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Quem Dera...

Publicado 03.08.2018, 09:07
Atualizado 10.01.2024, 08:22

Criação de mais de 200 mil vagas pelo terceiro mês seguido e taxa de desemprego abaixo de 4%, nos menores níveis deste século. Os dados de emprego nos Estados Unidos em julho a serem conhecidos hoje (9h30) se contrastam com os números mais recentes do Brasil, onde mais de 65 milhões de pessoas se encontram fora da força de trabalho.

Mas o que importa mesmo no chamado payroll é se as empresas estão pagando mais para contratar trabalhadores por causa das condições apertadas do mercado de trabalho, o que pode provocar inflação e taxas de juros mais altas nos EUA. Com isso, o foco no documento estará no ganho médio por hora, que deve subir 0,3% ante junho e +2,7% em 12 meses.

Trata-se de um dos destaques da agenda norte-americana desta sexta-feira, que traz também o desempenho da balança comercial em junho, no mesmo horário, e do setor de serviços no mês passado (11h). Os dados do dia nos EUA são importantes para observar como a economia tem se mantido robusta, em meio às investidas protecionistas do governo Trump.

Sabe-se que o crescimento econômico do país é baseado no consumo interno e nas diversas atividades do setor terciário. Antes fosse, então, a intenção de Donald Trump de obter vantagens competitivas nas trocas internacionais apenas para reduzir o déficit comercial. A medida visa mesmo é compensar o aumento acelerado dos gastos do governo, que eleva a dívida pública.

Até por isso, a China tem afirmado que a abordagem de duas faces de Washington, combinando táticas duras e brandas contra Pequim, não irá funcionar. Por isso, a Casa Branca precisa corrigir sua atitude e não chantagear o país asiático, que é o maior detentor de títulos dos EUA (Treasuries), financiando a dívida norte-americana com o restante do mundo.

Diante de uma ameaça crescente de guerra comercial, a China tem se preparado e pode ser forçada a retaliar com outras ferramentas, transformando desafios em oportunidades. Tanto é que Pequim vem acumulando enormes reservas de ouro, comprando grandes quantidades do metal precioso de modo a se tornar cada vez menos dependente dos ativos norte-americanos.

A China também possui a maior reserva internacional do mundo e essa diversificação pode colocar em risco o domínio do dólar como a principal moeda global. Ao fazer assim, Pequim fica menos vulnerável às chantagens dos EUA e aposta em um ativo físico valioso, cujo preço não está sujeito a eventuais instabilidades comerciais e geopolíticas.

Por ora, o mercado financeiro tem adotado um modo de “esperar para ver” em torno das tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo. Os investidores acreditam que Trump vai reduzir a pressão sobre os países rivais assim que houver uma turbulência no mercado por causa do assunto.

Ou seja, embora não se possa descartar a continuidade de uma postura de maior confronto, principalmente entre EUA e China, as apostas são de que, em algum momento, o mercado financeiro será o responsável por disciplinar Trump e seu governo, com uma forte reação negativa a suas política.

Assim, os ativos amanhecem sem um rumo definido hoje, após uma semana dominada por preocupações protecionistas. As perdas renovadas em Xangai (-1,00%) não prejudicam a abertura do pregão europeu, onde as bolsas ensaiam ganhos, ao passo que Wall Street está na linha d’água. O dólar mantém os ganhos em relação às moedas rivais, sendo que o yuan chinês (renminbi) cravou a oitava semana seguida de queda.

Trata-se do maior declínio consecutivo da moeda chinesa desde o início do moderno regime de câmbio no país, em 1994. A lira turca também renova o recorde de baixa em relação à moeda norte-americana. Nas commodities, o petróleo segue no menor nível em mais de um mês. Já o título norte-americano de 10 anos (T-Note) orbita abaixo de 3%.

Diante da aparente calmaria no mercado financeiro desde julho, com a temporada de balanços no exterior e as férias de verão no hemisfério norte ofuscando a tensão comercial, os investidores ainda não se adequaram ao cenário de normalização monetária nas principais economias do mundo. O movimento encerra a era de liquidez global que vigorou por 10 anos, dando início a uma escassez de recursos.

Foi durante esse longo período de estímulos artificiais dos maiores bancos centrais que os ativos de risco se apreciaram. E o ajuste nos preços agora combinado com uma postura mais combativa da Casa Branca nas relações comerciais em nada ajuda na economia global - podendo, inclusive, afetar negativamente o crescimento e a inflação nos EUA, a despeito da mensagem otimista do Federal Reserve.

Portanto, não é apenas o cenário norte-americano de pleno emprego que se apresenta como um risco para o plano de voo do Fed, de apertar o juro nos EUA mais duas vezes neste ano. O leve viés mais duro (“hawkish”) no comunicado desta semana deixou claro que o acúmulo de pressões inflacionárias no país é evidente.

No Brasil, a economia não tem sido capaz de responder aos estímulos vindos do BC local, que mantém o juro básico no piso histórico desde o fim do ano passado, por causa da falta de rigor político. A ausência de reformas estruturais e de um ajuste fiscal austero inibe os investimentos privados, mantendo o desemprego elevado e a renda baixa.

Tal cenário afeta diretamente o consumo, ampliando a inadimplência e travando o crédito, ao mesmo tempo que as empresas seguem ociosas. Quem dera fosse outra a impressão, a não ser a de que - às vésperas do fim das convenções partidárias e com a definição dos nomes e das chapas que irão disputar as eleições de outubro - os eleitos dificilmente irão reorientar o país.

Fica de alento, então, a agenda doméstica do dia. São esperados os dados da indústria automotiva em julho (11h20) e do balanço da Petrobras (SA:PETR4) no segundo trimestre deste ano, antes da abertura do pregão. Em ambos os casos, a produção e a exportação tendem a compensar o resultado mais fraco das vendas internas, ofuscando o impacto da greve dos caminhoneiros.

Para a petrolífera, as estimativas apontam para um lucro robusto, de R$ 7 bilhões em apenas três meses - em um período marcado pela crise do diesel, que culminou na queda do então presidente da companhia, Pedro Parente. Logo após a divulgação do demonstrativo contábil, a companhia realiza entrevista coletiva para comentar os números.

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