Terraço Econômico | 30.05.2018 11:15
A atual greve dos caminhoneiros traz à tona uma verdade sobre o povo brasileiro: adoramos soluções que, na realidade, não são soluções de fato. Ideias simples e diretas que não nos encaminham a soluções reais, apenas passando a mensagem de que, após colocadas em prática por determinados grupos, seriam capazes de resolver as questões mais difíceis como num passe de mágica.
Acompanhando as reações diversas que presenciamos em resposta a essa greve, pelo menos cinco soluções deste tipo ganharam força nos últimos dias: 1) a política de preços da Petrobras (SA:PETR4) deve acabar; 2) basta cortar a carga tributária sobre os combustíveis para que tudo se resolva; 3) uma intervenção militar resolveria a situação; 4) o fim da corrupção resolveria tudo; e 5) gastos peculiares (como a pensão para filhas de militares) deveriam ser extintos para cobrir um possível subsídio para o combustível.
Em absoluto podemos negar o direito a opinião, qualquer que esta seja. É importante notar que toda e qualquer sugestão é dada objetivando o mesmo fim, ou seja, aquele de procurar uma resolução para as questões. Esse carrossel de informações e sugestões está bem movimentado atualmente, dos maiores analistas políticos do Brasil ao indivíduo que possui o menor nível de conhecimento sobre o cenário atual. A problemática se dá sobre a dificuldade existente de concretizar as mudanças sugeridas.
Vamos às soluções propostas:
Possivelmente sua constatação como leitor é que o Brasil simplesmente não tem solução, já que qualquer ideia acaba não resolvendo as coisas. A questão na verdade não é essa: a ótica sob a qual costumamos visualizar estes problemas é que não tem nos permitido soluções. Veja que em todos os casos o peso do Estado é notável: a carga tributária existente e a atuação deste (que tem seus custos repassados a todos) estão presentes em todos os casos.
Não, este não é o momento em que este autor irá pregar que o fim do Estado é a solução. Aliás, este item apenas não aparece na lista apresentada neste artigo apenas por terem um apoio menor, mas é notável que exista apoio pelo fim do Estado ou algo análogo a isso.
O encaminhamento de questões amplas envolve discussões igualmente extensas. Principalmente no tocante ao Estado e em sua atuação. Em um momento de contas públicas apresentando seguidos déficits, a maior verdade que não costuma ser visualizada é que, assim como um cobertor curto, se queremos esticar para uma cobrir outra parte, necessariamente teremos de descobrir outra - a não ser que queiramos reduzir o que está sendo coberto. Essa é a base da Lei de Responsabilidade Fiscal .
A solução, na prática, seria analisar os custos e benefícios dos diferentes programas públicos para apontar o que deveria permanecer e ser aprimorado e o que poderia ser descontinuado. A má notícia: isso envolveria algo tão complexo e demorado quanto um orçamento base zero .
Chegamos a situação atual com muito “jeitinho” e soluções rápidas de curto prazo. Infelizmente, para sairmos com consistência disso, tempo e esforço serão necessários para avaliar as prioridades. Crises como a atual são a maior demonstração disso.
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