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Semana Terá Pesquisas, Ata do Copom, Fomc, RTI, IGP-M, Crédito e Desemprego

Publicado 24.09.2018, 00:16
Atualizado 09.07.2023, 07:32

Na semana passada, os mercados brasileiros tiveram uma semana de descompressão, com o dólar recuando 3%, para R$ 4,04 no mercado comercial e o Índice Bovespa subindo 5,32%, para 79.444 pontos, repercutindo as pesquisas eleitorais e um cenário de polarização que poderia levar à vitória de um candidato pró-reformas fiscais.

Já a última semana do mês, marcada por alta temperatura na política — diante da aproximação da reta final nas eleições de 7 de outubro e de novas pesquisas de intenção de voto — terá como destaques econômicos questões de política monetária e inflação. Internamente, o mercado estará de olho na ata do Comitê de Política Monetário (Copom) do Banco Central e no Relatório de Inflação do BC. Já na terça-feira, dizem analistas do Bradesco (SA:BBDC4), a ata poderá trazer maior clareza das circunstâncias que devem levar à alta gradual dos juros básicos neste ano ou no próximo. Na quinta, sai o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), com projeções distintas de cenários dos mercados — com câmbio instável e previsão de alta de juros aliados à revisão das estimativas de crescimento da economia para este ano.

Também na quinta-feira, o IGP-M, da Fundação Getulio Vargas (FGV), índice que corrige muitos contratos de aluguel, também dará uma ideia de como está o impacto da alta do dólar nos preços no atacado e o seu repasse para o varejo.

Manutenção da Selic em 6,5% e ritmo de recuperação aquém do esperado

Na semana passada, o Copom manteve a taxa Selic inalterada em 6,5% ao ano. Em seu comunicado sobre a decisão, o BC reconheceu que o ritmo de recuperação da atividade econômica tem sido mais gradual que o esperado, e que os núcleos de inflação se encontram em níveis apropriados, inclusive os componentes mais sensíveis ao ciclo econômico. “O Comitê também divulgou revisões para cima, no cenário prospectivo, para a inflação, mas ainda compatíveis com a meta deste ano”, escrevem em seu relatório economistas do Depec-Bradesco. Para 2019, o cenário que considera câmbio e Selic constantes nos patamares atuais apontou para alta do IPCA de 4,5%, pouco acima da meta de 4,25% para o próximo ano.

Cenário internacional segue desafiador para economias emergentes

Para a equipe do banco, o comunicado da autoridade monetária enfatizou que o cenário internacional segue desafiador para economias emergentes, com normalização das taxas de juros de economias avançadas e as incertezas em relação ao comércio global por conta do protecionismo dos EUA, em especial contra a China. Os analistas ressaltam ainda que, apesar de continuar apontando que o cenário prescreve a manutenção de uma política monetária estimulativa (juros baixos), o colegiado acrescentou um novo trecho, segundo o qual “esse estímulo começará a ser removido gradualmente caso o cenário prospectivo para a inflação no horizonte relevante para a política monetária e/ou seu balanço de riscos apresentem piora”.

A equipe do Bradesco estima, diante dessa sinalização, que a Selic ficará estável em 6,5% até o final de 2018, inciando ciclo moderado de alta em 2019 até chegar a 8% ao ano.

Juros nos EUA: estimativas de nova alta, de 0,25 ponto percentual

Lá fora, a atenção na semana estará nos EUA, onde sai, na quarta-feira, a decisão sobre juros pelo Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, banco central americano). As previsões são de nova alta, de 0,25 ponto percentual, e também sinalização da continuidade do gradualismo no processo de ajuste para cima dos juros americanos, hoje entre 1,75% e 2% ao ano, abaixo da média histórica.

A reunião será seguida de coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell, e da atualização das projeções do Fomc das variáveis macroeconômicas, inclusive a trajetória da taxa básica de juros, objeto de divergência entre o comitê e o mercado, lembram os analistas do Banco Fator. O desempenho do PIB dos EUA, na leitura final do segundo trimestre, será divulgado na quinta-feira. A segunda prévia apontou crescimento anualizado de 4,20%.

Indicadores de confiança, IED, IGPM e desemprego

Outros dados importantes figuram na agenda doméstica. O BB Investimentos destaca principalmente indicadores de confiança do consumidor, Investimento Estrangeiro Direto e a dívida federal na segunda-feira, dados do mercado de crédito na quarta-feira, IGP-M relativo a setembro na quinta-feira, resultado primário e nominal do setor público consolidado e taxa de desemprego de agosto na sexta-feira.

Externamente, também merecem destaque as divulgações americanas dos gastos pessoais, dos índices de confiança de Michigan e do Conference Board, além do Índice de Gerente de Compras (PMI, da sigla em inglês) da China.

Campanhas esquentam na reta final

A duas semanas do primeiro turno da eleição à Presidência da República, o cenário político dos próximos dias estará totalmente voltado para a movimentação dos principais candidatos, indicando um ambiente de tensão e de indefinição, especialmente pela segunda vaga para o segundo turno. Com exceção de Jair Bolsonaro (PSL), ainda internado, os demais candidatos começaram a intensificar a campanha de rua e as mensagens no horário eleitoral gratuito.

Pesquisa do Ibope deve sair na segunda-feira; na quarta, novo debate na TV

Na penúltima semana de campanha, destaca-se o debate SBT/Folha e UOL, na quarta-feira, 26, sem a presença do candidato do PSL, e a divulgação de novas pesquisas de intenção de voto do Ibope, que registrou dois levantamentos nacionais, com provável divulgação nesta segunda e depois na terça-feira, já captando as novas estratégias das campanhas.

Após a divulgação de pesquisas na semana passada, com metodologias diferentes, confirmando a liderança de Bolsonaro e a ascensão de Fernando Haddad (PT), ambos seguidos por Ciro Gomes (PDT), Geraldo Alckmin (PSDB) e Marina Silva (Rede) — esta última em queda — a campanha tomou um novo rumo.

Ciro e Alckmin sobem o tom em ataques a adversários

Ciro e Alckmin aumentaram as críticas em relação aos líderes. Estagnado, apesar de ter o maior tempo de propaganda, o tucano é o que mais aumentou os ataques, e com endereço certo: Bolsonaro e Haddad, associando-os ao ex-presidente da Venezuela Hugo Chávez e à crise política daquele país. A expectativa entre os aliados do ex-governador paulista é que a mudança seja percebida pelos eleitores e sentida já nas próximas pesquisas, podendo ajudá-lo a se aproximar dos líderes.

Com menos tempo de propaganda, Ciro deve explorar debates e entrevistas para encurtar a distância em relação ao militar reformado, associando-o ao fascismo, e ao ex-prefeito paulistano, apontando os erros do PT na política econômica do governo Dilma Rousseff.

Bolsonaro segue internado e apostando nas redes sociais

Bolsonaro, por sua vez, foi transferido da unidade de tratamento semi-intensivo para um apartamento do Hospital Albert Einstein, onde está internado desde o último dia 7. Sem o candidato nas ruas, a campanha do PSL sofreu desgaste na semana passada após o seu economista, Paulo Guedes, defender a volta da CPMF, dando munição aos adversários, especialmente Alckmin.

O candidato também foi objeto de matéria de capa negativa na revista The Economist. Sem condições físicas, a expectativa é que Bolsonaro intensifique sua participação na campanha por meio das mídias sociais, e de olho no termômetro das pesquisas.

Haddad busca nomes para a economia e deve evitar ataques diretos a Ciro

Haddad deve continuar explorando as realizações do governo Lula e, como Bolsonaro, definir os próximos passos de acordo com a divulgação dos levantamentos. O candidato vem tentando se aproximar do empresariado, como o de Josué Gomes, dono da Coteminas (SA:CTNM4) e filho de José Alencar, que foi vice de Lula. Vem também buscando nomes de peso para a economia que sejam aceitos pelo mercado. A tendência, segundo analistas, também é que Haddad continue acenando para os eleitores de centro e evite ataques diretos a Ciro Gomes, visando preservar apoio do pedetista caso vá para o segundo turno.

Guerra comercial e efeitos sobre os mercados de risco

Analisando os movimentos da economia global e local, sobretudo os mercados de risco, o sócio e economista-chefe da Modalmais, Alvaro Bandeira, lembra que a semana passada começou com foco no exterior, com os EUA impondo tarifa de 10% sobre produtos importados da China no valor de US$ 200 bilhões, além dos US$ 55 bilhões já taxados. E o país asiático anunciando, em seguida, que fará retaliações sobre US$ 60 bi, com alíquotas de 5% e 10%.

Apesar disso, a interpretação dos investidores foi positiva (esperava-se alíquota maior) e predominou a crença de que o quadro seria suavizado, principalmente após a eleição de novembro para o Congresso americano, se Trump conseguir manter maioria, destaca o economista.

De olho na Europa e na situação da Argentina

Ainda assim, a situação foi interpretada como ruim para o comércio global e para empresas com custos mais elevados, somando-se a isso problemas com as dificuldades na negociação do Reino Unido para deixar a União Europeia, o chamado Brexit. A primeira-ministra Teresa May fracassou na tentativa de fechar um acordo que preservasse as vantagens comerciais e financeiras para os britânicos mesmo fora do acordo. A oposição dos representantes da Alemanha e da França tem justificativa clara, já que se o Reino Unido conseguisse manter suas vantagens, outros países da União Europeia deixariam o acordo também.

Em relação à vizinha Argentina, o Fundo Monetário Internacional (FMI) declarou que as conversas estão progredindo, mesmo o país tendo anunciado o encolhimento do PIB anualizado do segundo trimestre, com queda de 4,2%, e perdas de reservas externas desde o início de agosto de US$ 8,6 bilhões. A Argentina tenta antecipar a liberação do empréstimo de US$ 50 bilhões para o país equilibrar suas contas externas.

Na Turquia, o cenário econômico segue delicado, mesmo após o banco central ter subido os juros. Qualquer nova queda mais forte da lira turca pode provocar novas preocupações entre os investidores.

Dólar mais fraco evitou maiores ataques a emergentes

Ao longo da semana, destaca Bandeira, o dólar mais fraco evitou maiores ataques às moedas de países emergentes. No segmento local, os mercados estiveram à mercê do panorama político, com várias pesquisas de intenção de voto, mas todas mostrando que Bolsonaro segue liderando, e também indicando a arrancada de Haddad. “Os investidores por aqui já endossaram Bolsonaro no segundo turno, podendo ter como concorrente Haddad (mais provável) ou Ciro Gomes, que tem conseguido manter seu patamar”, analisa.

Estrangeiros voltam a aportar recursos; política e eleições dão tom aos mercados

No mercado acionário, os investidores estrangeiros voltaram a aportar recursos. O saldo de setembro voltou ao positivo, em R$ 335,4 milhões, mas com saídas líquidas no ano de R$ 2,6 bilhões, e destaque positivo para as ações ligadas ao segmento de commodities e setor bancário.

A perpectiva do economista para esta semana é que começará bem semelhante à anterior, com investidores locais se fixando em pesquisas feitas por algumas instituições e também nas de maior abrangência, como as do Ibope e Datafolha, o que pode mudar o comportamento dos mercados de risco. “Neste momento, o foco passa a ser quase que exclusivamente o processo eleitoral”, avalia. Já o cenário externo, na visão dele, pode ser novamente ameno, repetindo a semana anterior.

Economista vê ações baratas em dólares e viés de alta

Bandeira lembra avaliações feitas no exterior, mostrando que o “bull market” dos mercados americanos deve continuar por algum tempo, o que influenciaria claramente outros mercados. “Por aqui, não seria diferente, até por conta de nossas ações terem barateado em dólares”. Ele destaca ainda que os mercados acionários dos EUA voltaram a bater recordes. “É nesse contexto que seguimos acreditando que o viés é de alta para o segmento local”, completa.

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