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Oportunidade de Arbitragem

Publicado 20.04.2018, 11:29
Atualizado 14.05.2017, 07:45

Não acredito em bruxas, mas que elas existem, existem. Têm umas por aí que… Nossa Senhora! Carregam vassoura, verruga e narigão, sem falar no cheiro de enxofre. Pelo amor de Deus, nada pior que uma mulher fedorenta. Como resumiu o filósofo contemporâneo Chapolin Sincero, “pode ser difícil de lidar, mas que seja cheirosa”. Inegociável!

Arbitragem é uma oportunidade de lucro sem risco e sem a necessidade de se colocar o próprio dinheiro.

Exemplo hipotético: assumindo que estamos num mercado perfeito, sem custos de transação e acesso infinito a capital, se um título brasileiro no exterior paga muito menos do que um título brasileiro internamente, o investidor poderia “vender” o papel lá fora, levantar um dinheiro com isso e aplicar a grana no mesmo título aqui dentro.

Para mim, os mercados são muito eficientes – no sentido de informacionalmente eficientes. Então, as oportunidades de arbitragem não acontecem com frequência.

Acredito que, na maior parte das vezes em que encontramos uma suposta arbitragem potencial, na verdade existe um prêmio de risco.

O sujeito olha os títulos prefixados, na média, pagando mais do que os indexados e pensa: “Hummm… então, se as LTNs pagam mais do que as NTN-Bs e ambas carregam o risco soberano brasileiro, vamos comprar as primeiras e vender as segundas. Podemos arbitrar isso, o mercado não está vendo esse retorno sistemático maior nas LTNs”. Com efeito, o mercado está vendo – mas está vendo também o prêmio de risco de inflação. Como o investidor se preocupa (ou deveria se preocupar) com retornos reais (já descontada a inflação), a LTN tem mais risco do que a NTN-B, porque, se a inflação galopar, o investidor dos prefixados está frito – já o comprador dos indexados continuaria com seu retorno real preservado. Por isso, como a LTN tem mais risco do que a NTN-B, ela precisa pagar mais mesmo. Esse é o equilíbrio, sem oportunidade de arbitragem.

É também por razão semelhante que os contratos futuros de câmbio não são bons estimadores para a real taxa de câmbio observada. Não é um erro no processo de formação das expectativas. Para driblar o risco cambial (não perder com uma eventual disparada do dólar), o investidor topa travar uma taxa de câmbio lá na frente um pouquinho mais alta do que espera na verdade. Ninguém quer estar nessa tal moeda exótica chamada real.

Há muito tempo, percebi que esse montão de coisa que a gente estuda não serve para nada. As Finanças pertencem aos praticantes. O pior é que não somente é inútil, no sentido de que não oferece utilidade. O buraco é mais embaixo. Pode promover uma desutilidade, ou seja, funcionar como um mapa errado.

Tenho sido desafiado há algumas semanas por uma ideia insistente. Para contrariar as linhas acima (pode ir se acostumando com minhas contradições; há algo mais insuportável do que a coerência?), encontro hoje uma espécie de oportunidade de arbitragem em Bolsa. Não é exatamente isso, ok, mas lembra…

O setor elétrico brasileiro tem sido alvo de movimentações intensas de fusão e aquisição, com muito interesse do capital estrangeiro, sem muitas oportunidades com rendimentos atraentes lá fora e diante de um custo de capital baixo. CPFL (SA:CPFE3), Eletropaulo (SA:ELPL3), Celesc (SA:CLSC4), e vários leilões indicando a mesma coisa.

Tipicamente, você vai ouvir falar que “os chineses estão vindo aí, e chinês não faz conta”. Nem é isso, para falar a real. Ao contrário. Se você recorrer à conta, verá que os chineses estão até conservadores agora, possivelmente tendo aprendido com o passado. Gringo se deu muito mal no passado (não só chinês, mas também Abengoa, espanhol, etc.). Quem está pressionando os preços desta vez são os indianos e alguns financeiros.

Mas nem é tão relevante essa ponderação. Fato é que temos visto deals privados com taxas internas de retorno de 3,5%/4%. Enquanto isso, as taxas de retorno implícitas em algumas ações de empresas listadas em Bolsa beiram 10% no setor.

Ou seja, topa-se incorrer num retorno razoavelmente baixo em negociações privadas, no mesmo momento em que poder-se-ia (desculpe a mesóclise horrorosa) comprar ações em Bolsa de ativos de mesma qualidade (ou muito semelhante) com TIRs muito mais altas.

Platonicamente, portanto, poderíamos “shortear” deals privados e comprar as ações listadas. Claro que isso é impossível na prática. O ponto aqui é que alguém terá de ceder. Cedo ou tarde, os retornos de deals privados vão ter que subir ou as TIRs das ações de empresas listadas do setor vão ter que cair, o que acontecerá por meio da valorização dos papéis em Bolsa. A segunda hipótese parece mais provável.

Há benefícios subjacentes da compra de empresas do setor de utilities neste momento:

elas ficaram para trás nos últimos meses, com o mercado comprando commodities e outros setores cíclicos; são normalmente negócios mais previsíveis e estáveis, alguns inclusive representando monopólios naturais ou legais, o que configura menor risco para o investidor; e costumam pagar bons dividendos e essa característica se torna particularmente atrativa num momento em que a taxa Selic está baixa e há poucas oportunidades de extração de renda significativa.

Mercados iniciam a sexta-feira com variações modestas, em dia sem a referência de indicadores norte-americanos para servirem de driver. Sem dados formais na agenda, investidores se voltam mais uma vez à metralhadora Donald Trump, que foi ao Twitter criticar a suposta artificialidade dos preços altos do petróleo às vésperas da reunião da Opep, neutralizando a valorização da commodity vista mais cedo.

Por aqui, destaque para IPCA-15, que mostrou inflação de 0,21%, abaixo das expectativas, alimentando suposições de uma Selic ainda mais baixa.

Ibovespa Futuro abre em baixa de 0,2%, dólar sobe 0,27% contra o real e juros futuros recuam empurrados pelo IPCA-15.

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