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Primeiros Erros

Publicado 02.10.2018, 11:04
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Nem sempre na vida a gente consegue acertar. Escrevo este texto com um intuito diferente hoje: vou falar sobre um dos meus maiores erros como investidor e uma recomendação errada que fiz minha carreira de analista de ações.

Como diz a música do Capital Inicial que dá o título a esta coluna: “Se um dia eu pudesse ver meu passado inteiro”.

Um bom analista de ações precisa acertar mais calls do que errar. Parece fácil, mas não é. Como bem diria Charlie Munger, sócio de Warren Buffet na Berkshire Hathaway:

“Qualquer pessoa que ache que investir fácil é estúpida”.

Erre pequeno e aprenda com os seus erros

O erro faz parte do processo de análise de investimento e a maioria dos grandes gestores de fundos de investimento em ações presta muita atenção na gestão do risco, ou seja, um erro não pode ser tão grande a ponto de ser fatal para o fundo.

O desafio aqui é aprender com os próprios erros de investidor, mesmo que não seja da primeira vez. A teoria das finanças comportamentais explica em parte a dificuldade de aprender com os próprios erros.

Eu não estou sozinho ao reconhecer os meus erros. Recentemente, foi lançado o livro em inglês: “Grandes Erros – Os melhores investidores e o seus piores erros”, do autor Michael Batnick - recomendo a leitura.

O meu maior erro como investidor

No início de 2014, eu trabalhava na área de análise de um banco de investimentos europeu e tinha uma boa parte do meu patrimônio (50%) investida em ações. Por regra interna, eu obviamente não podia comprar as ações que eu mesmo analisava na Bolsa de Valores (ex: setor imobiliário, shopping centers e infraestrutura).

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Nesta época, eu tinha uma carteira de ações e investimentos em dois fundos de ações de gestoras de recursos especializadas no mercado local.

Os fundos de investimentos em ações americanas negociadas no Brasil começaram a ficar populares em 2014. O primeiro ETF de S&P500 (IVVB11 (SA:IVVB11)), fundo de estratégia passiva que replica o principal índice de ações americanas, começou a ser negociado em 29 de abril de 2014.

O fundo do Bradesco BDR Nível I, que teve início em 28 de dezembro de 2011, já tinha cerca de R$ 60 milhões em patrimônio no início de 2014. Este tipo de fundo era baseado numa gestão ativa de ações americanas com desempenho em relação ao principal índice de ações americanas (S&P).

Me ofereceram este fundo do Bradesco (SA:BBDC4), mas eu acabei não investindo nas ações americanas BDR e perdi a oportunidade de ter um rendimento bruto de 32% em 2014 e 50% em 2015.

Como diz a clássica música dos Paralamas do Sucesso, Meu Erro: “Eu quis dizer, você não quis escutar”.

Analisar depois é fácil, afinal, agora já foi. Pensando friamente eu cometi um erro grave: fala diversificação de ativos.

A falta de diversificação neste caso foi dupla: faltou diversificação em termos de classe de ativos (ex: dólar) e diversificação dentro da mesma classe de ativos: eu tinha apenas ações brasileiras, sem exposição às ações americanas.

Eu aprendi com o meu próprio erro e acabei investindo em ações americanas (via IVVB11) somente em 2016. Antes tarde do que nunca.

Atualmente, a minha carteira de investimento não está somente exposta à variação de mercado dos ativos no Brasil denominados em reais, mas também ao dólar e ao principal índice de ações do EUA (S&P500).

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Call errado em análise de ações

Para encerrar a coluna, eu revelo o meu maior erro em recomendações de ações que estiveram sob minha análise: a incorporadora imobiliária Tecnisa (SA:TCSA3).

Num relatório de outubro de 2013, eu dei uma recomendação de COMPRA para as ações da Tecnisa com preço alvo de R$ 12,00 por ação em dezembro de 2014, com potencial de valorização de 25%.

Eu acreditava que o grande catalisador para as ações da Tecnisa era o projeto Jardim das Perdizes, praticamente um novo bairro planejado em São Paulo. A minha expectativa era de boa geração de caixa para a empresa, com redução do endividamento em 2014 e 2015.

A geração de caixa ficou pelo caminho, devido aos cancelamentos de vendas e estouros nos custos de obras, e a dívida da Tecnisa ficou tão alta que a empresa precisou fazer um aumento de capital - com participação da Cyrela (SA:CYRE3), inclusive.

Como dizia um analista da minha equipe: “Deu ruim, boss”. As ações (TCSA3) acumularam queda de 56,7% até o final de 2014. No começo de 2015, eu rebaixei a recomendação da Tecnisa para manutenção, pois o nível de endividamento (dívida líquida/PL) era 146% em setembro de 2014.

Nesse caso, o aprendizado foi sempre duvidar de projeções muito otimistas para o ritmo de redução do endividamento de uma empresa. Eu diria que o endividamento de uma empresa é um dos indicadores mais importantes da análise fundamentalista.

Últimos comentários

Eu acredito no potencial da tecnisa e estou comprado e não vendo. Buy and Hold. Moro em praia Grande_SP e aqui a tecnisa possui empreendimentos de alto padrão. Além de outros em São Paulo. . Eu vi que eles estão enchugando a máquina e acredito em um futuro promissor a longo prazo.
Sua visão estava correta, Eduardo. O que não estava na conta de ninguém era os distratos e o governo dilma. Agora a TCSA3 já começa a desalavancar e gerar caixa.
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