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Reunião da Opep: Três Possíveis Resultados e seu Impacto no Mercado Petrolífero

Publicado 05.12.2019, 10:14
Atualizado 02.09.2020, 03:05

Com o início da reunião de dezembro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e do seu grupo de aliados Opep+ em Viena, vamos destacar quais são os três possíveis resultados dessa cúpula:

1. Mais cortes de produção

Antes mesmo de chegar a Viena, o ministro do petróleo do Iraque propôs que a Opep aumentasse os cortes de produção em 400.000 barris por dia (bpd). O Iraque defende que o atual corte de 1,2 milhão de bpd não é suficiente para sustentar os preços, em razão da previsão de demanda fraca no primeiro semestre de 2020.

No entanto, como diversos membros importantes do cartel não cumpriram suas cotas em vigor – e o Iraque é um dos mais notórios deles –, será difícil obter apoio no grupo para uma restrição ainda maior da oferta. Não há qualquer expectativa de que o Iraque possa respeitar esses cortes adicionais e, embora não se tenha dito isso abertamente, está claro que quem arcaria com a maior parte do peso desses cortes seria a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos (EAU).

O ministro do petróleo iraquiano parecia reconhecer esse fato ao recuar em relação ao seu apoio anterior ao aprofundamento dos cortes, depois de se reunir com os ministros do petróleo do Kuwaiti e dos EAU.

De fato, é pouco provável que o petróleo ganhe muito terreno por causa desse rumor, haja vista que a maior parte da valorização desta quarta-feira pode ser atribuída a notícias positivas sobre o acordo comercial entre EUA e China. Contudo, alguns analistas ainda acreditam que a Opep deva aumentar os cortes, a fim de lidar com um possível excesso de oferta no primeiro semestre de 2020.

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WTI Semanal

2. Manutenção da situação atual

Esse é o cenário mais provável, pois praticamente já há um consenso na Opep e Opep+ para a continuidade do status quo. De fato, a Opep em seu conjunto vem produzindo abaixo da quantidade especificada nesse acordo, pois a Arábia Saudita realizou cortes adicionais, os EUA sancionaram as indústrias petrolíferas do Irã e da Venezuela e alguns produtores menores enfrentam declínios naturais.

Se considerarmos que a reunião terá como resultado uma prorrogação dos cortes, a questão mais premente para os ministros do cartel e seus aliados será determinar o prazo: três meses, seis meses, nove meses ou um ano?

Na reunião de junho passado, os produtores prorrogaram o mesmo acordo por nove meses, quando o normal seriam seis. A última proposta de prorrogação por mais um ano veio do ministro do petróleo do Iraque e contou com o apoio da Venezuela, que tecnicamente está isenta do acordo em razão das sanções dos EUA às suas exportações petrolíferas. É possível que a Opep concorde com uma extensão de um ano após avaliar as condições do mercado, ao final do primeiro semestre de 2020, podendo revisar a produção caso haja algum desequilíbrio na oferta e na demanda.

Entretanto, a Opep+ tem papel relevante nessa questão, e a Rússia ainda não se manifestou sobre seu prazo preferencial. É inegável a importância da visão do ministro do petróleo da Rússia, Alexander Novak, que pode inclusive ser determinante, caso não haja um consenso dentro da Opep.

Uma extensão de três ou nove meses faria mais sentido, pois tais alternativas fariam com que o prazo coincidisse com as reuniões semestrais do cartel.

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3. Fim das violações ao acordo

O novo ministro do petróleo da Arábia Saudita, Abdulaziz bin Salman, participará da sua primeira reunião da Opep no cargo. Embora não tenha dito nada de relevante aos jornalistas ao chegar a Viena, o ministro vem sinalizando que seu país está cansado das violações de outros membros do cartel, algo que se tornou normal na Opep desde 1973, quando o grupo começou a ter influência no mercado petrolífero.

Quando o acordo de corte de produção da Opep e Opep+ foi inicialmente concebido, o cartel decidiu formar o Comitê de Monitoramento Ministerial Conjunto (CMMC), a fim de acompanhar as taxas de produção dos países participantes. Diversos países, como Iraque, Nigéria e Rússia, foram repreendidos pelo seu excesso de produção. A Opep também contratou diversas fontes externas para rastrear a produção e a adesão dos países membros. Essas organizações têm emitido relatórios mensais detalhando quais países estão produzindo a mais, a menos ou cumprindo exatamente suas metas. Nada disso parece ter feito qualquer diferença para os violadores habituais.

Agora, o Wall Street Journal noticia que a Arábia Saudita está usando sua melhor arma para cobrar o cumprimento dos membros do cartel: o país ameaça inundar o mercado com petróleo. Como discutimos na coluna da semana passada, a Arábia Saudita é capaz de fornecer mais 510.000 bpd ao mercado, sem ultrapassar sua cota na Opep, que é de 10,3 milhões de bpd. Um aumento dessa magnitude na oferta petrolífera pode fazer os preços despencarem. Essa ação, evidentemente, poderia prejudicar os outros produtores mais do que a própria Arábia Saudita, pois a Aramco consegue produzir petróleo a um custo por barril muito menor do que qualquer outra empresa.

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Embora alguns analistas acreditem que a Arábia Saudita não fará isso, pois a intenção do reino é manter a cotação do produto elevada e impulsionar a oferta inicial de ações da Aramco, o próprio fato de a petrolífera estatal saudita abrir seu capital é um incentivo para que a empresa produza mais petróleo, a fim de registrar um aumento de receita. Por isso, o mercado deve levar a sério a ameaça da Arábia Saudita de “abrir a torneira”. Não só a Aramco é capaz de produzir muito mais do que sua produção atual, como essa estratégia não seria nada ruim para a companhia. Outro possível resultado que pode emergir dessa reunião da Opep é uma prorrogação menor, patrocinada pela Arábia Saudita, sob a ameaça de um aumento de oferta.

Conclusão

O primeiro cenário parece cada vez mais improvável neste momento; por isso, os observadores do mercado devem se preparar para um consenso em torno da prorrogação dos atuais cortes de produção durante algum tempo, mantendo em mente que a ameaça da Arábia Saudita de aumentar sua produção é uma possibilidade real, capaz de fazer os preços despencarem.

Últimos comentários

Então a Gasolina e o diesel do mundo são caros por que os membros dessa OPEP "cartel" regulam os preços, abrindo ou fechando a torneira do petróleo.
Então a Gasolina e o diesel do mundo são caros por que os membros dessa OPEP "cartel" regulam os preços, abrindo ou fechando a torneira do petróleo.
Artigo excelente.. Obrigado Ellen
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