Por Stephen Grey
VALETA (Reuters) - Uma recompensa de 1 milhão de euros por informações sobre quem ordenou o assassinato da jornalista mais proeminente de Malta ainda está disponível um ano após sua morte.
Daphne Caruana Galizia, de 53 anos, que escrevia um blog anticorrupção, foi morta em 16 de outubro de 2017 por um carro-bomba. Três pessoas presas em dezembro foram acusadas do crime, que negaram.
A polícia acredita que uma pessoa ainda não identificada ordenou o ataque, que o ministro da Justiça, Owen Bonnici, qualificou como "o maior crime que já aconteceu em Malta".
O primeiro-ministro, Joseph Muscat, um alvo frequente dos textos de Daphne, ofereceu a recompensa no ano passado.
O dinheiro será pago por qualquer coisa "que possa desvendar os fatos por trás do assassinato. Então reitero a oferta, ainda está lá", disse Bonnici à Reuters em uma entrevista.
O ministro defendeu a limpeza diária de um memorial nacional diante dos tribunais de Valletta que se tornou um santuário em homenagem à jornalista e um foco de protestos contra a suposta corrupção.
"Temos o Estado de Direito em Malta. Temos procedimentos. Você não pode simplesmente acordar de manhã e se apropriar de um monumento nacional", disse ele, acrescentando que pediu aos ativistas que solicitem a instalação de um memorial permanente.
Bonnici disse que o governo se empenhou em melhorar a liberdade dos jornalistas desde o assassinato, inclusive abolindo a criminalização da calúnia.
Mas ele não quis criticar o fato de que a família de Daphne continua a enfrentar ações civis de difamação por causa do que a jornalista escreveu, dizendo que aqueles que foram difamados sentiram ter direito de buscar uma reparação.