Inflação nos EUA Pode Ter Atingido o Pico
Investing.com | 08.07.2022 10:18
Wall Street está se preparando para ter um dos seus piores anos da história, com o Federal Reserve elevando as taxas de juros para combater a inflação nos EUA, que está na máxima de 40 anos, aumentando a probabilidade de uma recessão.
O índice Dow Jones Industrial acumula queda de 14,6% no ano, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq Composite, repleto de ações de tecnologia, recuam 19,3% e 27,4%, respectivamente.
Mas também há boas notícias. Dados recentes de inflação revelaram que houve um abrandamento da taxa de elevação dos preços. O índice de despesas com consumo pessoal, métrica preferida do Fed para acompanhar as tendências de inflação subjacente e que exclui os preços de alimentos e energia, acumulou alta de 4,7% em maio, marcando uma desaceleração em relação à taxa de 4,9% até abril.
A leitura desacelerou por três meses depois do pico de 5,4% a/a em fevereiro.
De fato, são cada vez maiores os sinais de que a inflação tenha atingido o pico e desacelerará ainda mais.
h2 Preços da gasolina em queda/h2Os preços recordes da gasolina contribuíram significativamente para a alta da inflação. Mas o contrato futuro da gasolina já registrou queda de mais de 20% desde junho, aumentando as esperanças de que a disparada dos preços do combustível nos EUA continue recuando.
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De acordo com a Associação Automotiva Americana, o preço médio da gasolina era de US$ 4,752 por galão na quinta-feira, uma queda em relação à máxima histórica de US$ 5,016 por galão em 14 de junho. Além disso, a queda do petróleo provavelmente ajudará a aliviar os preços nas bombas.
Salvo se houver uma elevação inesperada nos preços do petróleo, o combustível pode cair mais 60 centavos, para cerca de US$ 4,15 por galão, até meados de agosto.
h2 O petróleo cai para a região de US$ 100/h2O petróleo recuou brevemente para baixo de US$ 100 por barril no início desta semana, pela primeira vez desde abril, aumentando as esperanças de que as pressões inflacionárias estejam começando a arrefecer. Na terça-feira, era negociado a US$ 95,10, ou seja, 26% abaixo da máxima de mais de US$ 130 em 7 de março. Os preços, desde então, repicaram um pouco, mas continuam bem distantes dos picos recentes.
O Citibank prevê que a economia dos EUA entre em recessão, o que pode fazer com que os preços do barril recuem para US$ 65 neste ano e US$ 45 no ano que vem.
h2 Commodities afundam/h2Os preços do trigo, milho, soja e aveia afundaram desde que tocaram as máximas históricas. Agora estão sendo negociados abaixo do nível em que se encontravam antes da invasão da Rússia na Ucrânia em março, aumentando as evidências de abrandamento na inflação dos alimentos.
Outras commodities agrícolas, como algodão, açúcar, café e cacau no mercado futuro, registram queda de pelo menos 20% em relação aos picos recentes.
Além disso, cobre, níquel, minério de ferro, alumínio e madeira serrada estão sendo negociados em seus níveis mais baixos desde 2020.
O analista do Deutsche Bank, Jim Reid, escreveu em nota na quarta-feira:
“A média móvel de 20 dias do índice de commodities do Deutsche Bank registra agora seu terceiro maior declínio em 90 anos”.
A melhora contínua nas cadeias globais de suprimentos e a queda das taxas de frete também devem ajudar a abater a inflação nos próximos meses.
O principal índice de frete marítimo da Baltic Exchange, que rastreia as tarifas das embarcações que transportam matérias-primas secas a granel, registra queda de quase 40% em relação à sua máxima recente em maio, indicando uma fraqueza na demanda em todos os segmentos de navios. Agora gira em torno dos níveis mais baixos desde o início de abril.
De acordo com os últimos dados divulgados pela pesquisa PMI da IHS Markit, as taxas de inflação de insumos e produção arrefeceram em junho.
O aumento nos custos da atividade industrial e do setor de serviços foi muito menor do que a máxima histórica registrada em maio, além de ter sido a leitura mais fraca desde fevereiro.
A taxa reduzida de aumento dos custos dos insumos favorece o IPC, dada a estreita correlação histórica entre os dois índices.
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