3 Razões para a Disparada do Dólar Ontem com a Nova Estratégia de Inflação do Fed

 | 28.08.2020 08:05

O Federal Reserve tem uma nova estratégia de inflação. Em vez de focar em restringir as pressões de preço, o banco central americano permitirá agora que a inflação e o emprego superem suas metas, a fim de atingir a estabilidade inflacionária no longo prazo. Essa nova abordagem ocorre após quase uma década de inflação abaixo da meta de 2%. Antes mesmo da covid-19, o Fed já vinha cogitando mudar seu foco. Essa decisão foi tomada depois de mais de um ano de análises e dá início a uma nova fase do banco central dos EUA.

A pandemia do novo coronavírus deu ao Fed uma boa razão para avançar as marchas enquanto a desaceleração da economia frustra qualquer possível recuperação da inflação. Com o anúncio de ontem, o Fed está nos dizendo que as taxas de juros zeradas chegaram para ficar e que permitirá que a economia se aqueça muito mais do que de costume antes de adotar uma política de aperto monetário. A perspectiva de anos de juros baixos é extremamente positiva para as ações e explica por que o S&P 500 quebrou novos recordes. Apesar de essa política acomodatícia ser negativa para o dólar, a moeda americana acabou subindo forte contra o euro e o iene japonês.

Identificamos três razões que explicam o rali pós-Jackson Hole no dólar:

1.    O anúncio do Fed já estava precificado: embora a moeda americana tenha se desvalorizado quando o presidente do Fed, Jerome Powell, fez seu primeiro anúncio, a reversão em “U” tomou forma logo depois. Um dos principais argumentos para essa reversão foi que a notícia já era amplamente aguardada. Como escrevemos ontem, os investidores esperavam que o banco central adotasse uma média para a meta da inflação, justamente a linguagem usada por Powell ontem. Quando ficou claro que não haveria surpresas em seu discurso, os investidores voltaram a realizar lucro em moedas de beta elevado.

2.    O dólar dispara quando os investidores voltam a comprar ativos nos EUA: a promessa de dinheiro barato e ampla liquidez também está fazendo com que os investidores comprem ativos nos EUA e, consequentemente, dólares. É difícil não se sentir atraído pelos sucessivos recordes nas ações americanas. A nova política do Fed ajudará a revigorar a economia e permitirá seu aquecimento por muito mais tempo. O dólar também tem forte correlação com os rendimentos do tesouro americano, e a alta de quase 8% nas taxas de 10 anos contribuíram para o rali.

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3.    Leve otimismo de Powell: estávamos esperando comentários cautelosos de Powell e, em vez disso, seu tom foi um pouco mais animado. O presidente do Fed descreveu a economia como saudável, exceto pelas áreas atingidas pelo vírus. Os dados americanos também saíram melhores, com o PIB do 2º tri revisado levemente para cima, as vendas de casas pendentes superando as expectativas e os pedidos de seguro-desemprego voltando a cair. A divulgação dos dados de renda e gastos pessoais está prevista para hoje.

O iene japonês foi duramente atingido pela alta do dólar. Em razão da correlação entre o USD/JPY com as taxas de 10 anos, isso não foi uma surpresa. O primeiro-ministro japonês, Shinzō Abe, também deve realizar uma coletiva de imprensa hoje, e já se cogita sua renúncia por causa de problemas de saúde (confirmada nesta sexta-feira pelo primeiro-ministro).

O baixo desempenho do euro se deveu à alarmante disparada de casos na França e na Espanha.

O dólar canadense foi a moeda mais resiliente, graças aos números mais fortes de conta corrente e à perspectiva de um PIB melhor hoje.

Os dólares da Austrália e Nova Zelândia recuperaram a maior parte das suas perdas após a fala de Powell, graças ao apetite para o risco. O foco renovada na Europa torna as moedas asiáticas mais atraentes.

A libra esterlina, por outro lado, ficou para trás por conta do número mais alto de infecções no Reino Unido desde junho.

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