A Economia da Profecia: Por Que Não é Fácil Descobrir a Nova Magazine Luiza?

 | 08.01.2021 16:37

Quando se trata de prever o futuro, a ignorância é um clube do qual todo mundo é membro.h2 Três em um/h2

Recentemente, tenho estudado bastante sobre inovação e tendências. Um dos livros que estou lendo, Hit Makers, de Derek Thompson, não é exatamente sobre investimentos, mas fala sobre a história secreta por trás de produtos que se tornaram fenômenos.

No capítulo homônimo a este texto, Derek fala sobre o comportamento prostálgico dos seres humanos, isto é, como nos sentimos encantados por previsões.

Mas o grande problema é que, na maioria das vezes, as previsões acabam se mostrando completamente equivocadas.

Em janeiro de 2007, Steve Jobs, fundador da Apple (NASDAQ:AAPL) (SA:AAPL34), prometeu ao mundo 3 produtos revolucionários: um iPod widescreen com controles por toque na tela, um celular revolucionário e um inovador dispositivo de comunicação via internet.

Na verdade, esses três produtos revolucionários eram um único produto, que combinava todas essas funcionalidades em um e foi batizado como iPhone.

O ex-CEO da Microsoft (NASDAQ:MSFT) (SA:MSFT34), Steve Ballmer, considerou um celular de 500 dólares como algo para lá de ridículo, disse inclusive que não haveria chance alguma de o iPhone abocanhar uma fatia relevante do mercado.

Empresas especializadas produziram relatórios dizendo que o produto seria um fracasso, que um dispositivo “tudo-em-um” tinha como origem limitações financeiras e não uma aspiração.

A empresa Universal McCann chegou a fazer uma pesquisa e previu que o iPhone enfrentaria dificuldades para vender em mercados desenvolvidos como EUA, Europa e Japão porque seus consumidores não trocariam seus belos celulares, câmeras e tocadores de música por um único aparelho que não era realmente bom em nada.

O grande problema das previsões foi definido com maestria por Derek: “o futuro é uma anarquia que se recusa a ser regida até mesmo pelas previsões mais sólidas”.

O que aconteceu depois, todos sabem.

Inclusive, a probabilidade de você estar lendo este texto na tela do produto que se tornou a invenção de hardware mais lucrativa dos últimos 50 anos é bem alta.

Em menos de 4 anos, a Apple já valia mais que a Microsoft.