4 Formas de o Facebook Crescer Mesmo com Desaceleração em Anúncios

 | 03.05.2017 14:26

Por Clement Thibault

O Facebook Inc (NASDAQ:FB) divulgará o seu balanço do primeiro trimestre nesta quarta-feira (3/5) após o fechamento do mercado. A expectativa de Wall Street é que lucro por ação (LPA) de US$ 1,1 e receita de US$ 7,84 bilhões.

Receita com anúncios desacelera

Se você já possui ações do Facebook ou considera adicionar a empresa ao seu portfólio, você provavelmente já sabe que, apesar de ser chamada de rede social, a companhia é primeiramente uma plataforma de publicidade, ao menos é como gera receita.

A receita com publicidade respondeu por 97% do faturamento do Facebook em 2016. Essa dependência dos anúncios não é nada novo – em 2014 e 2015, essa linha representava 92% e 95%, nesta ordem, das receitas totais. Mas o crescimento da dependência da companhia na receita proveniente da publicidade é preocupante.

No último trimestre, nós escrevemos basicamente sobre as várias formas que o Facebook tem para crescer sua receita por anúncios. Entre elas, mencionamos a publicidade em vídeos, o que tem sido uma das principais iniciativas recentes da empresa e a maximização nos anúncios do Instagram, visto que há alguns trimestres, o Facebook já havia informado que sua plataforma estava no limite.

Naquele momento, a diretoria do Facebook admitiu que os melhores dias para a taxa de crescimento na receita por propagandas já havia passado, e o diretor financeiro da empresa, David Wehner, reiterou esse ponto na última teleconferência com analistas.

“A taxa de crescimento da receita [do Facebook] vai cair significativamente em 2017”.

Apesar de a empresar estar cautelosa em admitir exatamente quanto ou como afetaria a receita global, isso força os investidores – e o próprio Facebook – a tentar identificar a próxima grande entrada de receita. Aqui estão quatro que estão no nosso radar

1. VR – Realidade virtual

Em 2014, o Facebook comprou a Oculus VR, criadora de headsets e tecnologia de realidade virtual, por US$ 3 bilhões. Com a compra, o Facebook buscou se posicionar na linha de frente do novo segmento de games, que tem potencial de movimentar mais de US$ 10 bilhões nos próximos anos. Infelizmente, desde a compra, o potencial ainda se mostrou real. Além disso, o Oculus enfrenta problemas legais.

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Facebook teve que pagar US$ 500 milhões de multa para a ZeniMax, depois de decisão judicial apontar que o fundador da Oculus, Palmer Luckey, violou acordo de confidencialidade que assinou com seu antigo empregador – ZeniMax. Luckey deixou então o Oculus atrapalhando o plano de desenvolvimento do Facebook. No entanto, a rede social permanece à frente da competição, e deverá ganhar um market share substancial assim que o mercado de realidade virtual de fato acelerar.

2. AR – Realidade Aumentada

Duas semanas atrás, durante a F8, conferência anual do Facebook com desenvolvedores, a companhia dedicou uma atenção considerável no que ela realmente acredita que é a próxima onda: realidade aumentada (ou AR na sigla em inglês). A AR é a habilidade de sobrepor informação e objetos virtuais na nossa realidade. Lembra a loucura que foi o Pokemon Go? Esse é o jogo (desenvolvido em uma colaboração entre a Nintendo e uma companhia de realidade aumentada chamada Niantic) que permitia jogadores a capturar personagens Pokemon que estavam sobrepostos em imagens capturadas e geolocalizadas, o que fazia parecer que o jogador e o personagem estavam no mesmo lugar.

O Facebook comprou o aplicativo para celulares MSQRD no ano passado por suas máscaras e adereços de realidade aumentada e é um passo na direção de impulsionar seus produtos no segmento. Após a aquisição pelo Facebook, o trabalho agora está nas mãos dos desenvolvedores, mas as aplicações e oportunidades de negócio tem muito potencial. A competição, contudo, deverá ser intensa com o Snap (NYSE:SNAP) e a Microsoft já no mercado e rumores de que a Apple vai adicionar realidade aumentada na câmara do iPhone 8.

3. Workplace do Facebook

O Facebook criou sua plataforma de comunicação corporativa, inicialmente criada para uso interno. Há um ano, ele começou a trabalhar com uma seleção de empresas para personalizar a plataforma para uso comercial.

O Workplace foi criado para facilitar a comunicação interna entre funcionários, em um formato semelhante à ferramenta de colaboração de equipes na nuvem Slack. O Slack, com sua capacidade de busca avançada, opção de enviar trechos de códigos para funcionários e a possibilidade de integrar facilmente com softwares de gerenciamento de projetos como o JIRA da Atlassian, é muito utilizado no mundo corporativo, mas especialmente por empresas de tecnologia e desenvolvimento de times, que geralmente necessitam de comunicação constante e em tempo real – algo que o velho e lendo email não consegue prover.

A interface para o usuário do Workplace é baseada na do próprio Facebook, o que deixa muito familiar e fácil para o usuário e pode atrair, especialmente, os mais jovens. O Workplace custa US$ 3 por usuário, metade do preço do Slack de US$ 6, o que poderá criar competição real entre os dois produtos. Acreditamos que o Workplace é um novo negócio bastante interessante para o Facebook e algo que definitivamente vale ficar de olho.

4. WhatsApp

Três anos atrás, quando o Facebook comprou o WhatsApp por cerca de US$ 22 bilhões, vários olhares de surpresa surgiram, especialmente pelo aplicativo gerar apenas US$ 12 milhões em receitas naquele momento e registrar prejuízo de US$ 140 milhões. Exceto por pelos dados para aprimorar as receitas direcionadas com publicidade, nós nos perguntamos mais de uma vez como o Facebook geraria receita por essa compra.

Parece que estamos pertos de ter uma resposta. O Facebook está a um passo de incorporar a transferência de dinheiro entre usuários na Índia, o maior mercado do WhatsApp.

Essa é uma resposta à ‘guerra’ iniciada pelo primeiro-ministro da Índia, Narenda Modi, contra as transferências de grandes volumes de dinheiro, o que ele vê como um facilitador de corrução e sonegação. Em dezembro, Modi retirou do mercado a maior cédula em circulação na Índia e anunciou que o banco central pararia de imprimir a nota, o que estendeu o tapete vermelho para funções de pagamento entre pessoas nos aplicativos populares, inclusive o WhatsApp. O lançamento dessa funcionalidade deverá ocorrer perto do fim do ano.

Conclusão

Na nossa visão, a sequência do sucesso do Facebook e a geração de novas receitas depende de duas coisas. A primeira é a resposta para a seguinte pergunta “O que é uma significativa redução no crescimento?’. A diretoria do Facebook tem sido visivelmente opaca em relação a esse ponto, por razões óbvias, embora preocupantes. Segunda é quão rapidamente o Facebook conseguirá diversificar suas receitas e criar motores de geração de receita adicional?

Vale ficar de olho em tudo isso, dado que um intervalo entre a redução no crescimento da receita e o desenvolvimento de novos produtos pode provocar uma forte queda no preço das ações – que fecharam a US$ 152,78 ontem – criando oportunidades de compra. Enquanto o Facebook está em suas máximas históricas, acima de US$ 150, também é um dos seus preços mais baratos na perspectiva de valuation. O preço por lucro é de quase 44. Com um P/L na casa dos 43, ter papéis da empresa faz sentido, ainda se o Facebook continuar a crescer menos da metade da taxa dos últimos quatro trimestres, o que ainda significaria 25% de aumento na receita anual e 50% no lucro.

Enquanto o Facebook nunca será uma compra com desconto, no preço atual ainda seria um bom investimento de olho no crescimento. Contudo, nós acreditamos que a redução do ritmo de crescimento da receita provocará uma reação excessiva do mercado. Nesse momento, planejamos tirar vantagem da queda dos preços das ações.

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