Jair Bolsonaro e seus ministros no dia 22 do mês passado foi divulgado, quase que na íntegra, próximo ao fechamento do pregão da última sexta-feira. A primeira reação, refletida nos contratos futuros do Ibovespa e do dólar, foi de que o material repetia a história do “Tem que manter isso aí, viu?”, dito pelo presidente Michel Temer ao empresário Joesley Batista em 2017.

A sensação, ao final da semana passada, era de que houve “muito barulho por nada” e que o conteúdo da gravação não implica, necessariamente, crime de responsabilidade praticado por Bolsonaro, o que poderia abrir um processo de impeachment contra ele no Congresso ou mesmo uma abertura de inquérito. Contudo, isso tampouco significa que não haja nas duas horas de vídeo algum material explosivo. 

Ao contrário, além do teor altamente ideológico dos presentes, do vocabulário inadequado à ocasião e da ausência de uma pauta que guiasse a reunião, chamam a atenção as declarações dos ministros Abraham Weintraub (Educação) e Ricardo Salles (Meio Ambiente), que provocaram constrangimentos públicos com outras instituições. Ambos podem acabar virando “moeda de troca” do governo com o Centrão.

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Aliás, parlamentares do PP, PL, Republicanos e PSD evitaram se manifestar sobre a reunião ministerial, mostrando que o “namoro” com o presidente segue firme, não foi abalado depois da divulgação do vídeo, e a tendência é de fortalecer essa união nas próximas semanas. Para essas legendas, não há elementos que possam incriminar Bolsonaro. A oposição, por sua vez, repudiou o conteúdo e entoou coro pelo impeachment. 

Já os apoiadores do presidente se sentiram ainda mais representados. Mas é a relação com governadores e prefeitos que pode se desgastar, após a tentativa de reatar. Não houve destaques, na imprensa, às falas do ministro Paulo Guedes (Economia), o que reforça o apoio à agenda de reformas e às concepções liberais - apesar de ele ter dito que leu [John Maynard] “Keynes três vezes, no original, antes de ir para [a Escola de] Chicago”. 

Ainda assim, não se pode descartar totalmente a possibilidade de o presidente ser incriminado da acusação de interferência política na Polícia Federal. Ainda terá continuidade a investigação das denúncias feitas pelo ex-ministro Sergio Moro e a análise dos trechos em que Bolsonaro pressiona sobre o tema, chegando até a olhar em direção aonde o ex-juiz estava na reunião.

A ver, então, como fica a reação do mercado doméstico após a divulgação do vídeo e de toda a repercussão sobre a reunião ministerial ao longo do fim de semana. Mais que isso, novos ruídos políticos podem surgir durante os próximos dias, atrapalhando o desempenho dos ativos locais, em meio a um cenário externo de grande incerteza, o que tende a gerar volatilidade nos negócios, em tempo de liquidez mais escassa.

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Briga de cachorro grande

Lá fora, o ambiente é igualmente tenso, diante da piora na relação entre EUA e China. O Partido Comunista Chinês dá continuidade nesta semana às discussões no âmbito das “Duas Sessões” e o encontro continua no radar do Ocidente. Na semana passada, o projeto de lei de segurança nacional que abrange Hong Kong prevaleceu em detrimento ao discurso lido pelo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, na abertura do Congresso Nacional. 

De um lado, Washington ameaça impor sanções à China, caso a nova lei seja aprovada. De outro, Pequim afirma que os EUA devem desistir dos "desejos ilusórios" de tentar mudar a China e acusa o governo Trump de tomar ações e “forças políticas” que estão levando os dois países a uma “nova Guerra Fria”. A China também alertou as autoridades norte-americanas “para não desafiarem a linha vermelha” em Taiwan.

Diante disso, a pergunta que fica é se os mercados não estariam sendo muito complacentes em meio às várias frentes de disputa abertas entre as duas maiores economias do mundo. Sabe-se que, além da guerra comercial (Trade War) propriamente dita, há um conflito tecnológico (Tech War). A próxima fase seria no âmbito financeiro, envolvendo Treasuries e dólares, com os EUA querendo responsabilizar a China pelo surto de coronavírus. Há, ainda, o risco de enfrentamento armado, principalmente na região do Mar do Sul da China.

Apesar dessa longa lista de tensão entre os dois países, os investidores preferem alimentar esperanças em relação ao surgimento de uma vacina para Covid-19 e/ou um tratamento eficaz para combater a doença. Assim, os fatores positivos de curto prazo se sobrepõem ao riscos negativos de longo prazo, com o renovado embate entre EUA e China reacendendo um temor que já era presente, antes mesmo da pandemia.

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Tanto que as bolsas de Xangai e de Hong Kong conseguiram absorver boa parte das perdas registraram durante a sessão e encerraram o dia com movimentos laterais, apesar do ressurgimento de protestos pró-democracia na ex-colônia britânica. Tóquio subiu quase 2%, diante da expectativa de que o Japão irá retirar o estado de emergência por causa da pandemia. As praças europeias exibem ganhos em um pregão vazio. Já o petróleo sobe.    

Em meio a tudo isso, não se pode esquecer que a turbulência enfrentadas pelos governos Trump e Bolsonaro está intrinsecamente ligada à pandemia de coronavírus e as medidas de combate (isolamento social, cloroquina e acusações à China). O Brasil saltou para o segundo lugar no número de casos da doença, ficando atrás apenas dos EUA, que lideram o ranking global de Covid-19, com 1,6 milhão de infectados e quase 100 mil mortes. 

Apesar da marca sombria registrada pela “América”, o fato de o Brasil ter desbancado em uma semana vários outros países na lista, levou o presidente Donald Trump a proibir a entrada de estrangeiros vindos do Brasil em território dos EUA. A medida cita o “potencial de transmissão” do vírus e é válida para cidadãos que não são norte-americanos, não afetando, portanto, o fluxo comercial entre os dois países.

PIB em destaque

Já a agenda econômica desta semana traz como destaque o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil no início deste ano. Os dados serão conhecidos na sexta-feira e devem refletir os primeiros efeitos da pandemia de coronavírus na atividade doméstica. A previsão é de queda em relação aos últimos três meses do ano passado.  

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Trata-se do grande destaque do calendário doméstico, que traz também, amanhã, a prévia deste mês do índice de preços ao consumidor (IPCA-15). Ao longo da semana, saem índices de confiança dos empresários de vários setores da economia em maio. Ainda por aqui, tem a taxa de desocupação até abril, que deve ter um salto do desemprego no país.  

Lá fora, as atenções se voltam para os EUA, onde também serão conhecidos dados do PIB e sobre o mercado de trabalho. Na quinta-feira, saem a segunda leitura do PIB do país no primeiro trimestre de 2020 e os dados atualizados dos pedidos semanais de auxílio-desemprego.

Confira a seguir os principais destaques desta semana, dia a dia: 

*Horários de Brasília

Segunda-feira: A semana começa com feriados no Brasil e nos EUA, que mantêm as bolsas de Nova York fechadas hoje, enquanto o pregão em São Paulo irá funcionar normalmente. A agenda econômica doméstica também está a pleno vapor, trazendo os índices de confiança do consumidor e do comércio em maio, ambos às 8h, além das tradicionais publicações domésticas do dia, a saber, o boletim Focus do Banco Central (8h25) e os dados semanais da balança comercial (15h). No exterior, não há destaques. 

Terça-feira: A prévia deste mês do índice de preços ao consumidor brasileiro (IPCA-15) é o destaque da agenda nacional, que traz também o índice de confiança em maio no setor da construção civil e a nota do BC sobre o desempenho do setor externo em abril. Já nos EUA, saem dados do setor imobiliário e sobre a confiança do consumidor.  

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Quarta-feira: Novas sondagens da FGV sobre a confiança do empresariado brasileiro, desta vez dos setores industrial e de serviços, serão conhecidas hoje. Também por aqui, saem os dados semanais do fluxo cambial. No exterior, destaque apenas para o Livro Bege do Federal Reserve.   

Quinta-feira: A agenda econômica doméstica traz o IGP-M de maio, a taxa de desocupação (Pnad) atualizada até abril e os dados do BC sobre as operações de crédito no mês passado. Já o calendário norte-americano reserva a segunda leitura do PIB do país no início deste ano, os pedidos semanais de auxílio-desemprego, as encomendas de bens duráveis e os estoques semanais de petróleo bruto e derivados.

Sexta-feira: A semana chega ao fim com uma agenda econômica carregada, tanto no Brasil quanto no exterior. Aqui, o destaque fica com os números do PIB nos três primeiros meses de 2020. Lá fora, merecem atenção os dados sobre a renda pessoal e os gastos com consumo nos EUA em abril, além do índice de preços PCE. Além disso, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, discursa. Também serão conhecidos o índice de preços ao produtor brasileiro (IPP), além dos estoques no atacado norte-americano, ambos em abril, e a leitura final do sentimento do consumidor nos EUA neste mês.

Últimos comentários

Militante até em analise econômico, lamentável .
Parabéns Olivia, informações bem colocadas.
Penso q seus comentários devem ser restritos a área econômica, deixando suas opiniões sobre os desdobramentos eminentemente políticos, de fora.
sempre bons comentários, um senário de muitas emoções pra semana, vamos garimpar o que temos de melhor...
meus Deus , esses são os analistas daqui ?? vc acha que a gente não assistiu as 2 horas se vídeo para tomar decisões ??
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