Hora de gerar alfa nos investimentos e deixar de ser espectador

 | 04.07.2023 20:23

Gerar alfa nos investimentos significa obter um desempenho acima das expectativas, geralmente superando um determinado benchmark, como o CDI.

Não há dúvida de que o mercado entrou em um novo ciclo. O início do corte da taxa Selic neste segundo semestre está se tornando cada vez mais evidente.

Em um artigo que escrevi em março deste ano, apresentei as justificativas para o corte da taxa Selic. Em abril, em outro artigo, mencionei seis motivos para o início desse corte.

Quem se antecipou com alocações no Ibovespa diante do expressivo crescimento no segundo trimestre do ano? Houve um aumento de 15,90%, em comparação com os 3,15% do CDI.

Em abril não era necessário abandonar completamente os investimentos de renda fixa em favor dos investimentos de renda variável. É óbvio que essa não é a única solução.

Além disso, concordo que, aqui no Brasil, o investidor pagar para ver não é uma alternativa tão plausível. Mas poucos investidores se anteciparam após a performance positiva do Ibovespa no mês.

Em maio, o cenário começou a ficar mais evidente. No meu artigo "Sell in May and go away", não desta vez: chegou a hora de olhar com otimismo, publicado aqui no Investing.com no dia 03/06, apresentei as justificativas para o investidor procurar ações locais negociadas com valuations descontados. (Eu também não quis pagar pra ver em abril).

E, para a surpresa de poucos, em junho, o Ibovespa avançou 9,0%, o melhor desempenho no mês em dois anos, enquanto o Índice Small Caps subiu 8,17% e o IFIX, índice de fundos imobiliários, 4,70%.

Puxando a sardinha para o meu lado, o que explicou majoritariamente a performance do Ibovespa foi o cenário macroeconômico: IPCA chegando a 3,95% no acumulado de 12 meses, o fortalecimento do cenário para o início do ciclo de corte da Selic e o avanço do arcabouço fiscal no congresso. Todos os fatores previsíveis desde o fim do primeiro trimestre do ano.