O banco digital Cactvs, ligado ao ex-diretor financeiro do IRB Brasil Re (SA:IRBR3), Fernando Passos, poderá assumir as operações da carteira bilionária de microcrédito do Banco do Nordeste, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto, que pediu o anonimato, pois as informações ainda não são públicas. A instituição de pagamento disputa a licitação com outras duas inscritas na seleção, a CredNatal (Instituto Comunitário de Crédito de Natal) e a Adesba (Associação de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável e Solidário do Estado da Bahia).
O resultado será divulgado nos próximos dias. Passos é acusado de fraude contábil, divulgação de informação falsa, entre outras irregularidades, no IRB Brasil Resseguros . O caso começou com um relatório da gestora Squadra, questionando as contas da ressegurador brasileira.
Oficialmente, o BNB informa que ainda está em fase de análise documental das propostas e que mais de uma empresa poderá ser credenciada para operacionalizar sua plataforma de microfinança urbana a partir de 2022.
Essa seleção foi aberta após a mudança de comando no BNB, que destituiu, no final de setembro, Romildo Rolim da presidência, após um pedido do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, um dos líderes do Centrão, ao presidente Jair Bolsonaro. Anderson Possa assumiu o cargo.
Para justificar o pedido de demissão do presidente do BNB e de sua diretoria, Costa Neto citou a existência de um contrato de R$ 600 milhões entre o banco regional e o INEC (Instituto Nordeste Cidadania), então responsável pela gestão do Crediamigo desde 2003.
O líder do Centrão viu elos dessa entidade com o PT, partido do governador do Ceará, Camilo Santana, embora ele seja mais visto localmente como um aliado do presidenciável Ciro Gomes (PDT), opositor de Bolsonaro. Historicamente, o controle do BNB é alvo de disputas políticas regionais devido à influência da concessão de crédito na busca de apoio das oligarquias nos municípios, sobretudo em anos eleitorais.