É Preciso Melhorar as Práticas de Divulgação de Dados Petrolíferos nos EUA?

 | 08.11.2019 14:12

Há uma semana, escrevi em defesa dos dados de oferta e demanda petrolífera divulgados toda quarta-feira pela Agência de Informações Energéticas dos EUA (EIA, na sigla em inglês).

Argumentei especificamente sobre sua estimativa de produção no Relatório de Status Semanal do Petróleo. Embora se trate apenas de uma conjetura oficial, esse número é publicado pelo órgão responsável pelos dados de pesquisa mais transparentes do mundo a respeito da produção e armazenagem de petróleo. Eu afirmei que, sem um conjunto de dados alternativo com a mesma autoridade, o mercado teria que aceitá-lo como verdade.

Para respaldar meu argumento, baseei-me em um estudo feito por Keith Schaefer, da Oil & Gas Investments, que concluiu que a estimativa de produção semanal quase sempre era validada pelo Relatório Mensal de Oferta de Petróleo, da EIA. Para verificar isso, fiz meus próprios cálculos e descobri uma correspondência perfeita entre o relatório mensal de julho e a média estimada de produção naquele mês pela EIA. Caso encerrado, eu concluí.

Isso aconteceu antes de outra análise sobre feita nesta semana por Phil Flynn, do Price Futures Group.

Antes de nos debruçarmos sobre ela, é preciso ressaltar que Flynn é um analista com viés altista para os preços do petróleo e já sugeriu, em diversas ocasiões, que a metodologia de cálculo de produção semanal da EIA é, no mínimo, suspeita.

Depois que o relatório da EIA para a semana encerrada em 18 de outubro apresentou a mesma máxima histórica de 12,6 milhões de barris produzidos por dia (a qual se mantém há cinco semanas consecutivas), Flynn começou a se perguntar de onde a agência retirava seus números. O argumento defendido por ele era simples: a contagem de sondas operantes nos EUA vinha caindo drasticamente, a ponto de atingir as mínimas de abril de 2017, mas, mesmo assim, a EIA estava publicando estimativas de produção recordes.

“Ignorantes? Ou será que eles têm uma agenda?”

Nesta semana, o argumento de Flynn foi mais explosivo. Ele não só questionou a estimativa de produção da EIA, como também atacou seu balanço de estoques petrolíferos, o Santo Graal do Relatório de Status Semanal do Petróleo.

Flynn perguntou se a EIA ou alguém acreditava em seus números: “Vocês são ignorantes ou têm uma agenda?”