A Nova Vale

 | 07.06.2018 08:35

A Vale (SA:VALE3) anunciou no fim do primeiro trimestre uma nova política de dividendos. O objetivo da companhia é tornar o pagamento mais previsível, o que deverá atrair mais investidores com foco no longo prazo.

Os dividendos serão pagos em duas parcelas semestrais: a primeira em setembro do ano corrente e a segunda em março do ano seguinte. O valor será equivalente a 30% do EBITDA menos o investimento corrente. Adicionalmente, poderão ocorrer pagamentos de dividendos extraordinários, caso sejam aprovados pelo Conselho de Administração.

Caso o novo critério fosse válido para o ano de 2017, o valor total pago seria de US$ 3,5 bilhões de dólares, superior ao US$ 1,4 bilhão que foi efetivamente pago ano. A minha estimativa é um retorno em dividendos entre 6-8% em 2019.

Setor de atuação

O setor de commodities possui maior risco quando comparamos com outros. Para a Vale, o preço internacional de minério de ferro é o que mais tem influência no resultado da companhia. O minério de ferro responde por quase 75% da receita líquida total da Vale e as exportações para Ásia representam cerca de 60% das vendas.

O ano passado foi marcado por uma grande alta na cotação do minério de ferro, o que beneficiou o resultado da empresa, que conseguiu um forte crescimento da receita líquida.

Já em 2018, o preço do minério de ferro acumula uma queda de 13%. A cotação está em US$ 61 por tonelada do minério entregue no porto de Qingdao, na China. O preço do ferro acumulava uma grande alta até fevereiro. Porém, uma demanda muito mais fraca que a esperada na China e o aumento do estoque do minério para níveis históricos foram fatores de suma importância para a derrocada de 20% da cotação no mês de março. Desde lá, o preço se manteve com relativa estabilidade.

Com a retração recente no preço do minério de ferro, o custo chega perto do valor de US$ 60 por tonelada da maioria das empresas para o minério entregue na China. Com o preço da tonelada abaixo dos US$ 60, muitas empresas produtoras desistem deste mercado, o que diminuiria a oferta da matéria prima na China e corrigiria o preço do minério para cima. Atualmente, o preço está na casa dos US$ 61 no país asiático.

Consideramos a Vale um player mundial de grande destaque com uma ótima operação, porém, existem dois grandes riscos de mercado (exógenos à companhia) que possuem grande importância para o resultado: cotação internacional do minério de ferro e taxa de câmbio - duas variáveis que não temos nenhum controle e que dificilmente conseguimos prever o comportamento.

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O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, que está um pouco mais de 1 ano à frente da mineradora, colhe os frutos de: unificação de ações (agora somente ONs), trocas na diretoria, redução da dívida e foco na qualidade do produto em detrimento de volumes de produção. Com isso, o presidente da Vale tornou o resultado da empresa mais previsível, mesmo com toda a imprevisibilidade do preço do minério e do câmbio, o que faz muito bem para as ações da empresa, que acumulam alta de 92,5% por cento desde que o Fabio assumiu como presidente, em 22 de maio de 2017.

A Vale pode ser uma boa opção para diversificar a carteira, pois alia uma expectativa de crescimento com um ótimo carrego em dividendos. Mas é necessário frisar que o business da companhia, por si só, já é de maior risco e com alta volatilidade, o que acaba refletindo nas ações da companhia.

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