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Semana: Atuação do BC no Dólar, Copom, Fomc, IPCA-15 e Sondagens da FGV

Publicado 21.05.2018, 08:33
Atualizado 09.07.2023, 07:32

A semana abre com as atenções do mercado voltadas para a atuação do Banco Central (BC) no mercado de câmbio. O mercado pressionou o quanto pôde o dólar e os juros no fim da semana passada e levou o BC a anunciar um aumento na oferta de contratos de swap cambial, que funcionam como venda futura de dólar. Mas um eventual recuo do dólar vai depender mais do que o mercado vai esperar para os juros americanos depois de ler a ata do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) nos EUA.

O anúncio de que a oferta passará de 5.000 contratos para 15.000 contratos por dia, ou de US$ 150 milhões para US$ 450 milhões, veio depois das 18 horas de sexta-feira, sem afobação. Junto, veio uma explicação (longa para os padrões de um BC) de que a alta do dólar por si só não fará o BC mudar a política de juros. Ou seja, o BC não vai subir os juros só porque o dólar subiu, como especulou parte do mercado na sexta-feira, depois da frustração com a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter os juros em 6,5%. A alta dos juros virá se essa desvalorização do real impactar outras variáveis, em especial da inflação. E o BC foi mais longe e disse que não espera que isso aconteça, pois a economia segue fraca.

Receio com a alta dos juros

A explicação mostra que o BC está preocupado mais com a alta dos juros futuros, que podem afetar ainda mais a claudicante recuperação da economia ao contaminar as taxas do crédito. Ao mesmo tempo, o BC indica que não quer entrar no jogo do mercado, que quer dólar barato para zerar posições ou mandar dinheiro para o exterior. E que a autoridade vê o movimento do dólar mais vinculado a uma mudança no cenário externo, sobre a qual não tem controle, o que tornaria inútil uma ação mais forte no câmbio.

Portanto, a atuação maior do BC pode acalmar um pouco os mercados, mas a alta do dólar só vai parar quando o cenário externo se estabilizar e ficar claro qual será a nova relação entre a moeda americana e as demais moedas, inclusive o real.

Ata do Copom e IPCA-15 podem dar novas pistas

Por isso, é grande a expectativa com a ata do Copom que o Banco Central divulga na terça-feira (22) — após ter decidido, para surpresa da maioria dos analistas, pela manutenção da Selic (juro básico da economia) em 6,50% ao ano, em sua última reunião. Na avaliação de boa parte dos especialistas, o documento, que trará mais detalhes sobre a decisão da autoridade monetária de não baixar os juros, possivelmente indicará manutenção da taxa por tempo prolongado. Na quarta-feira, a expectativa é com a apresentação do IPCA-15 de maio, prévia da inflação oficial e, já na segunda-feira, o Boletim Focus traz novas estimativas para o principais indicadores ao investidor. O IPCA-15 pode mostrar se houve algum impacto da alta do dólar sobre a inflação, que é o grande temor do BC e do mercado.

A agenda local prevê ainda informações sobre balança comercial, nota do setor externo e dados de investimento estrangeiro direto no país, relativos a abril, que o BC apresenta na quinta-feira e, sem data definida, são esperados também números da arrecadação (abril) a serem apresentados pela Receita Federal.

Na agenda externa, destaque para o Fomc, atividade nos EUA e Europa

Na agenda internacional, os destaques devem ser os dados preliminares de atividade nos EUA e na Europa, com foco também no petróleo e atenção para as eleições da Venezuela, realizadas neste domingo. A equipe do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depec) do Bradesco ressalta a expectativa com a ata do Comitê de Mercado Aberto (Fomc na sigla em inglês) – que poderá dar sinalizações dos planos do Fed (Banco Central americano) em relação à trajetória dos juros -, prévia de maio dos índices PMI (Índice de Gerentes de Compras) e comportamento da inflação no Reino Unido.

Crescimento americano deve manter ritmo forte

Os indicadores de atividade continuarão sinalizando ritmo forte de crescimento dos EUA no segundo trimestre, afirma o time do banco em relatório, acrescentando que, no Reino Unido, o alerta é quanto ao índice de inflação de abril, pois o indicador anterior surpreendeu para baixo e foi importante na postergação da alta de juros pelo BoE (Banco da Inglaterra). “O Fomc, por sua vez, deve atualizar sua avaliação sobre a dinâmica de atividade e inflação”, analisam os economistas.

Cenário político: forças de centro buscam articular candidatura única

No cenário político, a união das forças de centro em torno de uma única candidatura à Presidência da República, que defenda a continuidade das reformas, deve ter desdobramentos nos próximo dias. O assunto entrou em pauta na semana passada com a divulgação, ainda não oficial, do documento “Por um polo democrático e reformista”, proposto por lideranças do PSDB, MDB, DEM e PTB, ganhando apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, em mais uma tentativa de tentar reunir essas forças.

O texto aponta na direção da democracia, rejeitando qualquer possibilidade de autoritarismo à direita e à esquerda, além de reforçar a importância das reformas, destacando a previdenciária e a tributária. É uma resposta às candidaturas de esquerda, lideradas por enquanto por Ciro Gomes, do PDT, já que o favorito Luiz Inácio Lula da Silva está preso, e de direita, representadas por Jair Bolsonaro.

MDB prepara documento com foco em reformas

As reformas também são a preocupação do MDB, cada vez mais fragilizado com as denúncias de corrupção contra o presidente Michel Temer, que deve lançar a carta “Encontro com o futuro”. A estratégia do partido é chamar a atenção da opinião pública para o legado deixado pela gestão Dilma Rousseff, de crise econômica, e a necessidade de avançar nas reformas. Junto com o documento, cresce a expectativa do MDB de projetar a pré-candidatura do ex-ministro Henrique Meirelles. Temer deve indicar que não concorrerá, para abrir caminho para o ex-ministro no partido.

Para analistas, ata do Copom indicará manutenção da Selic por tempo prolongado

Ainda de acordo com o Depec-Bradesco, na ata do Copom, o BC deverá dar mais detalhes sobre a interrupção do ciclo de queda de juros e o balanço de riscos para as próximas reuniões.

Para os analistas da consultoria Rosenberg Associados (RA), após a grande surpresa da manutenção da Selic, na última reunião, o documento deverá ser foco de atenção do mercado. “Possivelmente, teremos a indicação de manutenção da taxa por tempo prolongado”, avaliam.

Já os analistas do BNP Paribas destacam em relatório que o BC, ao decidir pela manutenção da Selic em 6,50% ao ano, reforçou que sua decisão foi impulsionada pela avaliação de riscos à inflação prospectiva e não apenas pelo desempenho do mercado. “Olhando para o futuro, esperamos que a atual taxa de juros de 6,50% permaneça por muito tempo”, afirmam os analistas, que não projetam aumento de taxa “antes de meados de 2019”.

IPCA-15 deve ter variação acima do mês anterior

Quanto ao IPCA-15 de maio, a estimativa do Bradesco (SA:BBDC4) é que deve apresentar alta de 0,27%. Em relação à decisão de bandeira tarifária de energia elétrica para junho, a expectativa da equipe é de alteração de amarela para vermelha 2, o que representaria um impacto de 0,28 ponto percentual no IPCA do mês.

“Esperamos variação de 0,24%, pouco acima da variação do mês anterior, de 0,21%”, estima também a Rosenberg. Na comparação em 12 meses, diz a equipe em relatório a clientes, a inflação deve ficar estável, com variação de 2,80%.

Energia elétrica pressiona alta no grupo Habitação

De volta à comparação mensal, o destaque vai para a aceleração do grupo Habitação, pressionado pelo item energia elétrica, refletindo os reajustes ordinários em diversas capitais e a introdução da bandeira tarifária amarela em maio (era verde em abril), segundo a RA. Já o grupo Alimentação e Bebidas deve observar a elevação dos tubérculos como batata e mandioca. Na contramão, o grupo Transportes deve perder força no mês, puxado pela deflação no subgrupo de combustíveis, com destaque para a queda de preços do etanol pela época do ano.

Sondagens da FGV poderão reforçar previsões de atividade moderada

O Depec-Bradesco dá ênfase ainda à divulgação das sondagens da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de maio que, na avaliação da equipe, deverão reforçar o desempenho moderado da atividade no segundo trimestre. A FGV vai apresentar as pesquisas ao longo da semana, começando por Sondagem ao Consumidor (quarta-feira), seguida de Comércio (quinta-feira), e finalizando, na sexta-feira, com sondagem da Construção Civil e apresentação do INCC (Índice Nacional de Custos da Construção), também relativo ao mês de maio.

Nota do setor externo: balanço de pagamentos ajustado

Para a nota de Setor Externo divulgada pelo Banco Central, a estimativa da Rosenberg é de um superávit de US$ 1,4 bilhão — maior do que o apontado no mesmo mês do ano anterior, devido à balança comercial ainda favorável. “Para o Investimento Direto Estrangeiro, esperamos entrada de US$ 3 bilhões”, diz a equipe. A projeção para a arrecadação federal é um crescimento real de 3,7% em abril sobre o mesmo mês do ano anterior. O Depec-Bradesco acredita que a nota do setor externo “seguirá apontando para um quadro de balanço de pagamentos ajustado no Brasil”. Esses dados podem reforçar a expectativa de que o dólar se ajuste nos próximos meses, já que não há um grande desequilíbrio das contas externas.

Escalada do dólar deve manter mercado de risco complicado

O economista-chefe da Home Broker Modalmais, Alvaro Bandeira, ressalta que, mais uma vez, a semana anterior foi de muita instabilidade nos mercados de risco, com destaque agora para o comportamento do dólar — em alta no mercado internacional e desequilibrando ativos espalhados por todo o mundo. Internamente, lembra Bandeira, a decisão do Copom de manter os juros básicos da economia em 6,5% também pegou os agentes do mercado de surpresa.

Para a semana que se inicia, a expectativa de Bandeira é de novo período complicado, em função da escalada do dólar no mercado internacional e da percepção de que o risco de desequilíbrios em países emergentes ficou maior.

Perspectivas locais na dependência de cenários externos e equilíbrio cambial

Do ponto de vista geopolítico, o economista menciona que no final da semana o Fundo Monetário Internacional (FMI) se reuniu para discutir o problema da economia argentina, crise mais próxima entre os países emergentes, junto com Turquia. No radar ainda as relações comerciais entre os EUA e a China, com os chineses até aqui se mostrando propensos a negociar e aliviar o grande superávit que mantém contra os EUA, mas não sem alguma contrapartida.

Em paralelo, o economista enfatiza os problemas comerciais também com a União Europeia, “mais duros de serem resolvidos”, apesar de serem aliados históricos, além da batalha com as negociações do NAFTA (Acordo de Livre Comércio da América do Norte, que reúne EUA, Canadá e México), ainda longe de um desfecho.

“Vamos ter que acompanhar (os diferentes cenários) durante o período, pois deles dependem a perspectiva dos mercados de risco no curto prazo e o comportamento de equilíbrio entre o dólar e outras moedas importantes”.

Política e economia internas em compasso de espera

No Brasil, o economista enfatiza que o plano político “deve prosseguir indefinido” e não prevê mudanças significativas até a Copa do Mundo. O mesmo valeria para votações de medidas e ajustes na economia, portanto, não existindo alento para retomada da atividade econômica ou melhora de expectativas. Para ele, o segmento externo vai seguir como parâmetro do desempenho do mercado acionário local e influindo na taxa de câmbio.

Já do ponto de vista da análise técnica, diz Bandeira, alguma definição de tendência mais consistente somente ocorrerá “se e quando conseguirmos ultrapassar com consistência a faixa inferior ao redor de 83.600 pontos, ou a parte superior, em 87.600 pontos”.

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