A governança só tem a ganhar com a transformação digital, desde que seja completa

 | 20.02.2024 10:00

Tem aumentado o número de empresas que adotam soluções baseadas em inteligência artificial com o intuito de aumentar as vendas, evitar fraudes e analisar a maior quantidade possível de dados dos usuários (consumidores), visando o desenvolvimento de estratégias para conquistá-los como clientes. Não há dúvidas de que se trata de uma ferramenta poderosa e sua aplicação pelas companhias de todos os segmentos socioeconômicos é um caminho sem volta.

Acerta quem escolhe a digitalização dos processos, principalmente com uso de IA, e erra quem é resistente a este movimento. A única falha de parte de quem escolhe a modernidade é que a tecnologia é implantada com foco limitado, por exemplo, para aumentar o faturamento ou para evitar desvios financeiros. São empresas em que a digitalização pode até estar presente em todos os departamentos, mas de forma fragmentada, limitando suas capacidades.

Instituições financeiras possuem ferramentas para avaliar a viabilidade de concessão de crédito para seus clientes. Empresas da área da saúde fazem o mesmo para verificar se um determinado pedido de reembolso é fraudulento ou não. Empresas de seguro também empregam soluções baseadas em IA, assim como redes varejistas contam com ferramentas de monitoramento, análise de dados do mercado e precificação de produtos.

São sistemas que auxiliam na tomada de decisões. Eficientes, porém, criadas para atuar em setores específicos das empresas. O que é pouco diante do que a tecnologia pode fazer atualmente em termos de gestão. A verdade é que muitas ferramentas, da mesma forma que avaliam dados externos, são capazes de avaliar e monitorar informações e atividades internas.

E é aí que está o pulo do gato para aquelas empresas que têm a governança corporativa como alma do próprio negócio. Quando se implanta um modelo de governança, cria-se regras e processos que devem ser respeitados por todos. Simultaneamente é preciso ter controle sobre esses processos para que ninguém se desvie dele, pois isso resultaria em ineficiência do modelo de governança.

É verdade que a digitalização dos processos, mesmo que implantada de forma separada por setores da companhia, já elimina várias etapas, facilitando o controle. Mas ao elaborar uma arquitetura que abrace todos os departamentos, torna-se possível aos gestores do escalão mais alto acompanhar de perto – e sem esforço – o cumprimento das regras estipuladas no modelo de gestão. Para facilitar o entendimento, quando tudo era analógico e totalmente dependente da interferência humana, as possibilidades de desvios eram muitas.

Por exemplo: antigamente, quando não existiam computadores, os caixas de supermercados passavam as compras e digitavam os valores, item por item, em uma calculadora. Era comum haver erros de digitação a favor ou contra o consumidor. Imagine o trabalho que dava para auditar uma empresa assim, completamente analógica. A informatização e o surgimento do código de barras resolveram o problema pontualmente. Mas este sistema, que representou um gigantesco avanço, tinha uma falha.

O caixa não precisava mais digitar o preço do produto na hora da venda, porém, assim que o produto chegava ao estoque um funcionário deste setor tinha de alimentar o sistema com código e preço corretos. Uma digitação manual e que também podia resultar em falha, gerando problema nas etapas posteriores do processo de venda.

A partir desse exemplo, dá para perceber que qualquer sistema que não seja totalmente digital ou que tenha lacunas na interligação entre departamentos estará suscetível a falhas. A tecnologia de hoje permite implantar soluções que abracem o todo, respeitando as peculiaridades de cada setor de uma companhia, do departamento de compras ao de vendas, passando pelos setores logístico, financeiro, de marketing, RH e o que mais integra o ambiente empresarial.

Não é simples nem barato implantar um sistema nesse molde. Mas é necessário que os gestores comecem, desde já, a se planejar para esta realidade. A transformação digital não se limita à inclusão de determinados softwares para funções específicas, mas ela visa substituir por completo o processo analógico pelo digital. E a grande vantagem é que tal transformação torna tudo mais ágil, simples e controlável porque reduz drasticamente as possibilidades de erros humanos, assim como tentativas de desvios ou fraudes.

A governança corporativa só tem a ganhar com isso, pois a mesma tecnologia capaz de analisar bilhões de dados de consumidores e de trazer insights para melhorar as vendas e facilitar as decisões, também é capaz de apresentar relatórios sobre a rotina interna, apontar onde há eficiência e onde não há. Simplifica drasticamente as auditorias.

Claro que o desejo de faturar e lucrar mais é o que, no fundo, movimenta a grande maioria dos empresários. Mas isso é consequência de uma boa gestão. Empresas mal geridas até lucram por um tempo e depois quebram. As bem geridas permanecem por muito tempo, principalmente aquelas que investem em governança, agora com a transformação digital como desafio e ao mesmo tempo como solução de gestão eficiente.

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