Garanta 40% de desconto
⚠ Alerta de Balanço! Quais ações estão prontas para disparar?
Veja as ações no nosso radar ProPicks. Essas estratégias subiram 19,7% desde o início do ano.
Não perca a lista completa

Soja, o Tesouro Brasileiro Mal Cuidado Pelo Governo

Publicado 09.07.2013, 08:25
Atualizado 09.07.2023, 07:32
A importância da soja na pauta de exportação brasileira é inquestionável. A soja há dez anos está dentre os cinco principais produtos exportados pelo Brasil, se alternando na liderança com minério de ferro e petróleo, e esteve no primeiro lugar em 2009, quando exportamos 17 bilhões de dólares(1), números do MDIC. E a sua importância não para por aí, ao longo desses anos a cultura transformou a realidade do interior do país, gerando progresso onde foi introduzida. Contudo, muito pouco tem sido feito em troca pelo Governo Federal.

Proteína mais barata no mundo, além de compor 40% da ração de frangos e suínos de granja no Brasil, a soja ainda segue para alimentar criações e bilhões de pessoas ao redor do mundo. Em 2012, foram 26 bilhões de dólares exportados(2) pelo complexo soja, o que representa 11% de tudo o que o Brasil exportou, 27% do que o agronegócio brasileiro exportou e um terço do saldo positivo da balança comercial do setor. Ou seja, como os outros setores já estavam aí há uma década, e é claro que eles também cresceram, mas considerando o superávit da balança comercial brasileira geral, de 19 bilhões de dólares em 2012, se não tivéssemos a soja não haveria superávit, ponto final. Isto está muito claro, embora ninguém diga.

E os benefícios da cultura não param por aí. Motor do desenvolvimento no interior do Brasil, com a vinda da cultura, cidades e municípios inteiros emergiram onde antes não havia nada, como Primavera do Leste, Sorriso, Sinop, enquanto outros experimentaram um desenvolvimento espantoso como Rio Verde, Jataí, Luís Eduardo Magalhães, Vilhena e tantas outras. E foi assim, que o grão antes incompreendido, no qual chegou a ser oferecido de graça aos produtores do Sul, foi depois introduzido pelos colonos no Centro-Oeste, Nordeste e Norte e se tornou peça fundamental e pilar econômico de sustentação deste país.

E ao contrário do que se possa pensar, a soja no Brasil não é produzida por uma ou meia dúzia de empresas. Conta com mais de 220 mil pequenas, médias e grandes empresas de produtores, que geram milhões de empregos por todos os cantos do Brasil, cerca de 6 milhões de trabalhos diretos e indiretos. Onde tem soja tem desenvolvimento, no cerrado, ou nas regiões de fronteira do MAPITO e Oeste baiano, no Pará, em Rondônia. Onde tem soja o IDH é sempre melhor comparado com o resto do país e com o estado, basta ver os números do IBGE. Um exemplo, o IDH de Rondônia é de 0,75 que é considerado médio, contudo Vilhena teve seu IDH revisto no último ano para 0,84 que é considerado alto. E assim se repete em todos os municípios brasileiros produtores de soja.

Apesar de ser esse importante agente de manutenção do superávit da balança comercial e uma locomotiva de desenvolvimento social, pouco temos visto o Governo Federal fazer em troca pela soja. Os bilhões que a soja tem dado ao governo e que, merecidamente, parte deveria retornar em infraestrutura de transporte e escoamento, não tem acontecido. E assim, a duras penas, como se ignorasse que é quase impossível continuar a crescer, a soja cresce, enquanto produtores e sociedade pagam um preço alto por isto.

A grande verdade, dita por especialistas de todo o mundo, é que se o Brasil tivesse uma infraestrutura adequada, com fretes mais baixos e uma logística condizente com a grandeza dessa pátria e da sua produção agropecuária, as cotações dos grãos (soja, milho e trigo) nos mercados internacionais estariam mais baixas. Mas mesmo assim, o produtor brasileiro receberia o mesmo ou até mais.

Imagine que hoje, a um preço de 26 dólares a saca, o produtor paga 9 dólares de frete, sobrando 17 de renda bruta. Agora imagine que houve a revolução de logística e infraestrutura no país que todos esperamos. Resolvemos os eventuais problemas de frete de retorno, temos rodovias ideais, ferrovias para as maiores distâncias e hidrovias estratégicas funcionando. Esse frete poderia cair 30% segundo especialistas, ou seja, iria para 6,3 dólares por saca. Isso geraria um impacto positivo na intenção de plantar e os mercados internacionais reagiriam com uma perspectiva de aumento de produção e queda de preço. A cotação da soja poderia baixar para 24 dólares a saca (-7%), que o produtor ainda receberia mais, cerca de 17,7 dólares por saca (+4%). Ficou claro?

Além de tudo isso, a soja, ao contrário de outras matérias primas como ferro e petróleo que são finitas, é renovável. Além de fixar CO2, também fixa nitrogênio do ar para si e ainda deixa sobra no solo, dispensando adubos nitrogenados que consumem combustível fóssil. Isso significa um potencial enorme na rotação com outras culturas como o caso do milho, cana e pasto que dependem de nitrogênio do adubo.

E para finalizar, a soja soma 80% da matéria-prima para produzir o biodiesel brasileiro na mistura de 5% do diesel na bomba hoje. Trata-se de um combustível renovável, sustentável, oriundo da biomassa. Mas você já leu isso em algum lugar, alguma nota do Governo brasileiro? Portanto, ao contrário do minério de ferro e petróleo que são finitos, a soja bem manejada poderá infinitamente fornecer proteína e energia barata para o Brasil e para o mundo.

Não resta dúvida, trata-se de uma questão de priorizar o que é prioridade. O que a soja brasileira espera é apenas o reconhecimento do seu valor, tendo em contrapartida de tudo que tem feito pelo Brasil. Que receba em troca investimentos para que possa continuar expandindo em produção e mantendo o desenvolvimento do país. E não estamos falando de muito, basta garantir a conclusão da BR 163, de ferrovias estratégicas como a Norte-Sul, a FICO e a FIOL, ainda essa década. Basta tirar do papel a Hidrovia do Paraná, do Teles Pires-Tapajós, do Aranguaia-Tocantins. Será possível que estamos falando algum absurdo? Não, absurdo é não escutarem o que estamos dizendo!

(1) (http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_1365786922.pdf)
(2) (http://www.desenvolvimento.gov.br/arquivos/dwnl_1365787109.pdf)

Últimos comentários

vocês produtores deveriam se organizar e fazer as ferrrovias para os portos proximos de suas lavoras, como os cafeicoultores fizeran na decada 1920 que construiram Cia.Paulista de Est. de Ferro, Cia Mogiana. Araraqurense.Sorocabana e outras. Não espere pelo governo que nunca vai sair nada pricipalmente se foro PT.
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.