Investing.com – As atenções estão voltadas nesta quarta, 01ª de maio, Feriado de Dia do Trabalho no Brasil, para a decisão de política monetária nos Estados Unidos. Ainda que a projeção seja de manutenção das fed funds, os analistas estarão atentos aos indicativos futuros do comunicado e na coletiva de imprensa com jornalistas após o anúncio.
A expectativa consensual indica que o Federal Open Market Committee (FOMC) do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) deve manter a taxa de juros no patamar atual, na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano. É o que apontam 94,6% dos analistas, segundo Monitor de Juros do Fed do Investing.com.
Thomas Monteiro, estrategista-chefe do Investing.com, afirma que a combinação de um Produto Interno Bruto (PIB) abaixo do previsto e métricas de inflação mais altas do que o esperado tornou a “não decisão” por parte do Fed muito mais interessante.
“Embora não haja possibilidade de um corte nas taxas neste momento, a mais ligeira mudança na retórica de Powell poderá muito bem desencadear uma grande reação nos mercados globais. Isto significa que os investidores estarão atentos às suas ideias sobre o crescimento econômico e a estagflação num contexto de crescentes pressões sobre os preços no consumidor e de redução da rentabilidade das empresas”, pontua Monteiro.
“Para essa decisão, acho que não tem muita divisão. Todo mundo está esperando que o Fed mantenha os juros”, concorda Marcela Kawauti, economista da Lifetime Asset, indicando que o mês de abril trouxe mais dificuldades para o trabalho da autoridade monetária americana, com piora dos conflitos geopolíticos, aumento da volatilidade dos mercados, tensão latente sobre commodities como o petróleo e dados que demonstram pressão inflacionária nos Estados Unidos, com altas generalizadas nos preços
“Preço de energia, que estava negativo, voltou ao nível positivo, serviços continuam super pressionados. Então não é só um número fechado que está ruim, a abertura dele também não torna o trabalho do Fed nada fácil”, aponta a economista.
Ninguém espera qualquer alteração nas taxas básicas de juros, completa Danilo Igliori, economista-chefe da Nomad. “No entanto, o que vai aparecer no comunicado e na entrevista do presidente Jerome Powell após a reunião já motiva discussões acaloradas e será crucial para os mercados. A grande questão é se teremos elementos novos sobre o início e a amplitude do (eventual) ciclo de corte de juros”.
Os últimos indicadores demonstram inflação ainda acima da meta, enquanto estimativas preliminares do PIB para o primeiro trimestre apresentaram números mais fracos do que o esperado. Tanto Monteiro e Igliori quanto Guilherme Jung Bittencourt, economista da Alta Vista Research, pontuam que a combinação levou a preocupações significativas entre os agentes financeiros, especialmente em relação à possibilidade de estagflação, com estagnação do crescimento e inflação alta.
Esse cenário seria preocupante, pois desafia as políticas econômicas convencionais. “Enquanto os bancos centrais geralmente respondem à inflação alta aumentando as taxas de juros para esfriar a economia, uma estagnação econômica exige políticas expansionistas para estimular o crescimento. No entanto, a estagflação torna difícil para os formuladores de políticas encontrar um equilíbrio entre esses objetivos contraditórios”, alerta Bittencourt.
Atenções voltadas ao comunicado
A diminuição da inflação americana tem sido mais fraca e difícil do que o desejado pela autoridade monetária americana, que vem reforçando dependência de dados melhores e que tragam confiança para poder avaliar um eventual corte nos juros. As fed funds devem ficar elevadas durante o tempo que for necessário para esta finalidade, conforme indicado pelo presidente Jerome Powell.
A economista da Lifetime Asset espera que o comunicado reforce o fato de que a expectativa de trazer a inflação de volta à meta de 2% não está se concretizando, mas pelo contrário. Um mercado de trabalho aquecido e aumento do preço de petróleo devem ser riscos monitorados. “Então provavelmente o comunicado vai referendar aquelas apostas de que o começo da queda de juros vem no final do ano ou no começo do ano que vem”.
Monteiro acredita que o caminho de menor resistência neste momento indica que Powell minimizaria as pressões inflacionistas, citando a tendência de longo prazo e os números não tão ruins do PCE, voltando o foco para o crescimento. “Essa retórica apoiaria cortes nas taxas em setembro, o que parece ser o melhor cenário neste momento, dado que implicaria uma economia algo estável no próximo trimestre”.
Igliori avalia que a nova interpretação do mercado é de que “o início do ciclo de redução nas taxas de juros ficou indeterminado e que muito provavelmente o orçamento de cortes será menor do que imaginávamos”.
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