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É Difícil Justificar a Disparada da Tesla Após Anúncio de Desdobramento de Ações

Publicado 14.08.2020, 09:10
Atualizado 02.09.2020, 03:05

O desdobramento, também chamado de split, ocorre quando uma empresa divide suas ações em um número maior de papéis. Do ponto de vista técnico, essa operação não altera a capitalização da empresa ou as participações dos investidores.

Essa estratégia, entretanto, reduz o preço individual de cada papel, tornando a ação mais acessível aos investidores de varejo, principalmente quando o preço atinge um nível considerado alto para esses pequenos poupadores.

O preço menor de uma ação pode deixá-la mais atraente a uma ampla gama de investidores, pois nem todos têm condições de adquirir um papel que custa US$ 1.640, como é o caso da fabricante de carros elétricos Tesla (NASDAQ:TSLA).

O rali nas ações da Tesla desde que a companhia anunciou o desdobramento mostra a influência cada vez maior dos investidores de varejo no mercado, no momento em que grandes instituições estão assumindo papel secundário diante da pandemia de Covid-19.

No início desta semana a Tesla anunciou que dividiria suas ações na proporção de 5 para 1, um movimento concebido para baratear o papel depois da sua disparada de 300% neste ano. As ações da Tesla fecharam em alta de 13,12% na quarta-feira, com os investidores impulsionando o papel com a notícia do desdobramento. Ontem, a ação se valorizou um pouco mais de 4,2%, fechando a US$ 1.621,00. O split dos papéis da Tesla só entrará em vigor a partir de 31 de agosto.

Tesla - Gráfico Semanal

Em determinado momento do mês passado, cerca de 40.000 titulares de contas na plataforma Robinhood adicionaram ações da fabricante automotiva em um período de quatro horas. A disparada beneficiou ainda outras empresas de carros elétricos, algumas das quais sequer começaram a produzir veículos.

“O desdobramento é um reconhecimento do fato de que o mercado está sendo cada vez mais influenciado por investidores individuais, inclusive os que querem ter exposição ao transporte da próxima geração”, afirmou em nota Ben Kallo, analista da Robert W. Baird, que tem classificação neutra para a Tesla, segundo a Bloomberg.

Varejo em frenesi

Com esse impulso criado pelo split, a demanda das ações da Tesla também aumentou antes da sua tão esperada inclusão no cobiçado índice S&P 500. A fabricante automotiva se tornou elegível a garantir um lugar nesse índice depois de registrar lucros por quatro trimestres consecutivos. Se isso acontecer, fundos mútuos e negociados em bolsa que rastreiam o índice serão obrigados a adquirir o papel. Ao menos US$ 1,6 trilhão de fundos mútuos e com cotas negociadas em bolsa seguem o S&P, de acordo com dados da Morningstar Direct.

Para os investidores de longo prazo adquirem ações com base na força dos seus fundamentos, sem dúvida este não é o melhor momento para comprar a ação da Tesla, em nossa visão. O frenesi do varejo, alimentado pelo ambiente do “fique em casa”, fez com que o valuation da Tesla se tornasse praticamente impossível de justificar.

As ações da Tesla agora são negociadas a 217 vezes seus resultados estimados em 12 meses, contra 14 vezes da General Motors (NYSE:GM). A capitalização de mercado da fabricante de veículos elétricos é de US$ 306 bilhões, mais do que os valores da Toyota (NYSE:TM) e da Ford (NYSE:F) juntos.

Quando o assunto é lucratividade, também vale a pena notar que a Tesla não está ganhando mais dinheiro vendendo mais carros.

Charley Grant, repórter do Wall Street Journal, explica:

“A receita total na verdade caiu 4% em relação ao ano passado. Além disso, o faturamento de US$ 6 bilhões da companhia incluiu vendas baseadas em crédito regulatório de US$ 428 milhões, destinado a ajudar fabricantes rivais a atender as normas de emissões. Essas vendas por crédito são basicamente lucro puro e respondem por mais de 100% da receita operacional da companhia. Há um ano, a Tesla registrou US$ 111 milhões de vendas por crédito no segundo trimestre”.

De fato, a Tesla praticamente não aumentou sua receita desde o quarto trimestre de 2018. Sem os créditos regulatórios e de veículos com emissão zero, a Tesla não teria conseguido registrar o quarto trimestre consecutivo de lucro, segundo princípios contábeis geralmente aceitos.

Resumo

As ações da Tesla se beneficiaram da decisão de desdobramento principalmente porque reduz o preço para pequenos investidores. Mas esse movimento não muda nada para os fundamentos da companhia e seu valuation, que é difícil de justificar, já que as vendas da sua divisão de carros não estão aumentando.

Últimos comentários

Pra quem leu O investidor inteligente, sabe que isso não vai da em boa coisa. bons estudos (Y)
Haris.... parece que vc não acompanha o mercado financeiro. Praticamente em todas as empresas que anunciam desdobramento vemos um aumento na cotação das ações. Grande parte disso vem do fato das ações se tornarem mais "acessiveis" para os investidores. É a mesmo coisa que vc ter uma nota de 100 reais ou cinco de 20 reais, no final é a mesma coisa, mas dá a impressão que no caso dos 20 reais vc tem mais dinheiro.
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