Por Sijia Jiang
HONG KONG (Reuters) - A chinesa Huawei lançou uma campanha sem precedentes de relações públicas, colocando seu discreto fundador diante da mídia, já que a empresa de telecomunicações tenta diminuir a preocupação de países ocidentais empenhados em excluí-la de seus mercados.
A mudança, juntamente com a significativa mudança de pessoal no departamento de assuntos corporativos, surge no momento em que a maior fabricante de equipamentos de telecomunicações do mundo luta contra o medo global de que autoridades chinesas acessam a infraestrutura da empresa para espionagem.
Em entrevista que foi ao ar no domingo - a primeira com a China Central Television (CCTV) - o presidente-executivo da Huawei, Ren Zhengfei, minimizou a pressão contra sua empresa e negou repetidamente qualquer ligação estatal.
"Se você faz certo, não há necessidade de se preocupar com as vendas ... Seria estúpido da parte deles se eles não comprassem", disse o executivo de 74 anos na entrevista, após três coletivas na semana passada com meios de comunicação ingleses, chineses e japoneses.
"Seria pior para eles", disse Ren, referindo-se aos Estados Unidos e outros países ocidentais que restringiram a Huawei em seus mercados.
Antes da semana passada, Ren não teve mais de 10 entrevistas em toda a mídia desde que fundou a Huawei em 1987, disse a CCTV. Ele falou com a mídia global pela última vez em Davos em 2015.
"Meu departamento de relações públicas me forçou", disse um sorridente Ren à CCTV quando perguntado por que ele se aproximou da mídia. "Preciso fazer nossos clientes nos entenderem, fazer com que nossos 180 mil funcionários nos entendam, se unam e passem por esse momento difícil."
(Reportagem de Sijia Jiang)