2015 Encontra o Brasil Pior do que 2014. Setor Externo Tende a Piorar

 | 08.01.2015 07:53

O Brasil com seus indicadores atuais evidencia que houve uma piora ao ser confrontado com o Brasil que em fevereiro de 2014 foi considerado pelo FED americano como um dos mais vulneráveis à normalização da política monetária americana.

E isto ocorreu sem que tivesse ainda que confrontar-se com as repercussões daquela normalização, tendo em vista que não aconteceu e está no “radar” para ocorrer agora no curto prazo.

Neste período de 1 ano os Estados Unidos tem conseguido reabilitar sua atividade econômica, tendo até novembro último algo em torno de 2,7 milhões de empregos, maior performance desde 1999 e a produção econômica registrou seu melhor período de 6 meses desde 2003 e os pedidos de seguro-desemprego estão no nível mais baixo desde 2000.

Mas, o Brasil repercutiu muito a desaceleração do crescimento da economia da China, além da fraqueza da economia europeia e japonesa.

Além disto, o país sofreu uma absoluta desordem em suas políticas de governo e como consequência não conseguiu crescer, ficando praticamente em zero, e revelando enorme deterioração da política fiscal, que resultou em gastos superiores às receitas.

A inflação se mostrou resistente, maquiada na sua realidade com o represamento de aumentos de serviços administrados e com a prática de indução do preço do dólar depreciado para agregada ao juro SELIC elevado agir objetivamente sobre as pressões.

Desta forma o país continua, a rigor, mais vulnerável em razão dos indicadores piores decorrentes da má performance de sua economia ao longo de 2014.

As perspectivas para o setor externo brasileiro neste ano de 2015 não sugerem melhora em relação a 2014, muito pelo contrário, e seguramente será o último setor a evidenciar recuperação desde que o governo consiga desenvolver um plano de gestão que reabilite a atividade econômica brasileira de forma sustentável, com rigor na disciplina fiscal, tornando o país atrativo para os investidores em conta de capital e também aos investidores em renda fixa e renda variável, já que no momento o país tem o risco agravado pelos analistas internacionais e, perdura ainda, o risco de perda do grau de investimento se não houver sinais e prática de políticas de austeridade.

Em 2014 o país teve ingressos totais de US$ 735,4 Bi, sendo US$ 222,2 Bi de exportações e US$ 513,2 Bi financeiros, e não logrou conquistar um saldo liquido positivo no ano. O fluxo cambial fechou negativo em US$ 9,3 Bi no ano, composto por positivos US$ 4,1 Bi no comercial, e negativos US$ 13,4 Bi no financeiro.

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O BC ao longo do ano utilizou a estratégia de utilizar os bancos para gerar a liquidez faltante no mercado à vista, poupando-se assim da exposição da utilização direta das reservas cambiais. A fez gerando financiamentos na forma de linhas em moeda estrangeira para lastro das posições “vendidas” (a descoberto) dos bancos, integralmente ou parcialmente.

Os bancos encerraram o ano com posições “vendidas” (a descoberto), face à carência de fluxos positivos gerados pelo próprio mercado, no montante de US$ 28,261 Bi, equivalente a 7,57% das reservas cambiais brasileiras que registravam montante de US$ 373,4 Bi. A rigor, a geração desta liquidez deveria ser promovida pela autoridade monetária retirando-a das reservas cambiais brasileiras.

É natural que há o escudo de afirmar-se que isto é operacional, que os bancos têm interesse porque ganham na arbitragem com a utilização do rendimento do cupom cambial, etc..., mas o fato concreto é que estão assim agindo num ambiente de desconforto de fluxos suficientes para o país e claramente poupam o BC de reduzir objetivamente as reservas cambiais o que não repercutiria bem no mercado cambial, pois daria maior evidência à fragilidade da moeda nacional.

Mas a questão que se coloca é até quanto e até quando, considerando que as perspectivas continuam indicando continuidade de fluxos líquidos de recursos externos negativos.

Este ano, somente no dia 2 o fluxo cambial já se revela negativo em US$ 1,087 Bi, após ter fechado negativo em US$ 14,05 Bi só em dezembro, com as posições vendidas dos bancos se elevando neste inicio de janeiro para US$ 29,348 Bi, equivalentes a 7,86% das reservas cambiais brasileiras.

Por outro lado, o próprio BC tem colocado no mercado futuro instrumentos financeiros denominados “swaps cambiais”, liquidáveis em reais por diferença entre juros e variação cambial, montante em torno de US$ 110,0 Bi e que tem sua aceitabilidade ancorada no fato do país ter reservas cambiais de US$ 373,4 Bi . E por pressão do mercado teve que ceder e dar continuidade do programa de oferta diária, embora com valor reduzido para US$100, M, que elevará este montante caso continue rolando o total das posições vincendas e pode atenuar não evitar, correção mais abrupta do preço da moeda americana no nosso mercado.

Neste caso cabe também o questionamento: Até quando e até quanto?

Não há ambiente para que se possa conjecturar a possibilidade de recuperação de fluxos de recursos externos que gerem fluxo cambial positivo antes que sejam reordenadas as políticas de governo e gerem resultados indicativos sustentáveis.

O setor externo brasileiro, que não tem sido foco constante das análises mais presentes, tende a ser um entrave enorme para a política monetária e fiscal do governo, pois pode expandir pressões inflacionárias na economia e exigir maior esforço no combate à inflação que, sem dúvida, poderão impor a necessidade de maior elevação da SELIC.

Por isso, não nos parece exagerada a projeção que realizamos do preço para a moeda americana em R$ 3,20 ao final do ano e R$ 2,80 já no 1º trimestre.

NGO Associados Corretora de Câmbio

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