Garanta 40% de desconto
💎 WSM subiu +52.1% desde que foi selecionada por nossa estratégia de IA em dezembro. Acesse todas as açõesAssine agora

Quero Ser Grande

Publicado 22.01.2020, 10:32
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Hoje não vou falar que a nossa economia está em plena recuperação e que a migração da renda fixa para a renda variável já é uma realidade. Isso você já está careca de saber.

Venho com tom de crítica, clamando por mudanças.

Temos um problema diante de nós: a Bolsa brasileira não é “as mil maravilhas”.

Ela é pequena. Para não dizer minúscula diante do tamanho do nosso mercado corporativo.

Na B3 só se encontra a nata das empresas brasileiras e esse grupo está longe de representar o nosso PIB.

Gosto de usar comparações para que se entenda o tamanho do nosso drama.

Israel é um país com menos de 10 milhões de habitantes, cujo território é similar em tamanho ao Estado de Sergipe. Minúsculo, não?

Sua economia de US$ 335 bilhões é um décimo do PIB do Brasil.

Agora eu te pergunto: você sabe quantas companhias israelenses possuem suas ações listadas na Bolsa local (TASE)? São 544 empresas.

Tem ideia de quantas empresas são listadas na B3? Apenas 330. Dessas, considerando a liquidez, podemos dizer que 250 são “investíveis”.

Ou seja, Israel, com uma economia significativamente menor que a brasileira e um mercado financeiro com menos expressão, possui bem mais empresas listadas do que a Bolsa brasileira.

Não precisamos ir muito longe.

Nossa vizinha Colômbia possui uma população de 49 milhões de pessoas, sendo que dessas mais de 3 milhões investem na Bolsa.

De fato, crescemos bastante nos últimos dois anos, mas só temos 1,6 milhão de CPFs, ou seja, menos de 1% da população brasileira investe em ações.

Temos que acelerar esse processo de crescimento. E isso passa não somente pelo aumento no número de investidores, mas também pelo montante de empresas listadas.

Queremos uma B3 que represente o tamanho da economia brasileira. Desejamos uma Bolsa com um número grande de ações listadas.

Estamos falando de uma via de mão dupla. A B3 deve criar meios para atrair novas companhias, reduzindo taxas de listagem e qualquer entrave que não estimule empresas a abrir o seu capital.

Ao mesmo tempo, as instituições têm que enxergar a Bolsa como um local de captação de recursos para a expansão de suas operações a fim de, posteriormente, aumentar o seu valor de mercado.

Não tenho dúvidas de que, com taxas de juros em patamares baixos por um longo período (cenário atual) e investidores recorrendo a mais risco em seus investimentos, se não fizermos nada para atrair mais empresas para a Bolsa, as oportunidades tornar-se-ão escassas em breve.

Vejo atualmente muitas assets anunciando que possuem mais de 5% de participação acionária em várias empresas. Isso é um grande problema.

Problema, pois as próprias gestoras de recursos não querem se tornar tão relevantes como acionistas. Imagine um cenário em que ocorre um alto volume de resgates em seus fundos. Essa movimentação acaba exercendo uma pressão vendedora no ativo. Em ações com menos liquidez, acaba sendo um grande tiro no pé.

Cada vez mais carentes de opções na B3, as assets locais vêm captando bilhões de reais e estão sendo “forçadas” a aumentar posições nas mesmas empresas.

Sem IPOs por aqui, em pouco tempo, o dinheiro que deveria ser investido no Brasil migrará para as Bolsas americanas, gigantes com capacidade de absorver esse enorme volume financeiro.

E isso não é nada legal; perderemos um ciclo positivo que pode levar o mercado acionário brasileiro para outro patamar.

Precisamos de anos como 2007, quando cerca de cem empresas estrearam na Bolsa. O que falta para isso acontecer?

Temos um fluxo enorme para entrar em renda variável; estamos diante de um ambiente econômico mais favorável, que propicia a tomada de mais risco.

Além disso, não tenho dúvidas de que muitas empresas já passaram pelas etapas de crescimento acelerado em seus ciclos, com investimentos de venture capital e private equity, e agora precisam da Bolsa para alçar voos maiores.

E aí, B3, vamos atrair essas milhares de empresas brasileiras? Ou vamos continuar perdendo soldados para a Nasdaq? Temos que fazer algo, com urgência.

Queremos ver a Bolsa grande. Índices acionários que expressem as mudanças, situações e cenários em que a nossa economia está exposta. Algo como o S&P 500 nos EUA, com as 500 ações mais importantes para o mercado.

Não demorará muito tempo para que cheguemos a um volume médio diário de R$ 25 bilhões (em janeiro, esse número já foi R$ 23,4 bilhões). Se não tivermos mais empresas listadas, esse dinheiro vai embora daqui. O mercado precisa de opções e de boas oportunidades.

Pelo menos, um alento. Vamos começar 2020 com três IPOs já engatilhados: os das construtoras Mitre (SA:MRTE3) e Moura Dubeux e o da empresa de hospedagem de sites Locaweb (já estamos analisando e vamos levar nossa opinião a você em breve). Segundo a B3, podemos atingir entre 20 e 30 ofertas públicas iniciais em 2020. Ainda é pouco.

Sonho meu: 500 ações com liquidez e 5 milhões de CPFs na B3 em cinco anos.

Não é algo de outro mundo; é bem possível. Basta remarmos todos juntos a favor da corrente.

Aí, sim, teremos uma Bolsa que represente efetivamente a nossa economia, o nosso mercado corporativo, o nosso Brasil.

Por aqui, vimos um mercado de realização de lucros diante do novo risco global com o coronavírus chinês, o que ofuscou o discurso do ministro Paulo Guedes no Fórum Econômico Mundial em Davos.

Acordamos hoje com um clima mais estável, com o governo chinês se mobilizando fortemente para conter o vírus.

As Bolsas europeias operam levemente no positivo e os índices futuros norte-americanos apontam para uma abertura para cima.

No Brasil, devemos ter um dia mais tranquilo, com a Bolsa se recuperando depois da forte queda de ontem. Vale (SA:VALE3) acompanhar o impacto nas ações ordinárias da Petrobras (SA:PETR4) (PETR3 (SA:PETR3)), após a empresa anunciar a venda das ações do BNDES em uma oferta que pode chegar a R$ 23 bilhões.

Últimos comentários

Tubas e lions and todos que orbitam em torno do cassino _ Junte-se tbém ao coro de ações alugadas e promovam algo que vos afete _ Enquano houver uns poucos que dominam e continuam se beneficiando vai ser dificil mudar o estado de coisa . Certamente algo maior virá agitar as águas paradas da inércia .
Excelente análise Max. Nós, investidores, também queremos queremos ser Grandes!
Se em 2022 o povo eleger bons governantes, talvez o Brasil continue melhorando. Espero q os eleitores comecem a se informar sobre seus candidatos e a origem dos recursos de campanha, seu historico... podemos chegar em 5M de cpfs na B3 quando o brasileiro acreditar mais no Brasil.
Max disse "Precisamos de anos como 2007, quando cerca de cem empresas estrearam na Bolsa. O que falta para isso acontecer?" Talvez seja de um governo como o de 2007.
Realmente ainda existe muito espaço pra crescimento. Dá pra dobrar fácil.
show
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.