Olivia Bulla | 18.01.2024 08:33
Ainda que de forma tímida, os mercados deram início a uma correção. O Ibovespa caiu pelo segundo pregão consecutivo ontem (17), afastando-se um pouco mais dos 130 mil pontos, enquanto o Dow Jones cravou o terceiro dia seguido de perdas. Já o S&P 500 e o Nasdaq 100 tiveram a pior sessão em duas semanas. O dólar, por sua vez, oscilou em alta.
agenda econômica desta quinta-feira (18) traz a fala de mais um dirigente do Fed, que pode desempatar as apostas para março, entre corte e manutenção. Dos indicadores nos EUA, saem os números semanais sobre pedidos de auxílio-desemprego e os estoques de petróleo, além de dados do setor imobiliário. Aqui, Brasília segue em foco.
A boa notícia é que esse desempenho ruim dos ativos de risco pode estar com os dias contados. Mas, atenção: isso não significa que os preços não devem piorar um pouco mais, antes de voltarem a ficar mais atraentes de novo. “O barato de hoje pode ser o caro de amanhã”, me dizia uma fonte do mercado doméstico.
Portanto, algum alívio pode ocorrer após esta correção. A razão para acreditar que o pessimismo está perto de atingir o pico é que os próprios BCs serão forçados a conter o mau humor dos mercados, em breve. A primeira “Super Quarta” deste ano, no fim deste mês, parece ser o momento oportuno para isso.
Isso porque o ajuste dos mercados é mais em relação ao timing do que ao fato em si. Ou seja, a narrativa de cortes nos juros, encabeçada pelo Fed, se mantém. A questão é que, talvez, a queda não comece tão cedo, já em março, nem seja tão intensa quanto o esperado - o que vale também para a taxa Selic.
Como se ouvia dos nossos colonizadores, é preciso passar a pente fino o cenário que garantiu um “rali de tudo” nos últimos dois meses de 2023. Mas nem por isso janeiro será um novo outubro. A ver pela performance dos mercados até aqui, tampouco haverá um “efeito janeiro”, com os índices de ações amargando baixas neste comecinho de 2024.
Assim, a questão agora é: até quando irá essa correção nos mercados? A previsão é de que os ajustes ao rali de fim de ano continuem, ao menos até que os dados e os bancos centrais continuem encorajando o movimento.
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