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Mercado Acentua Percepção do Cenário Tido Como Promissor, e a Realidade é Outra!

Publicado 29.10.2020, 07:42
Atualizado 09.07.2023, 07:32

O BC se manifesta com um “forward guidance” otimista, como destaca a agência Reuters: “No comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), o BC repetiu a avaliação de que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas que "devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno"”, e com isto manteve, como esperado a taxa SELIC, mitigando, contudo, sinalizações prospectivas de agravamento do quadro fiscal e econômico, e até da crise do coronavírus.

LEIA MAIS: Copom não altera Selic e mantêm em 2% a.a., com forward guidance para novos cortes

Os agentes do mercado ancorados neste posicionamento fomentam perspectivas as melhores, extraindo dados econômicos alvissareiros e conduzindo todo o contexto envolvido a um otimismo, a rigor, sem base fundamentalista concreta, mas agem e reagem na prática de forma absolutamente diversa.

A rigor a crise fiscal é um estorvo na questão brasileira, até o momento sem solução, a inflação dita temporária sinaliza que veio para ficar e se irradiar por todos os preços da economia e uma eventual segunda rodada da pandemia, se acontecer, vai encontrar o país com suas finanças em “frangalhos”, o desemprego presente é forte e, se o governo não der continuidade aos programas assistenciais às populações carentes, a tendência é o crescimento da miséria.

Isto o “forward guidance” posto pelo Copom não vê ou pelo menos não expressa a preocupação que deveria, visto que são riscos imediatos.

REPERCUSSÃO: BC mantém Selic em 2%, reconhece pressão inflacionária, mas deixa porta aberta para corte

Tivemos oportunidade de salientar em posts bem anteriores que o “grande consumidor” presente na economia era o próprio governo, através o “input” de generosos recursos na forma de programas assistenciais às classes menos privilegiadas, transmutando-os de carentes para a condição de consumidores contumazes ao longo destes quase 8 meses de pandemia.

No processo em cadeia da economia aumentando a demanda na ponta do varejo, impulsionou o atacado e chegou à produção, e assim houve um clamor de que tudo estava voltando rapidamente ao normal e que, o Brasil era um emergente diferente, com poder de reação muito superior aos demais países.

Porém, o setor de serviços se mostrava claudicante e a sua importância no PIB nacional é de 70% e o desemprego mostrou sua realidade batendo recorde em setembro, e então se acentuaram os efeitos nefastos do “câmbio alto”, que ao beneficiar unicamente o setor exportador do agronegócio e metálicos trouxe para a economia interna forte impacto inflacionário, mitigado na metodologia do IPCA, mas alarmante no IGP-M.

Os agentes do mercado financeiro contumazes em postular reduções constantes da taxa SELIC, alteraram a conduta ao participar das rolagens da dívida pública, preocupados com a crise fiscal acentuada com os programas assistenciais ao longo da pandemia passaram a pressionar por mais juro e o BC para não ceder às pressões passou a encurtar o prazo da dívida nas rolagens, que na realidade é uma má prática.

Neste cenário já desfavorável passou a ter maior percepção a efetiva importância dos programas assistenciais, seus términos e absoluta incapacidade do governo em provê-los de continuidade por falta de recursos.

Surgiu então o risco do desastre maior, romper o teto orçamentário, tendo idealizadas algumas “bicicletas” que acabaram contidas e foram criando desgastes e temores na economia, e por fim, sempre afunilando para a criação de novos tributos velhos conhecidos transfigurados com novos nomes e da pior qualidade.

A economia brasileira tem necessidade urgente de reformas que foquem desoneração e ganho de produtividade, e as velhas práticas na área de tributos sugeridas vão frontalmente contra esta necessidade.

Reformas, privatizações e outros objetivos são muito retóricos, mas sem evidências de efetivo interesse em implementar por parte do governo, que não assume o protagonismo esperado e, desta forma, não evoluem.

Então, há receios com a economia global, mas evidentemente muito maiores com o nosso quadro interno, e isto, ao ser acesa a luz vermelha por percepção mais assertiva pelos agentes e investidores do mercado, mas atenuada pelo Copom/Bc determina postura fortemente defensiva.

A B3 (SA:B3SA3) então vê o seu índice derreter e se compatibilizar com a realidade e perspectivas da economia brasileira.

O dólar, não pela pressão de demanda de saída de recursos que esta branda e não preocupante neste momento, mas procurado como refúgio para garantia de reserva de valor no mercado futuro de câmbio, sofre intensa pressão colocando-o, outra vez, na linha dos R$ 6,00.

O BC, mais uma vez erraticamente, intervém no mercado com oferta de dólares no mercado à vista, quando deveria fazê-lo com a oferta de swaps novos no mercado futuro que é onde a segurança é buscada, mas parece haver certa timidez para evitar sancionar que os temores presentes, já que os omite no seu “forward guidance”.

Há preocupações com as eleições americanas, com o agravamento da crise da pandemia do coronavírus em sua segunda rodada no mundo, mas há inúmeros fatores internos absolutamente indefinidos e altamente preocupantes que sugerem postura defensiva por parte dos investidores e empresários.

O BC precisa ofertar contratos de swaps cambiais novos!

Últimos comentários

"mercado no país das maravilhas"
Valeu, Nehme, esgarçando as entranhas dessa administração "estatal" financeira caótica. "tamos fritos"!
Nestes momentos de pânico no mercado, meu hedge de 30% em ouro-dólar fez muito bem sua função!
O discurso de V.Sa. está alinhado com o Dória e o Macron, torcendo para tudo dar errado! E o Bolsonaro, olhando para os mais carentes, os tirou da condição de carentes dando-lhes condições de enfrentar a crise e alimentar suas familhas! Estamos superando a primeira onda da pandemia, e com certeza superaremos a próxima!
superando com qse 160 mil mortos! Vamos superar com qtos mais? 300 mil? a economia dilacerada, e um despreparado implementando o discurso do Trump (q o próprio Trump não faz), como seu próprio ministro de relações exteriores apontou: "não importa q o Brasil seja um pária para o mundo...". Duas palavras: para-bens!
nunca se sabe se o mercado erra pra cima ou pra baixo. os números pelo menos mostram que todos estavam errados numa suposta catástrofe.
Sidnei você já escreve há algum tempo sobre o desalinhamento entre a economia real e o mercado financeiro, bem como sobre um governo sem planejamento. Parabéns
credor de quem
o saldo de todas as reservas versus passivo em moeda estrangeira resulta em saldo positivo para o Brasil em moeda estrangeira, isto permitiria um CDS muito baixo mas o risco fiscal ofusca esta vantagem brasileira. O país não tem risco implicito na liquidez do câmbio.
Bom dia,Obrigado Sr Sidnei!!👏🏼👏🏼👏🏼
Sempre com excelentes artigos!
No real, na cidade, na rua, na estrada, no supermercado... , o mundo está andando, e faz tempo... Não sei como será a doença no Brasil, mas com tudo isso, não piorou, ainda. A inflação no atacado já ouvia em janeiro. O aumento dos preços de comodidades é efeito de demanda externa.
Então ensina o Guedes e o Presidente como pagar o passivo fiscal se está tudo bem! E pede para pararem de reclamar que não tem emprego e que precisam da continuidade dos programas assistenciais.Afinal se está tudo bem a economia está bombando, rsrs
Bom dialogar. sempre leio seus artigos. Pergunto, por ignorância, fora o BC, quem está comprando reais ao vender dólares, qual intenção?
O fatores internos serão resolvidos na marra.Este é um ensaio de BC independente,autônomo. Vc tem certeza que suportará essa realidade futura?O país é credor em dólar, dívida em real e inflação transitória sazonal.
A inflação não é transitória sazonal, este é o argumento para não sancionar que há inflação. Veio e vai ficar migrando para todos preços relativos da economia. Até o engraxate já reajustou a engraxada.
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