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Lira Turca ainda Pode Ter Espaço para Subir com a Disparada das Moedas Emergentes

Publicado 12.02.2019, 05:50
Atualizado 02.09.2020, 03:05

As moedas dos mercados emergentes tiveram um excelente início de ano. A desaceleração da economia mundial forçou o Federal Reserve dos EUA a interromper sua política de elevação da taxa de juros e o Banco Central Europeu (BCE) a recuar em relação aos seus planos de dar o primeiro passo nesse sentido.

O alívio nos mercados emergentes foi evidente: o dólar cedeu 1,9% contra o peso mexicano, 4,2% contra o rande sul-africano e impressionantes 5,9% contra o rublo russo. Mas um dos grandes expoentes do mercado de câmbio emergente ficou injustamente para trás, aos olhos de alguns.

A lira turca se valorizou apenas 0,3% em relação ao dólar no acumulado do ano, apesar de uma taxa de juros nas alturas, da rápida melhora no balanço de pagamentos e de sinais animadores – ainda que lentos – de progresso no enfrentamento dos elevados níveis de endividamento corporativo. Claramente, as memórias das trapalhadas do ano passado, quando a lira despencou 45% em seis meses até agosto após o presidente Recep Tayyip Erdogan pressionar o banco central a não elevar a taxa de juros, ainda estão frescas e doloridas. Bastam alguns dias para que a confiança em um banco central e em uma moeda seja destruída, mas meses ou até anos para que seja reconquistada.

Porém, o colapso do ano passado, embora tenha claramente sido induzido pela política interna, ocorreu em um cenário de alta na taxa de juros em dólar e de expectativas de que o BCE também elevaria lentamente sua taxa básica. Esse cenário mudou, e temores de que grandes bancos europeus, como Unicredit (MI:CRDI), ING (AS:INGA) e BBVA (MC:BBVA), retirariam recursos das suas subsidiárias locais e provocariam uma escassez de credito se revelaram, em grande parte, infundados.

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“Neste momento, a lira nos atrai mais do que o rublo e o rande", declarou Charles Robertson, diretor de pesquisa da Renaissance Capital, especialista em mercados emergentes. Ele afirmou que a ausência de um repique desde o ano passado deixou a lira 20% abaixo da sua média de cotação de longo prazo.

Além disso, a taxa oficial de recompra de uma semana da Turquia, fixada em 24% desde setembro, significa que a lira oferece um enorme carry positivo em relação a moedas de financiamento, como o dólar ou o euro, bem como um prêmio considerável mesmo em comparação com seus pares emergentes, como a África do Sul (onde as taxas oficiais são de 6,75%) ou Rússia (7,75%). O banco central do país, que ainda está reconstruindo sua credibilidade, prometeu, após sua última reunião de política, que não cortaria as taxas prematuramente, apesar de reduzir sua previsão de inflação neste ano e no próximo. A inflação ainda apresenta uma taxa anual de 20,35%.

O economista Muhammet Mercan, da ING, avalia que o banco central não realizará cortes pelo menos até junho, quando os efeitos de base permitirão uma queda “convincente” na taxa de inflação comparada ano a ano.

Sem dúvida ainda há riscos pela frente: na semana passada, o governo anunciou que está avaliando a possibilidade de nacionalizar o Isbank, o maior banco de capital aberto do país, emitindo sinais preocupantes. Analistas do BBVA destacam que a reestruturação da dívida corporativa, após uma década de abundância de dólar barato, precisa ser acelerada. Geopoliticamente, a retirada planejada das forças norte-americanas do norte da Síria abre espaço para diversos contratempos: Erdogan não só está competindo pela influência na região com o Irã, a Arábia Saudita e a Rússia, mas também se arriscando a criar uma nova queda de braços com os EUA em relação aos curdos sírios que, segundo ele, estariam auxiliando os rebeldes curdos na Turquia.

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O risco de interferência política na economia também permanece: o partido de Erdogan enfrenta eleições municipais em todo o país no fim de março. Mas, por enquanto, os sinais são de que o governo acredita que tem mais a perder do que a ganhar renovando seus ataques ao banco central.

Para os investidores estrangeiros, pelo menos, o sentimento em relação à Turquia está melhorando. O ministro de finanças conseguiu vender títulos do governo tanto em dólares quanto em euros sem problemas em janeiro. Se o governo conseguir convencer sua própria população de que não repetirá os erros do ano passado, o repique da lira ainda tem um longo caminho pela frente.

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