A Curva de Rendimentos dos EUA Envia um Sinal Claro: Uma Crise Está Chegando

 | 01.04.2022 16:58

O Federal Reserve (Fed) iniciou mês passado um ciclo de aumento de juros, elevando as taxas de juros em 0,25 ponto percentual. Apesar da falta geral de surpresa, parece que o mercado, levando em conta as maiores leituras de inflação em mais de 40 anos, esperava um pouco mais.

A perspectiva de uma escala maior do primeiro aumento de juros foi interrompida pela eclosão da guerra na Ucrânia, que revisou para baixo o crescimento econômico nos EUA. O começo pacífico, no entanto, parece ser apenas a calmaria antes da tempestade.

O mandato do Federal Reserve é principalmente sobre a estabilidade de preços, então devemos ver pelo menos 6-7 altas este ano, atingindo assim a principal faixa de juros de pelo menos 1,75% -2%. O Fed provavelmente não vai parar por aí, e o ciclo vai continuar no ano que vem. Enquanto isso, vemos um grande aumento na curva de rendimento de títulos curtos dos EUA.

h2 O achatamento da curva de juros, ou seja, a crise no horizonte/h2

A curva de rendimentos mostra a valorização dos títulos dos EUA de curto a longo prazo. Em condições normais, títulos com vencimentos mais curtos têm taxas de juros mais baixas do que títulos com vencimentos de longo prazo. Em condições de turbulência no mercado, os investidores demonstram preocupação com a disponibilidade de capital no curto prazo, o que faz com que, na escala percentual, a curva curta esteja acima da curva longa, desestruturando sua estrutura natural.

A rentabilidade dos títulos americanos de 2 anos quase se igualou aos títulos de 10 anos na quarta-feira, o que nas últimas décadas tem sido um sinal de recessão e depreciação nas bolsas de valores quase sempre (Nota do editor: Há controvérsias se ausência de spread entre ambas as curvas resulta em recessão).