Por Christiana Sciaudone e Leandro Manzoni
Investing.com - O sentimento de aversão a risco se intensificou no Brasil após o presidente Jair Bolsonaro confirmar que testou positivo para Covid-19. O Ibovespa intensificou as perdas de 0,5% para 1,28% a 97.672 pontos às 12h54, enquanto o dólar praticamente apagou as perdas e é negociado com leve baixa de 0,09% a R$ 5,3518. Em Nova York, o ETF iShares MSCI Brazil Capped ETF (NYSE:EWZ), que replica o índice Ibovespa, caía 1,68%.
O dólar zerou as perdas da manhã e operava perto da estabilidade aos R$ 5,35.
O presidente, de 65 anos, disse ao vivo à CNN Brasil que está com Covid-19. Os testes realizados ontem a noite confirmaram a suspeita.
Bem-humorado em entrevista no Palácio do Alvorada, residência oficial da Presidência, o presidente afirma que está bem de saúde e que toda a equipe ministerial que teve contato com ele está em casa em repouso. O presidente cancelou a agenda, inclusive a ida para Bahia na sexta-feira.
O presidente confirmou que está tomando a hidroxicloroquina com azitromicina, procedimento contra o coronavírus que Bolsonaro defende calorosamente a adoção desde o estágio inicial da doença, embora não haja comprovação científica de eficácia. Durante a entrevista, ele cita que médicos e cientistas atestam que o uso do medicamento desde o início da manifestação dos sintomas levam à quase 100% da cura.
Durante o início da pandemia, Bolsonaro havia classificado o coronavírus como uma gripe insignificante e incentivado as empresas a permanecerem abertas, mesmo quando prefeitos e governadores recomendavam os cidadãos a ficar em casa.
O Brasil tem o segundo maior número de infecções no mundo depois dos EUA, com 1,6 milhão de testes positivos e mais de 65.000 mortes registradas.
DESTAQUES
- CVC (SA:CVCB3) BRASIL ON caía 5,9%, maior queda do Ibovespa, após liderar as altas na véspera, quando fechou com elevação de 10,55%. Antes da abertura, a operadora de turismo comunicou que está em tratativas internas finais quanto aos termos e condições definitivos de uma operação de capitalização, bem como apresentou atualizações sobre processo relacionado a erros contábeis e efeitos da pandemia de Covid-19.
- LOJAS AMERICANAS PN (SA:LAME4) e B2W ON (SA:BTOW3) perdiam 3,4% e 1,3%, respectivamente, também após forte valorização na véspera, depois que a Lojas Americanas anunciou oferta de ações de até 7 bilhões de reais que inclui B2W como um dos destinos dos recursos captados na operação. A Lojas Americanas disse que avalia capitalizar a B2W em 3 bilhões de reais.
- BRADESCO PN (SA:BBDC4) perdia 3,5%, após fechar em alta de 6% na segunda-feira, em meio a ajustes nos papéis de grandes bancos de varejo, com ITAÚ UNIBANCO PN (SA:ITUB4) cedendo 4,5%.
- B3 ON (SA:B3SA3) operava estável. O BTG Pactual elevou o preço-alvo da ação a 65 reais (de 58 reais antes), bem como previsão de lucro para o ano e reiterou recomendação de compra, citando dados preliminares de junho, com volumes muito fortes e acelerando versus maio.
- PETROBRAS PN e PETROBRAS ON recuavam 1,0% e 1,1%, respectivamente, apesar de o petróleo no exterior ensaiar melhora. A companhia também começou o descomissionamento da plataforma P-12, na Bacia de Campos, após ter recebido aval da reguladora ANP, da Marinha e do órgão ambiental Ibama, que deve ser leiloada em julho.
- VALE (SA:VALE3) ON tinha variação negativa de 0,2%, apesar da alta dos preços futuros do minério de ferro na China, com o surgimento de dúvidas em relação a um esperado aumento dos embarques do Brasil. No setor de mineração e siderurgia, porém, USIMINAS PNA caía 1,3%, GERDAU (SA:GGBR4) PN perdia 2,5% e CSN (SA:CSNA3) ON recuava 1,7%.
- MARFRIG (SA:MRFG3) ON tinha elevação de 6%, em sessão positiva para o setor de proteínas na bolsa. MINERVA ON (SA:BEEF3) valorizava-se 1% e JBS (SA:JBSS3) ON avançava 2,55%.
Com Reuters