A deflação é uma realidade, e o varejo agradece

 | 14.10.2022 17:35

Contra fatos não há argumentos e, realmente, a economia brasileira registrou o segundo mês seguido de deflação, ou seja: os preços estão retroagindo. Essa notícia é, no mínimo, muito boa porque faz com que o Banco Central (BC), tomador de decisão sobre taxa de juros, repense sua atual política revertendo para um ciclo de reduções.

Apesar de desejarmos que a taxa Selic volte a cair, não podemos deixar de parabenizar o BC pelas medidas tomadas até o momento. Como vemos, o "remédio" aplicado está surtindo efeito sobre a inflação, fora que o órgão governamental se movimentou mais rápido do que os Bancos Centrais de outros países. Em meu ponto de vista, o Brasil fez a lição de casa. E muito bem feita.

Acredito que seja possível sonhar com a queda de juros já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), ao contrário de outros países, e isso seguramente tem reflexos diretos na valorização das ações negociadas na Bolsa de Valores. Vamos tomar como exemplo o setor do varejo. Observa-se ações de empresas do segmento reagindo muito bem. O mesmo acontece com ativos de empresas aéreas e de construtoras. Todos eles dependem de um mercado com taxas de juros muito baixas.

Mas, focando no varejo, apesar da melhora, é um segmento difícil de manter o equilíbrio. Em momentos de euforia ele estica para cima, exagera demais, como aconteceu principalmente com a Magalu (BVMF:MGLU3). Houve uma época em que só se falava de Magalu. Era um foguete que parecia que nunca mais pararia de subir. Mas quando a queda começou, ela foi brusca. É que, em momento de baixa, o mercado também exagera na depressão.

E a política de juros influencia muito esse ramo porque quando a taxa Selic está em patamares baixos, o custo do financiamento diminui e há aquecimento do consumo. Com a elevação da inflação, o BC é obrigado a aumentar os juros e a tomada de crédito encarece, desaquecendo a economia e reduzindo os lucros do comércio. Como se sabe, no Brasil, o forte são as vendas parceladas. Com deflação e juros menores, a tendência é o varejo voltar a bombar.

O que não dá para afirmar é que players tradicionais como Magalu, Via (BVMF:VIIA3), entre outros, repetirão o desempenho de outrora. Nos últimos anos, novos players como Shopee e Mercado Livre (BVMF:MELI34) (NASDAQ:MELI) ganharam musculatura e elevaram a concorrência a um nível que não existia. E tudo aconteceu muito rapidamente porque parte considerável do processo de venda migrou para o online. Isso muda muita coisa, mas não o otimismo de que dias melhores estão chegando.

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Essa boa notícia eleva a confiança de que o Ibovespa possa até fechar o ano na casa dos 120 mil pontos. É verdade que ainda temos a variável “eleição” como ponto de insegurança, o que torna difícil prever como o mercado de ações estará dentro de uns meses.

Mas minha expectativa é de que o peso do pleito na economia, por mais conturbado que o País esteja politicamente, seja bem menor do que o que é comentado. Afinal, são duas figuras que já governaram o País e, convenhamos, todos sabemos o que esperar de cada um deles.

Considerando esses aspectos, a renda variável tem tudo para voltar a ser o foco dos investidores. Como já abordado em artigos anteriores, para a renda variável não há concorrente maior do que taxa de juro alta que infla os ganhos da renda fixa, fazendo com que os recursos financeiros saiam do setor produtivo, que tem mais risco. No entanto, é mais benéfico para a economia por financiar empresas de todos os ramos.

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