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Commodities nesta Semana: Ouro e Petróleo em Ponto de Inflexão

Publicado 08.02.2021, 10:06
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Publicado originalmente em inglês em 08/02/2021

Os preços do ouro podem se estabilizar na faixa inferior de US$ 1.800 ou romper esse patamar dependendo dos dados de inflação e do discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, após as fortes oscilações do ativo da semana passada.

Os mercados do petróleo também estão em um ponto de inflexão, com o barril de Brent atingindo US$ 60, seguido de perto pelo West Texas Intermediate, que busca registrar nova máxima anual.

Mas uma pergunta que não quer calar é: será que o petróleo está sobrecomprado nesse nível ou ainda tem espaço para subir?

 Petróleo diário

Falaremos mais sobre isso a seguir, mas, antes, vamos tratar do ouro.

Na quarta-feira, os observadores do mercado ficarão de olho nos dados do Índice de Preços ao Consumidor referentes a janeiro, em meio a expectativas cada vez maiores de que pode haver uma alta na inflação maior e mais duradoura do que o Fed prevê. O mercado também ficará de olho nos estoques de atacado.

Os investidores dos títulos públicos dos EUA estão apostando que a inflação crescerá se a economia continuar avançando no segundo semestre, após se contrair em 2020 ao ritmo mais profundo desde a Segunda Guerra Mundial. A perspectiva de mais um pacote de alívio contra o coronavírus também contribui para essa expectativa de alta na inflação.

A quarta-feira será um dia agitado, quando o presidente do Fed se pronunciará sobre o mercado de trabalho em um webinário realizado pelo Clube Econômico de Nova York. Mais tarde, no mesmo dia, será publicado o Balanço do Orçamento Federal e, na quinta-fera, os números de pedidos iniciais de seguro-desemprego.

A revelação desses dados, em conjunto com o pronunciamento de Powell, podem determinar a direção e a velocidade do ouro nesta semana e se o Índice Dólar e os rendimentos dos títulos de 10 anos do Tesouro Americano continuará em tendência de alta.

Na semana passada, os contratos futuros do ouro com entrega em abril na COMEX de Nova York se desvalorizaram 2%, atingindo a mínima de 10 semanas abaixo de US$ 1.785 por onça.


Ouro diário

A correção no ouro ocorreu após o dólar e os yields terem subido por causa da combinação de maiores pedidos de seguro-desemprego com dados de PMI não industrial do ISM em ascensão.

Embora o metal amarelo tenha conseguido retomar o patamar de US$ 1.800 antes do fim da semana, seu movimento de alta parece tênue no curto prazo.

Perspectivas conflitantes no ouro

O caminho do ouro daqui para frente está repleto de incertezas, e muito disso tem a ver com as perspectivas conflitantes nos yields e na inflação. Os yields registraram nova máxima de 11 meses a 1,191 na segunda-feira.

Economia básica: a alta dos yields torna atrativos o ouro e ativos que não rendem juros. No entanto, se a recuperação econômica superar as expectativas do Fed, a inflação pode subir, impulsionando o ouro.

O Fed não tem qualquer plano imediato para elevar os juros, que estão perto de zero desde que a pandemia de Covid-19 surgiu há quase um ano.

Outro grande fator inflacionário é a lei de estímulo fiscal de US$ 1,9 trilhão do governo Biden. Se ela for aprovada de forma integral ou parcelada – democratas de peso adicionaram um alívio de US$ 3000 para filhos únicos além de US$ 1.400 para cada pessoa – pode pressionar de certa forma os preços no curto prazo, dando fôlego ao ouro.

Daniela Sabin Hathorn, em uma postagem no Daily FX, analisou o dilema em torno do provável rumo da inflação e sua influência no ouro:

“Embora as expectativas sejam de inflação maior neste ano por causa do aumento da demanda, os investidores do ouro precisam estar preparados para a continuação de um ambiente de baixa inflação no futuro próximo”.

Sunil Kumar Dixit, da S.K. Dixit Charting, em Kolkata, Índia, afirma que o ouro para abril, que girava em torno de US$ 1.815 no pregão desta segunda na Ásia, pode se aproximar do pico a US$ 1.870. Mas ele acredita que foi haver um teste das mínimas de semana passada e até ultrapassá-las caso o suporte seja perdido a US$ 1.792.

Dixit disse ainda:

“Desde que a média móvel exponencial de 50 semanas a US$ 1.792 e a mínima de US$ 1.784 sejam mantidas, é provável uma recuperação até a resistência a US$ 1830-1843-1869.”

Mas qualquer fraqueza abaixo dos suportes a US$ 1.792 e US$ 1.783 pode gerar mais vendas e fazer o ouro atingir US$ 1.776. Uma eventual aceleração a partir daí pode abrir as portas para US$ 1750-1.695.

A perspectiva técnica diária do Investing.com do ouro para abril mantém indicação de “Forte Venda”. Em caso de alta, as três resistências de Fibonacci estão a US$ 1.819,42, 1.820,84 e US$ 1.823,13.

Havendo reversão para baixo, os pontos de suporte são US$ 1.814,76, 1.811,13 e 1.808,76.

De qualquer forma, o ponto de pivô fica a US$ 1.817,13.

Aspectos técnicos do petróleo mostram cenário misto e IFR sobrecomprado

Os gráficos técnicos do petróleo dão sinais mistos. O Indicador de Força Relativa (IFR) do WTI continua sinalizando sobrecompra. Mas, se o atual movimento de alta se sustentar, pode persuadir os investidores a continuar avançando, apesar desses sinais gráficos.

Além disso, os hedge funds que geralmente desencadeiam as tendências no petróleo estão apostando na continuidade do rali.

O Irã, enquanto isso, está produzindo petróleo a todo vapor, diante da expectativa de um novo acordo militar com o presidente Joseph Biden. O Secretário de Estado Anthony Blinken já afirmou que quer ver um recuo significativo do enriquecimento de urânio no Irã. Mas não se pode descartar a possibilidade de um decreto presidencial.

Um acordo com o Irã pode rapidamente aumentar a oferta petrolífera no mercado, acima dos níveis almejados pela Opep+. Embora o Irã seja um membro-chave do cartel, ele vinha sendo tratado como um “outsider” pelos sauditas durante a campanha de “máxima pressão" do governo Trump sobre Teerã nos últimos três anos.

Por isso, a República Islâmica não deve nada à Arábia Saudita, líder da Opep, quanto aos cortes de produção responsáveis por elevar os preços do petróleo em US$ 10-15.

Entretanto, é improvável que o Irã seja capaz de inundar o mercado mundial com petróleo no curto prazo. Os estoques globais de petróleo caíram forte nos últimos meses, evidenciado pelo chamado backwardation nos preços, em que o contrato à vista é negociado com um prêmio em relação com os vencimentos mais próximos.

E as exportações americanas de shale oil estão enfrentando dificuldades para ganhar fôlego após meses de adições de sondas. Uma razão é que os estoques de petróleo nos EUA não estão pressionados por causa da forte demanda registrada na China.

Mas o retorno do Irã ao mercado pode gerar algum problema para os investidores. A produção iraniana atingiu o pico de cerca de 4 milhões de bpd antes das restrições de Trump.

É importante ressaltar que os mulás não precisam colocar tanto petróleo assim no mercado. Somente o anúncio de retomada das tratativas nucleares pode ser suficiente para provocar um selloff no petróleo. A volta do Irã ao mercado dependerá do seu cronograma de ratificação das condições americanas.

O rali no petróleo registrou poucas pausas desde novembro. Geralmente é necessário um gatilho para que o mercado recue com intensidade. Basta se lembrar do derretimento das ações de tecnologia em novembro em meio à corrida por ações cíclicas após os anúncios de vacinas. O petróleo precisa de algo assim para sua direção mudar. O Irã tem condições de desencadear um movimento desse tipo.

Em meio a todo o otimismo com o petróleo, duas vozes destoantes se destacaram nos últimos dias.

Mike Muller, diretor de operações da Vitol na Ásia, afirmou em entrevista à consultoria Gulf Intelligence que o petróleo estava “se adiantando à euforia do cenário pós-vacina”.

Torbjorn Tornqvist, CEO da Gunvor, afirmou na sexta que estava cético, por enquanto, com uma valorização do petróleo acima de US$ 60, pois isso poderia gerar uma avalanche de vendas.

Como em todas as projeções, é necessário levar essas opiniões em consideração, além do julgamento próprio calcado em fundamentos e aspectos técnicos, para determinar a melhor forma de se posicionar no mercado.

Aviso de isenção: Barani Krishnan não possui posições nos ativos sobre os quais escreve. Como analista do Investing.com, ele apresenta visões distintas e variantes divergentes de mercado.

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