A Batalha dos ETFs: Novo Capítulo da Competição Entre BTG e XP

 | 02.08.2021 13:51

Disputando Cada Centavo

Não é novidade para ninguém que os altos níveis de juros amorteceram os investidores. Com liquidez, baixíssimo risco e altos retornos financeiros, não havia motivos para migrar para outras classes de ativos.

A queda do CDI quebrou uma dessas pernas, talvez a principal para os investidores: a rentabilidade. Só para se ter uma noção da magnitude do ajuste, em tempos de juros a dois dígitos, bastava 5 anos para dobrar o capital. Hoje, são 35 anos.

Ao mexer no bolso, o investidor teve que repensar as suas escolhas de alocação. A solução passou a ser diversificar entre classes de ativo e tomar mais risco – exatamente como ocorre no resto do mundo.

É aqui que as plataformas trouxeram fundos de diferentes temáticas, Private Equity, SPAC, FIPs, Cannabis etc.

Como o Brasil é cerca de 1,5 por cento do mercado de capitais e sempre viveu da renda fixa, havia um mundo de oportunidades a oferecer.

Essa é a raiz da rivalidade entre BTG (SA:BPAC11) e XP (NASDAQ:XP), disputando a fração do AuM da “futura” indústria como um todo.

O movimento recente de disputa por escritórios de agente autônomo parece acontecer também no campo dos ETFs agora.

Na última semana, o BTG buscou inovar e trazer um ETF para replicar o Ibovespa (IBOB11) com a menor taxa do mercado: 0,03 por cento.

A XP contra-atacou com um fundo que aparentemente seria “taxa zero”, mas na verdade cobrará 0,15 por cento após bater um bilhão de patrimônio – o que, para mim, não faz muito sentido, até porque você deveria baratear o produto conforme ele ganha escala.

A questão é: será que existe espaço para a gestão passiva na sua carteira?

Antes de responder a essa pergunta, vamos dar um overview na indústria tanto aqui quanto globalmente.

h2 O mundo de ETFs/h2

Vamos começar do básico. Se você não conhece a nomenclatura, o ETF (Exchange Traded Fund) é um fundo de investimento que tem suas cotas negociadas em bolsa.

Alguns exemplos de ETF são o BOVA11 (buscando replicar o Ibovespa) e o IVVB11 IVVB11 (buscando replicar o S&P 500).

Ainda que você tenha escutado pouco dessa indústria, ela é gigantesca no resto do mundo. Globalmente, são mais de 7 trilhões de dólares investidos nesse segmento, alocados em 7000 tipos diferentes.