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Petrobras: Por Outro Lado...

Publicado 24.02.2021, 09:41
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Já com um grau de irritação explosivo quanto aos descalabros presidenciais, a sociedade reagiu com vigor à intervenção emocional de Bolsonaro na Petrobras (SA:PETR4). Na mídia, a perplexidade vinha revestida de repúdio em editoriais, colunas ou simples postagens; e no mercado, em repulsa à ação de uma empresa que entraria em decadência.

E não era para menos. Depois de se eleger envolto na bandeira liberal, o presidente só gerou decepções, seja pela lentidão das privatizações, respeito ao corporativismo estatal, aliança com avessos ao mercado até uma abortada tentativa de ejetar o talentoso presidente do Banco do Brasil (SA:BBAS3). Sem esquecermos das manifestações presidenciais primatas sobre gênero, meio ambiente, armamentos e pandemia.

O resultado foi imediato: no primeiro pregão após a notícia de que o atual presidente da estatal seria substituído por um general, a Petrobras perdeu quase um quarto de seu valor. O fantasma do intervencionismo da ex-presidente Dilma Rousseff, congelando preço dos derivados e deteriorando a lucratividade da Empresa, foi a mola a impulsionar vendas desenfreadas das suas ações.

Por outro lado, o episódio da substituição envolve atenuantes importantes que, no calor da refrega, estão passando desapercebidas e que, quando conscientizadas, induzirão a recuperação das perdas ocorridas:

  1. O mercado rodoviário brasileiro apresenta peculiaridades jaboticabais. Em primeiro lugar, é hipertrofiado, tendo crescido sobre o ferroviário ineficiente como resultado do protecionismo à indústria automobilística. Donde seu poder de paralisar as cadeias produtivas rapidamente. 

  2. Outra peculiaridade do setor é o convívio nele de grandes empresas de logística, capitalizadas e geridas nos padrões internacionais de eficiência e o enorme contingente de autônomos, que jantam o que ganharam no almoço. A vulnerabilidade destes foi agravada pela intervenção de Dilma, financiando caminhões a juros polpudamente negativos e transformando, conforme postou Claudio Mendes recentemente, “barbeiros, encanadores e biscateiros em empresários rodoviários.”  Esta frota artificialmente expandida, cujos proprietários são pessoas físicas financeiramente vulneráveis, exerce uma pressão baixista recorrente sobre os fretes, mantendo os autônomos sempre à beira do prejuízo.

  3. Paulo Sergio Ribeiro, controlador da transportadora Tora, em artigo na semana passada no Jornal do Commercio, lembrava que um autônomo, transportando um frete do Sul para o Norte, confrontado com um reajuste no diesel, que representa até 60% do seu custo operacional, toma um prejuízo contra o qual não tem qualquer reserva. A sensação de sentir-se lesado por um aumento significativo do diesel é inevitável. Paulo Sergio propõe uma solução engenhosa: que os aumentos obedeçam continuamente ao comportamento de uma média móvel de preços internacionais, evitando mudanças bruscas, para cima ou para baixo, sem prejuízo para a Petrobras, sem sobressaltos para os caminhoneiros.

  4. O atual presidente da Petrobras é um dos mais respeitáveis executivos que a coletividade de economistas brasileiros gerou: honesto, talentoso, devotado, um exemplo. O trabalho de recuperação que vem fazendo na empresa é admirável. Entretanto, ao declarar que o problema dos caminhoneiros não é dele, cometeu pênalti mercadológico. Abusou do poder de um monopólio estatal, desrespeitando a velha máxima de que o cliente tem sempre razão e suas demandas devem ser consideradas pela empresa.

  5. A decisão de Bolsonaro não foi extemporânea. Certamente, acelerada pela declaração de Castelo Branco após o reajuste de 15% do diesel, mas a indicação do presidente da Petrobras para os próximos 2 anos estava marcada há tempos, para março. Esperava-se que o atual presidente fosse reconduzido, mas não há violência alguma em não o fazer.

Ao exigir que se pise em ovos ao lidar com caminhoneiros, Bolsonaro está revelando sensibilidade política para com um segmento social que se complicou, por aderir a um projeto antimercado de Dilma, parte da herança maldita dele. 

Ao demitir o presidente que lhe gerou um problema político ao desprezar um princípio comezinho de marketing, agiu como faria qualquer chairman de uma grande empresa. Com a vantagem de concretizar seu desejo de sócio controlador em data previamente estabelecida para tal.

Ao comprometer-se em não interferir na política de preços da Petrobras, eliminou falsas analogias entre sua postura e a de governos passados, ratificando assim seu compromisso com soluções de mercado.

Ao escolher o atual presidente da Itaipu Binacional como substituto, comporta-se como recomendaria um headhunter consagrado, indicando um executivo com experiencia na gestão de uma corporação de grande porte. O fato de ser militar não pode ser critério nem para escolha, nem para rechaço de um candidato, ainda que não se possa negar-lhes o apanágio de profissionais treinados no comando de grandes contingentes de talentos e braços para cumprimento de metas.

Estamos começando uma nova era na retomada do crescimento, no diálogo político e na independência dos poderes. Por mais engulhos que o estilo Bolsonaro possa nos causar, se a autonomia da estatal for respeitada como assegurado, não há razão para ela sofrer perdas cavalares na Bolsa. 

Últimos comentários

Considerações: Se o presidente demitido da Petrobrás tivesse um mínimo de apreço pelo cidadão brasileiro, pelo objetivo e core da empresa, na sua criação e objetivo, deveria ter criado uma estratégia de regulação dos preços dos combustíveis que fosse possível de gerenciar sem determinar aumentos imediatos e sucessivos. Prestou um grande desserviço à empresa e ao país, ajudando a piorar a já combalida economia brasileira.
Da forma como o PIB se apresentou, edtamis mesmo juma bolha
Excelente análise
Análise não é nada mais do que a narrativa dos fatos! Não vi em momento algum como tendenciosa, mais sim esclarecedora! Temos que ler as matérias afim de ver apenas a verdade seja ela do lado político em que for!
Volta para o Corinthians! depois que você saiu desmoronou lá!
Volta para o Corinthians! depois q vc saiu desmoronou lá!!
Perfeita análise! Parabéns
Investing tira este colunista do ar já fez tempo que faz publicações fora do foco.
Tá com cara de petista
Noticias distorcidas ,exageradas,que distorcem precos e provocam o caos.
O veio, se tá gagá, vai rezar que é melhor, b,u,r,r,o
O Bolsonaro prejudica a Petrobrás, antes de 2018 só dava lucro e alegria. Não teve uma só refinaria superfaturada e cada papel era negociado a 500 reais.
E pensar que o FHC e Dilma trocaram três presidentes da BR, temer e lula, dois cada um. Mas o antiliberal, acusado de interventor, que "merece" artigo tendencioso é o Bolsonaro. E ainda tem platéia para aplaudi-lo. Vai entender tanta contradição ou hipocrisia
Artigo ruim, muito ruim. Pelo visto, será que realmente entende de mercado.Por que neste momento deveria focar no mercado e os resultados dos ativos salientados para esclarecer os leitores investodores. Pense, pense e pense para não escrever algo que não agrega valor.
E não é que o cara conseguiu defender o pulha?? Impressionante!!!!
Parabéns pelo artigo. Lúcido e conclusivo.
Um governo que vendeu sonhos ao mercado: abertura da economia, tornar o Estado mais leve, respeitar marcos regulatórios, etc. tem se mostrado mais como um golpista chinfrin venezuelano que aparelha o Estado, se vende pro centrão, se afilia a militares (para proteger-se e a seus filhos bandidos), desrrespeita instituições e poderes gerando descrédito em investidores mundo afora, não merece o respeito de ninguém. Quanto ao comentário do analista, não vejo excessos, estando em linha com os fatos históricos e presentes.....
Triste abakise nao disse bada como sempre esse senhor oaulista e manadir dis istrakhas
E vc tá gostando de se ferrar, também no mercado? Vcs sãouma piada pronta, um incompetente desses que não faz nada que preste, só fala besteiras, deixa o pais à deriva e ainda tem gente que gosta e defende, putz.....
eu pensando que era uma análise do mercado, não só é mais um que não gosta do presidente
eu pensando que era uma análise do mercado, não só é mais um que não gosta do presidente 😴
Foda que o cara escreve um texto desses pendurado no saco do presidente.
Balela danada credo
A sua opinião não tem nenhum valor quando você fala nesse tom sem conhecimento dos descalabros que estão acontecendo na Petrobras, portanto esse seu artigo será ignorado por todos que têm pelo menos dois neurônios.
O descalabro agora é o de Bozó, ou ainda tão surfando em Lula, Dilma.....
Perfeito. Tem muitos saudosos dos roubos. Podem ser apenas boçais ou oportunistas. Que vão para Passadena, já que o "Bozo" não é bom
Se o cara não babar o ovo de Bolsonaro vira petista. Vocês são de uma pobreza intelectual que assombra.
...
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