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ENTREVISTA: Com foco em diversificação, Wiz aposta em parcerias com bancos

Publicado 24.02.2021, 18:53
Atualizado 24.02.2021, 19:00

Por Ana Julia Mezzadri

Investing.com - A Wiz (SA:WIZS3) tem passado por um longo processo de mudança de posicionamento. Anteriormente conhecida como a corretora de seguros da Caixa Econômica Federal, a companhia tem como maior objetivo hoje diversificar suas operações por meio de novas parcerias e produtos.

Nesse sentido, as principais apostas de crescimento da companhia hoje são o chamado bancassurance, ou seja, parcerias com bancos para a oferta de seguros, como as já firmadas com o Banco Inter (SA:BIDI11) e o Banco BMG (SA:BMGB4); e a Wiz Parceiros, plataforma para a oferta de produtos de terceiros

Esse processo de diversificação, no entanto, é longo, visto que a natureza das operações da companhia fazem com que haja muitos recebíveis futuros. Apesar de já ver resultados de outras parcerias em seu balanço, a presença da Caixa no portfólio ainda é grande. “Fizemos muita coisa, mas ainda vem muita coisa pela frente”, explica Heverton Peixoto, CEO da companhia.

Recentemente, a Wiz anunciou uma parceria com o Itaú (SA:ITUB4) para a venda de produtos financeiros, seguros e consórcios. “Queremos ser o principal canal de consórcio do Itaú excluindo as agências do próprio Itaú”, diz o CEO.

Mas nem todos os acontecimentos recentes são positivos para a empresa. Em novembro do ano passado, a polícia federal deflagrou uma operação para investigar três ex-diretores da companhia, que teriam praticado atos de gestão fraudulenta e desviado até R$ 28,3 milhões entre 2014 e 2016.

No fechamento do mercado desta quarta-feira (24), a ação da Wiz tinha baixa de 4,20%, a R$ 6,62 -- na contramão do Ibovespa, que fechou em alta de 0,38%, aos 115.667 pontos.

Leia abaixo a entrevista com Heverton Peixoto, CEO da Wiz.

Investing.com - Como está a empresa hoje?

Heverton Peixoto: A Wiz é a única empresa com essa configuração, especializada em ser uma gestora de canais de distribuição com foco no que chamamos de market and sales dentro dos produtos financeiros, principalmente crédito e seguros. Seguros é o nosso core.

Desde 2018, quando mudamos de nome, de Par Corretora para Wiz, iniciamos a diversificação em outros canais de distribuição. Hoje temos uma joint venture com o Banco Inter (SA:BIDI4), na qual já mais do que multiplicamos por cinco o tamanho da operação. Distribuímos também os produtos de seguros do banco BMG, e estamos tendo muito sucesso desde o início. 

Temos uma operação na empresa que é a maior processadora e operadora de seguros do mercado brasileiro, a Wiz BPO. É uma uma empresa full BPO de seguros e produtos de crédito, que atua no pós-venda de seguros e produtos financeiros. Temos a Wiz Parceiros, que é uma plataforma com 13 mil vendedores espalhados pelo Brasil inteiro. É a maior plataforma de vendas de consórcios hoje, exceto os cinco maiores bancos do país. Foi essa plataforma que assinou uma parceria com o Itaú. Temos uma operação de aquisição de balcão de concessionárias, uma operação B2B com 120 accounters espalhados pelo Brasil oferecendo seguros para empresas, uma empresa de benefícios de saúde e oferta de produtos para RH... 

Então, estamos falando de um conglomerado relativamente low profile e muito white label, que vende a marca de terceiros, no canal de terceiros, mas com inteligência de conectividade única.

Inv.com - E o que os números têm mostrado?

HP: Hoje temos 2.500 funcionários, uma margem Ebitda de 50-55%, R$ 220 bilhões de lucro líquido, mais ou menos 75% a 80% de retorno on equity. Temos R$ 225 milhões em caixa sem dívida nenhuma. Temos zero de alavancagem e alta capacidade de aquisição de balcões. 

Inv.com - Vocês já conseguiram captar algum resultado das últimas parcerias?

HP: Sim. Hoje a Inter Seguros está com uma margem Ebitda acima de 80%, com faturamento de quatro a cinco vezes o que faturava antes. Obviamente é uma empresa que ainda representa pouco do nosso faturamento total, mas o Banco BMG, por exemplo, já é 10% do nosso faturamento. Ou seja, devagarzinho vamos diminuindo a presença da Caixa no nosso balanço. 

Como tem muito recebível futuro, é difícil diluir. Somos uma empresa com um diferido muito forte, então demoramos muito para receber o que vendemos. Precisamos manter o ritmo de crescimento menos dependente da Caixa Econômica Federal. Fizemos muita coisa, mas ainda vem muita coisa pela frente.

Inv.com - Quais são as expectativas para a parceria com o Itaú?

HP: Queremos ser o principal canal de consórcio do Itaú excluindo as agências do próprio Itaú. A parceria começa com consórcios, mas já está no road map a expansão para todos os produtos do Itaú para não correntistas, como crédito consignado, crédito pessoal, crédito para negativado, home equity, car equity, financiamento de veículos… O Itaú é muito competitivo, mas hoje está muito enclausurado em seu ambiente. Se você não for correntista Itaú, nem consegue ter acesso a esses produtos. E tem muito correntista de outros bancos que quer e tem condição de pegar crédito no Itaú. 

Então o que a Wiz propôs e o Itaú aceitou é a montagem de um exército de vendas que vai ter mais de 5 mil vendedores no Brasil inteiro oferecendo os produtos deles para não correntistas, ou até correntistas que não usam agências.

Inv.com - De todas essas verticais, quais são as principais apostas de crescimento?

HP: Nossas apostas principais são duas. A primeira é continuar investindo no que chamamos de bancassurance, que são parcerias com seguros em canais bancários, como o que fizemos com o Inter e com o BMG. A segunda prioridade para a Wiz é investir no que chamamos de força de venda de canal indireto, que é a plataforma para a oferta de produtos de terceiros. Isso é uma coisa que tínhamos dentro de casa, vinha crescendo, mas que era pequena dentro do todo. Hoje é 10% do nosso faturamento. Temos conseguido fazer um progresso muito grande. 

Inv.com - O que vocês esperam para o mercado de seguros e produtos financeiros em 2021?

HP: Continuamos conversando com todas as instituições financeiras, e acho que a maior parte delas tem uma oportunidade absurda. Muitos bancos não se rentabilizam oferecendo produtos de seguridade. Então a Wiz é um caminho para a rentabilização à vista, mas também decolagem dessa estrutura. 

Sobre o mar aberto, esse exército de vendas, estamos adicionando mais de mil novos vendedores por mês há um ano seguido. Crescemos quase 100% ano contra ano nesse canal de distribuição.

Inv.com - E vocês acham que a demanda acompanha esse crescimento?

HP: Temos sentido a demanda por crédito maior do que aquilo que conseguimos suprir pelos nossos canais de distribuição. O motivo é que o momento é complexo para todos os brasileiros. O segmento de seguros tem sofrido bastante, mas eu acho que o pior já passou. E consórcios, por incrível que pareça, têm crescido a uma velocidade absurda. O motivo é que, hoje, muitas vezes é melhor você adquirir um consórcio e buscar via lance ser contemplado do que ter recurso em poupança ou ter recurso investido em ativos que não dão retorno.

Inv.com - Dados os eventos recentes, como a empresa tem se posicionado em relação a ESG, especialmente governança?

HP: A companhia já vinha investindo bastante em compliance e governança, isso vinha desde 2017 em um processo de amadurecimento robusto, inclusive anterior à minha gestão. Acho que ainda temos uma jornada pela frente, mas a empresa já está colocada, em termos de governança e gestão, entre as 200 melhores do país. 

Obviamente, o que veio à tona é algo relacionado ao nosso passado, entre 2014 e 2016, e a companhia não é investigada. A companhia, enquanto instituição, não fez parte e não teve ganho. O que existem são evidências claras de que possivelmente tenha havido uma ação de um executivo e dois conselheiros que buscaram ganhos próprios, em um valor que hoje é 3% do nosso faturamento. E estamos gastando quase mais do que isso para tentar garantir a transparência. 

Últimos comentários

Empesa q tenho em carteira, pois apresenta números muito bons. Infelizmente por inescrupulosos executivos teve sua credibilidade posta a prova, justamente na época de vencimento de contrato com a caixa. Espero que a perda de contrato com a caixa sirva de aprendizado para melhorarem as diretrizes de compliance e diversificar os clientes.  O lado bom é que temos uma empresa boa com o P/L e V/PA em patamares atrativos para investimentos.
220 bi!!! Erram de proposito so para dar ibope para a materia
Caramba 220 bilhões de lucro líquido?! Empresa mas lucrativa do Brasil... rss
Tomando o mesmo rumo de irb, até os valores dos papéis estão pareios agora.
R$ 220 bilhões de lucro líquido? Acho que a redação está errada. Se nao estiver, vou sair comprando ações da Wiz amanhã...rsrs
😂😂😂😂😂😂
Hahahahahahahahhaha.Mais que Petrobrás !
por sorte saiu de uma estatal, agora sim tem potencial de crescimento
Eu acredito muito na empresa, eu fico pensando aqui, daqui 10 anos, quem acreditou hoje, vai ter lucro absurdo. Exemplo, cometi a burrada de vender acoes do Inter, pq dava prejuizo, menos de 1 ano depois as acoes dobraram de preco. Fica o aprendizado.
Achei estranho a WIZS perder licitação da CAIXA. Esta é sua maior acionista. Seria como perder pra vc mesmo. Contudo, vejo com bons olhos o crescimento inorgânico. Diversificar. Não depender somente de suas ferramentas para angariar mais recursos. Longo prazo deve alavancar. Contudo, se o próximo balancete ser sinais favoráveis à cotação deve acelerar.
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