Andy Hecht | 03.06.2022 09:51
O ouro é dinheiro, e o metal precioso tem milhares de anos de história como meio de troca. Muito antes de moedas como o dólar, euro, iene, libra esterlina, iuane, rublo, entre outras, circularem pelo sistema financeiro, o ouro já era um ativo de reserva de valor e um símbolo de riqueza.
Bancos centrais, autoridades monetárias, governos e instituições supranacionais compram ouro como parte integrante dos seus ativos de reserva internacional. Além disso, essas instituições vêm aumentando suas reservas nas últimas décadas, validando o papel do ouro no sistema financeiro mundial. A última venda significativa do metal ocorreu em 1999-2001, quando o Reino Unido separou metade de suas reservas por menos de US$ 300 a onça. Nas últimas duas décadas, a trajetória dos preços mostrou que o ouro não era a relíquia bárbara do passado que os britânicos acreditavam.
Além do seu papel monetário, o ouro é uma commodity e um metal ornamental que simboliza o amor, a riqueza e a segurança. Sua marca como moeda por excelência segue incontestada.
A tendência de alta do ouro começou na virada deste século, quando os britânicos venderam sua última onça-troy. E continua em maio de 2022. Os fundamentos da oferta e demanda do ouro dão suporte ao seu preço como ativo raro. Embora cada onça-troy já extraída na história permaneça em reservas acima do solo – e o mundo não para de aumentá-lo a cada ano –, o metal ainda assim ganhou valor. Pode ser que a depreciação das moedas fiduciárias tenha contribuído para isso. Nas últimas duas décadas, o ouro respeitou seus níveis técnicos de preço.
h2 US$ 1800 foi um ponto de pivô para o ouro em 2021/h2O ouro futuro negociado na Comex de Nova York atingiu uma nova máxima recorde em agosto de 2020 a US$ 2063 por onça. Depois de corrigir até a mínima de US$ 1.673,70, o preço passou a maior parte de 2021 sendo negociado em torno do nível de suporte de US$ 1800.
Fonte: Barchart
O gráfico destaca que o patamar de US$ 1800 tornou-se um ponto de pivô para o ouro futuro desde abril de 2021 até o início de 2022.
h2 Ouro atinge nova máxima marginal em março de 2022 e depois corrige/h2Quando a Rússia invadiu a Ucrânia no fim de fevereiro de 2022, o ouro disparou, alcançando um novo pico recorde de US$ 2072 por ouro. O metal precioso registrou outra correção que fez seus preços atingirem a mínima de US$ 1787 em meados de maio de 2022. Em seguida, formou um mínima mais alta, mantendo a tendência de alta de médio prazo intacta.
Em 1 de junho de 2022, o contrato futuro do ouro para junho na Comex era negociado a US$ 1839, acima do ponto de pivô, com o preço ainda consolidado e digerindo o último movimento acima de US$ 2000 e uma correção abaixo daquele patamar-chave.
h2 Alta do ouro já dura duas décadas/h2A força do ouro não é novidade. O metal vem se valorizando desde o fim do século passado.
Fonte: Barchart
O gráfico mostra a ascensão dos preços do metal para o nível de US$ 875 em 1980 e quase duas décadas de máximas e mínimas menores que terminou em 1999 a US$ 252,50 por onça. Desde então, o ouro passou a decolar, registrando máximas e mínimas ascendentes. Em junho de 2022, a tendência de alta já dura quase 23 anos, sem qualquer sinal de que terminará em breve.
h2 Comprar correções do ouro tem se mostrado uma excelente estratégia/h2O ouro é parte integrante da poupança de muitos investidores. O metal é um ativo que fornece segurança e atua como reserva de valor há milhares de anos. Talvez a maior razão para ter ouro em carteira seja o fato de os governos o manterem em suas reservas cambiais internacionais. Nos últimos anos, os bancos centrais aumentaram suas reservas.
A venda do Reino Unido na virada do século foi um ponto fora da curva, já que outros governos não seguiram seu exemplo. Ironicamente, Londres é o centro do mercado mundial do ouro. Ao mesmo tempo, quem comprou ouro de forma consistente durante seus períodos de correção nas últimas décadas conseguiu aumentar o valor da sua carteira através da acumulação e de preços mais altos. A US$ 1840 por onça, o ouro pode estar US$ 232 abaixo da máxima de março de 2022, mas o preço equivale a mais de sete vezes o valor da mínima de 1999.
h2 Quatro razões para aproveitar a queda do ouro e investir/h2Pelo menos quatro fatores fazem com que o ouro seja um ativo essencial para todas as carteiras:
O ouro respeitou seu nível de suporte técnico na mínima de março de 2021. O padrão de mínimas e máximas ascendentes continua intacto. Além disso, a bifurcação geopolítica pode alçar o papel do metal precioso no sistema financeiro global. O ouro continua sendo um metal que deve fazer parte de todos os portfólios. Comprá-lo em correções tem sido a melhor estratégia e tem tudo para continuar sendo no futuro.
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