Por Christopher Bing e Raphael Satter
WASHINGTON (Reuters) - O parlamentar norte-americano Don Bacon, um republicano, disse ter sido alertado pelo FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, na segunda-feira de que seus emails foram hackeados por espiões chineses, tanto as mensagens pessoais quanto as profissionais.
Bacon foi informado de que o Partido Comunista Chinês teve acesso às suas contas por cerca de um mês, com fim em 16 de junho, segundo anunciado por ele na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter. A informação foi publicada primeiro pelo jornal The Washington Post, na segunda-feira.
A invasão foi resultado de "uma vulnerabilidade nos softwares da Microsoft (NASDAQ:MSFT)", afirmou Bacon, em aparente referência à ofensiva de hackers que a empresa revelou no mês passado. Segundo a companhia, as ações teriam resultado no roubo de centenas de milhares de emails de autoridades norte-americanas, incluindo da secretária de Comércio, Gina Raimondo, e do embaixador norte-americano na China, Nicholas Burns.
"Houve outras vítimas desta operação cibernética", disse Bacon na rede social. "O governo comunista da China não é nosso amigo e está conduzindo ciberespionagem de forma bastante ativa."
Um porta-voz da embaixada chinesa chamou a acusação de "difamação" e "narrativa infundada", acrescentando que o governo norte-americano comprometeu a soberania da China ao vender recentemente armas para Taiwan, uma ilha autônoma reivindicada por Pequim.
O FBI e a Microsoft não quiseram se pronunciar.
De acordo com um porta-voz do parlamentar, o FBI disse a Bacon que hackers chineses comprometeram seu email e roubaram informações relacionadas a sua conta bancária, estratégia política e financiamento de campanha.
O congressista teria sido alvo dos chineses, segundo o porta-voz, por causa de seu apoio público a Taiwan e comentários críticos ao tratamento que a China dá à comunidade uigur.