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Copom não altera Selic e mantêm em 2% a.a., com forward guidance para novos cortes

Publicado 28.10.2020, 17:55
Atualizado 28.10.2020, 18:23
© Reuters.

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Por Leandro Manzoni

Investing.com - O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve, nesta quarta-feira, a taxa básica de juros em 2% ao ano. A decisão foi unânime e confirma a expectativa do mercado de manutenção do atual patamar da taxa, que está na mínima histórica.

O comunicado manteve a “prescrição futura”” (foward guidance), mantendo o trecho “o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno", para indicar possibilidade de novo corte. 

"O Copom avalia que essas condições seguem satisfeitas: as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, encontram-se significativamente abaixo da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária; o regime fiscal não foi alterado; e as expectativas de inflação de longo prazo permanecem ancoradas."

O BC "ressalta que, em seu cenário básico para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções". 

"Por um lado, o nível de ociosidade pode produzir trajetória de inflação abaixo do esperado, notadamente quando essa ociosidade está concentrada no setor de serviços. Esse risco se intensifica caso uma reversão mais lenta dos efeitos da pandemia prolongue o ambiente de elevada incerteza e de aumento da poupança precaucional.

Por outro lado, o prolongamento das políticas fiscais de resposta à pandemia que piorem a trajetória fiscal do país, ou frustrações em relação à continuidade das reformas, podem elevar os prêmios de risco. O risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária."

O Copom sinaliza preocupação com a escalada do índice de preço no curto prazo. Na última sexta-feira, o IPCA-15 de outubro acelerou para 0,94% sobre o mês anterior, acima da previsão de 0,83% dos economistas. Mas mantém avaliação da última reunião, que o choque de preços é temporário.

A deterioração fiscal e a alta nos preços tornaram o balanço de risco ligeiramente assimétrico à alta inflação, apesar de a expectativa de inflação continuar benigna para este e próximo ano. No último Boletim Focus, a estimativa do IPCA em 2020 foi de 2,65% para 2,99%, ainda abaixo do centro da meta de 4%, enquanto de 2021 foi para 3,10%, também abaixo da meta de 3,75%.

LEIA MAIS: Juros curtos têm leve alta e longos, viés de baixa, com visão de desinflação

Mesmo assim, O colegiado sinaliza que a conjuntura atual "prescreve estímulo monetário extraordinariamente elevado", devido à alta capacidade ociosa da economia e uma projeção de forte contração no PIB este ano, de 4,81% de acordo com a última edição do Boletim Focus.

Isso significa que não há perspectiva para início de um ciclo de aperto monetário, a não ser que a trajetória fiscal e a perspectiva de inflação fiquem pior ao projetado e deteriorem a expectativa de inflação futura.

Veja abaixo a íntegra do comunicado do Copom após a reunião de hoje:

"Em sua 234ª reunião, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 2,00% a.a.

A atualização do cenário básico do Copom pode ser descrita com as seguintes observações:

No cenário externo, a forte retomada em alguns setores produtivos parece sofrer alguma desaceleração, em parte devida à ressurgência da pandemia em algumas das principais economias. Há bastante incerteza sobre a evolução desse cenário, frente a uma possível redução dos estímulos governamentais e à própria evolução da Covid-19. Contudo, a moderação na volatilidade dos ativos financeiros segue resultando em um ambiente relativamente favorável para economias emergentes;

Em relação à atividade econômica brasileira, indicadores recentes sugerem uma recuperação desigual entre setores, similar à que ocorre em outras economias.  Os setores mais diretamente afetados pelo distanciamento social permanecem deprimidos, apesar da recomposição da renda gerada pelos programas de governo. Prospectivamente, a incerteza sobre o ritmo de crescimento da economia permanece acima da usual, sobretudo para o período a partir do final deste ano, concomitantemente ao esperado arrefecimento dos efeitos dos auxílios emergenciais;

As últimas leituras de inflação foram acima do esperado, e o Comitê elevou sua projeção para os meses restantes de 2020. Contribuem para essa revisão a continuidade da alta nos preços dos alimentos e de bens industriais, consequência da depreciação persistente do Real, da elevação de preço das commodities e dos programas de transferência de renda. Apesar da pressão inflacionária mais forte no curto prazo, o Comitê mantém o diagnóstico de que esse choque é temporário, mas monitora sua evolução com atenção;

As diversas medidas de inflação subjacente apresentam-se em níveis compatíveis com o cumprimento da meta para a inflação no horizonte relevante para a política monetária;

As expectativas de inflação para 2020, 2021 e 2022 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 3,0%, 3,1% e 3,5%, respectivamente;

No cenário básico, com trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio partindo de R$5,60/US$*, e evoluindo segundo a paridade do poder de compra (PPC), as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 3,1% para 2020, 3,1% para 2021 e 3,3% para 2022. Esse cenário supõe trajetória de juros que encerra 2020 em 2,00% a.a. e se eleva até 2,75% a.a. em 2021 e 4,50% a.a. em 2022; e

No cenário com taxa de juros constante a 2,00% a.a. e taxa de câmbio partindo de R$5,60/US$*, e evoluindo segundo a PPC, as projeções de inflação situam-se em torno de 3,1% para 2020, 3,2% para 2021 e 3,8% para 2022.

O Comitê ressalta que, em seu cenário básico para a inflação, permanecem fatores de risco em ambas as direções.

Por um lado, o nível de ociosidade pode produzir trajetória de inflação abaixo do esperado, notadamente quando essa ociosidade está concentrada no setor de serviços. Esse risco se intensifica caso uma reversão mais lenta dos efeitos da pandemia prolongue o ambiente de elevada incerteza e de aumento da poupança precaucional.

Por outro lado, o prolongamento das políticas fiscais de resposta à pandemia que piorem a trajetória fiscal do país, ou frustrações em relação à continuidade das reformas, podem elevar os prêmios de risco. O risco fiscal elevado segue criando uma assimetria altista no balanço de riscos, ou seja, com trajetórias para a inflação acima do projetado no horizonte relevante para a política monetária.

O Copom avalia que perseverar no processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira é essencial para permitir a recuperação sustentável da economia. O Comitê ressalta, ainda, que questionamentos sobre a continuidade das reformas e alterações de caráter permanente no processo de ajuste das contas públicas podem elevar a taxa de juros estrutural da economia.

Considerando o cenário básico, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa básica de juros em 2,00% a.a. O Comitê entende que essa decisão reflete seu cenário básico e um balanço de riscos de variância maior do que a usual para a inflação prospectiva e é compatível com a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante, que inclui os anos-calendário de 2021 e 2022.

O Copom entende que a conjuntura econômica continua a prescrever estímulo monetário extraordinariamente elevado, mas reconhece que, devido a questões prudenciais e de estabilidade financeira, o espaço remanescente para utilização da política monetária, se houver, deve ser pequeno.

O Comitê considera adequado o atual nível de estímulo monetário que vem sendo produzido pela manutenção da taxa básica de juros em 2,00% a.a. e pelo forward guidance adotado em sua 232ª reunião, segundo o qual o Copom não pretende reduzir o grau de estímulo monetário desde que determinadas condições sejam satisfeitas. O Copom avalia que essas condições seguem satisfeitas: as expectativas de inflação, assim como as projeções de inflação de seu cenário básico, encontram-se significativamente abaixo da meta de inflação para o horizonte relevante de política monetária; o regime fiscal não foi alterado; e as expectativas de inflação de longo prazo permanecem ancoradas.

Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Roberto Oliveira Campos Neto (presidente), Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Fabio Kanczuk, Fernanda Feitosa Nechio, João Manoel Pinho de Mello, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza.

*Valor obtido pelo procedimento usual de arredondar a cotação média da taxa de câmbio R$/US$ observada nos cinco dias úteis encerrados no último dia da semana anterior à da reunião do Copom."

Últimos comentários

Creio que não tem como sustentar essa alta inflacionária pelos próximos 3m, pois isso pesa bastante na questão política. Como sempre foi, breve acredito que a velha e eficiente (pelo menos por aqui...) política monetária de aumento dos juros para controle inflacionário prevalecerá. Só o tempo dirá!
Esses loucos querem empurrar o povo em direção aos riscos da renda variável pro pobre trabalhador se ferrar quando a bolsa despencar. Como já são ricos e estão comprados vão enriquecer ainda mais, às custas da pobreza e da falência da população e de suas famílias!
Pobre nem sabe o que renda variável. O máximo que conhecem é a poupança.
e viva os FII subindo
CompremUsd
Parece o fim do mundo,falta mercadoria nas prateleiras,aumento brutal de preços e salário dos trabalhadores que não sobe,onde isso vai parar?Dólar a 7 ,8 reais...Deus nós proteja
Sério, amigo? Onde você viu falta de produtos? Por curiosidade mesmo, pois por aqui ainda não vi, mas pressinto que seja por uma questão de tempo.
Assim o dolar vai ficar nas alturas, as empresas acabam se desvalorizando e gastando mais , pq o preço de tudo sobe diminuindo a margem de lucro
sei não tá tudo dando lucro.
Ixiii amanhã os mão de alface vão vender tudo ....
Obrigado Copom por enfiar nossos retornos dos investimentos no cu. Inflação maior que Selic! vergonha!
Em 2022 pense direito em quem votar!!! Por enquanto, faça "arminha" com as mãos e aplauda esse governo extremamente incompetente!!! Estamos sem rumo, sem políticas públicas efetivas....
 Quem fez a cagada foi a bosta do PT que baixou a selic em doses cavalares
Ferrando o br vom forca
quem defende dólar alto provavelmente vive nas custas de alguém, pois não está acompanhando os preços no supermercado, farmácia, postos, médicos, construção civil, embalagens etc.e tudo isso sem aumento da renda ou até mesmo com diminuição
finalmente alguem com uma critica descente pq tem uns retardados aqui nos comentários que nem criticar sabe,ja partem para o fanatismo politico-partidário
Quem paga o juros se a selic aumentar ??
o próprio governo paga com nossos tributos, pois o refinanciamento da dívida pública subiria, agora com selic baixa nós pagamos pela inflação, ou seja, abaixando ou subindo nós pagamos a conta
 Sim, em parte vc tem razão , Mas as pessoas tem que entender e escolher qual linha querem seguir e qual os prós e contras de cada
Fu***. BC está maluco. Amanhã o dólar dispara.
Por isso tem que diversificar os investimentos, não podemos depende do nosso governo.
Por isso tem que diversificar os investimentos, não podemos depende do nosso governo.
brasil nao eh EUA, real nao eh dolar. irresponsabilidade manter esse juros tão baixo.
enquanto isso a curva de juros futuro la em cima. eh mta incompetência
Quantos chorões egoístas nesse forum!!! Só querem dólar barato e juros altos para se manterem na zona de conforto ganhando sem fazer nada!!! A mamata acabou, estamos sob nova diteção e quem não está satisfeito o choro é livre!!!
Seu choro será livre. Pois se o país continuar sob a "nova" velha direção desse bando de debilóides, você vai pro buraco com todo mundo.
Sejam patriotas, esse negócio de inflação é coisa de esquerdista. Vai kpetao, kkk
Isso é ideologia pura, igual esquerdismo. Destroem tudo e ainda acham que estão certos.Extrema-direita e Extrema- esquerda pra destruir um país são iguais.
*mantém
que Se dane a classe pobre e trabalhadora Né presidente, é pra esses que a conta virá, aí pra enganar bobos eles mudam a linha da pobreza
Burros, o brasileiro não vai aguentar.
Decisão acertada . Desemprego nas alturas e ociosidade alta da industria. Isso também é um claro sinal que eles estão convictos que as reformas mais urgentes vão passar e vão atrair capital externo , trazendo o real a patamares mais baixos. Quando forçaram a queda de juros no governo Dilma , o pais estava a pleno emprego e com capacidade da indústria tomada. E a queda dos preços das commodities foi um movimento global e não brasileiro.
Vao tomar no c
vocês vão matar a população Brasileira seus sangsugas
Inflação benigna com alimentação em disparada, estes caras são mau-caráter. A cesta de consumo da realidade de hoje não contém itens em deflação como educação, viagens, passagens, lazer, que estão segurando o IPCA. Mau-caratismo!
E só procurar o que tombou o país a partir de 2014 :- quedas da taxa Selic para estimular a exportação de commodities;O que aconteceu? Aos poucos pararam de comprar do Brasil. Tentaram estimular o mercado interno com a inflação e desemprego nas alturas, tudo em vão.E esse governo parece estar tomando as mesmas decisoes. A qualquer momento vem as consequências.
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