5 Estatísticas para Avaliar o Risco de Mercado dos Títulos do Tesouro Direto.

 | 07.09.2018 09:05

Risco de Mercado - Volatilidade dos Títulos do Tesouro Direto.Antes de tudo gostaria de levantar alguns questionamentos:

    • Será que você entende os riscos inerentes aos Títulos Públicos Federais?
    • Você sabia que pode perder dinheiro investindo em ativos do Tesouro Direto?
    • Tem noção que alguns títulos públicos tem risco de mercado (volatilidade) semelhante a ações?
    • Perder -6,45% em um dia, investindo no Tesouro Direto, te incomoda?


Essas são algumas perguntas interessantes sobre os riscos do Tesouro Direto.

Os três riscos mais relevantes existentes em ativos financeiros são: Risco de Liquidez (tempo para reaver o dinheiro quando necessário e o impacto disso no preço), Risco de Crédito (não receber o contratado, calote) e o Risco de Mercado que é o que trataremos aqui.
O mais importante deles para os Títulos Públicos Federais é o Risco de Mercado e está relacionado às variações no preço de mercado dos ativos.

Irei demonstrar as 5 principais ferramentas estatísticas que nos ajudará a entender e calcular o Risco de Mercado dos ativos do Tesouro Direto.

Quando falamos em risco, por intuição estamos querendo saber a probabilidade de perder alguma coisa. No caso de um investimento, estamos preocupados com risco de perder dinheiro, ou até mesmo receber menos que o esperado, com a aplicação em ativos financeiros ou de capitais.

Muito se fala em perder dinheiro investindo em bolsa de valores por causa da oscilação dos preços das ações que é reflexo das mudanças constantes nas expectativas dos investidores.

O que pouca gente entende é como isso pode acontecer no Mercado de Renda Fixa, a exemplo dos ativos ofertados pelo Tesouro Direto.

Primeiro, vale relatar que esse efeito nos preços dos ativos de Renda Fixa só tem sentido para aqueles investidores que não pretendem carregar o ativo até o vencimento, que por efeito da tem seus ativos precificados diariamente. Se você levar o ativo até o vencimento, você receberá exatamente a taxa pactuada na compra.Assim como no Mercado de Ações, em que o preço do dia de negociação reflete as esperanças futuras quanto aos resultados das empresas e outros fatores conjunturais, um ativo Prefixado e IPCA tem seu preço diariamente cotado de acordo com as projeções futuras das Taxas de Juros e Inflação.

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As projeções futuras das Taxas de Juros e Inflação levam em consideração diversos fatores tais como: a atuação do COPOM na condução da política monetária, o risco país, o dólar, as expectativas macroeconômicas nacionais e internacionais, o cenário geopolítico, os juros americanos (Treasuries), os juros internacionais, os atentados terroristas, os desastres naturais, dentre outros.Como as expectativas mudam constantemente, os preços sobem e descem acompanhando a oscilação nas projeções.

Existem várias ferramentas estatísticas para medir as oscilações nos preços históricos dos ativos, que nos darão uma boa sensibilidade de quanto arriscado é aquele ativo analisado, caso isso volte a acontecer. Já adianto que acontecimentos no passado não necessariamente irão refletir o comportamento futuro do ativo, mas é extremamente útil o uso dos preços históricos.

A métrica mais famosa é Volatilidade (1º). Ela é calculada usando um instrumento estatístico chamado de . Não irei entrar nos detalhes matemáticos da ferramenta, mas de forma relativamente simples ela captura as oscilações de uma série de dados. Quando usada para avaliar o Risco de Mercado aplica-se o Desvio Padrão a uma série de retornos, geralmente as rentabilidades diárias.Calculando-se o DP para vários ativos, podemos comparar de forma rápida os comportamentos dos retornos no período analisado. Quanto maior o Desvio Padrão, maior a oscilação ou volatilidade.

Outra forma útil de analisar o Risco de Mercado é verificar o teto e o piso das rentabilidades, isto é, o Maior e o Menor retorno do período. Se subtrairmos o Maior do Menor nós obtemos a Amplitude (2º) alcançada pelos retornos. Isso nos dá uma boa noção da distância entre o céu e o inferno que o investimento alcançou, em um dia, no período. Quanto mais amplo, mais arriscado!

Também podemos contar quantos retornos negativos (3º) (ou abaixo do Bench – parâmetro de rentabilidade estabelecido – caso deseje) aconteceram com o investimento. Isso nos informa quantas vezes ficamos aborrecidos no período! Se dividirmos esses retornos mais baixos com total dos retornos do período, chegamos ao (%) percentual de aborrecimentos.

Ainda podemos analisar o Risco de Mercado do ativo, verificando quanto tempo (4º) o investimento leva para superar a máxima mais recente. O gráfico abaixo fará você entender.